Respeitável público, a diversão vai começar



Abertura do Carnaval do Recife 2020 terá crianças, adolescentes, elementos circenses e a cultura popular numa festa que promete ser memorável.


Hoje (21), como já é tradição na terra do frevo, o ponto de encontro para o início oficial do Carnaval do Recife 2020 é no maior polo carnavalesco em linha reta do mundo: o Marco Zero. “A criança, o circo e a cultura popular” é o tema deste ano e o espetáculo de abertura vem vestido com a energia dos pequenos brincantes, com elementos circenses e com a diversidade da produção cultural que faz parte da identidade da cidade e dos recifenses. Uma mistura de sons, movimentos e cores num espetáculo que começa às 18h com o tradicional toque dos Clarins de Momo anunciando que somos todos carnaval.      

A primeira parte do espetáculo de abertura será realizada com a apresentação de cerca de 300 crianças e adolescentes que chegam ao Palco do Marco Zero pelo Passeio Rio Branco. Essa turma segue em cortejo, ao som de grandes clássicos do Frevo, ao som de 100 músicos da orquestra do Maestro Ademir Araújo até o Marco Zero. As crianças e adolescentes fazem parte de grupos e escolas de dança populares, além de agremiações carnavalescas e cerca de 70 circenses. O Bloco das Flores, um dos homenageados do carnaval deste ano, vem arrematando o cortejo.

Acrobacias e malabares se misturam a vitalidade da cultura popular. O cortejo trará pelas ruas, além do frevo, a suavidade dos blocos líricos, a marcação forte dos maracarus e a energia do cavalo marinho e do urso. Todo esse conjunto passa pela multidão e sobe ao palco, onde estará o Coral do Maestro Forró, também formado por crianças. A concentração do cortejo começa às 16h, no início do Passeio Rio Branco, e a saída em direção ao palco acontecerá às 18h.

Com o final da apresentação do cortejo no palco, as honras da casa serão feitas pela Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, que declarará, oficialmente, a abertura dos festejo do Carnaval. O momento será dividido com o Rei Momo, Marcone dos Santos, e da Rainha do Carnaval, Ruana Karina. Além dos os Reis e Rainhas do Carnaval da Pessoa com Deficiência, Antônio Batista e Zemily Cazala, e da Pessoa Idosa, Frederico Batista e Maria de Fátima Santos. Também nesse momento os homenageados do carnaval, Maestro Edson Rodrigues e o centenário Bloco das Flores, receberão suas placas comemorativas pela importância e dedicação pelo legado deixado à cultura.

O multiartista Antônio Nóbrega comanda a segunda parte do espetáculo de abertura com um show especialmente criado para a abertura do Carnaval do Recife. Bailarinos e artistas circenses se revezam no palco do Marco Zero. Para esse show, Nóbrega preparou repertório exclusivo para o abre do Carnaval.

Música – Depois do espetáculo de abertura, às 20h40, o momento é de dar início às atrações musicais. O público vai curtir shows dos homenageados do Carnaval do Recife 2020, Maestro Edson Rodrigues e o centenário Bloco das Flores. Na sequência é a vez do Maestro Forró e a Banda Popular da Bomba do Hemetério seguido pelo brega da cantora Priscila Senna.

Ficha técnica da primeira parte do espetáculo de abertura:

Direção: Carlos Carvalho

Coordenação técnica: Marcelo Varela, Mika Silva, Rafael Nicéas e Rubinho Petty

Clarins de Momo

Reis Momo e Rainhas do Carnaval

Coral do Maestro Forró

Orquestra do Maestro Ademir Araújo

Escola de Frevo Fernando Borges

Periquitos do Zumbi

Menino do Pátio de São Pedro

Balé Popular do Recife

Bloco Sonho e Fantasia

Dançantes do Passo (Compaz)

Bloco Lírico Pierrot de São José

Maracatu Nação Erê

Maracatu Estrelar

Maracatu estrela do Mar

Inclusão Companhia de Dança

Cavalo Marinho Boi Matuto

Urso Cangaça de Água fria

Stuidio 8 de Dança (Compaz)



Antônio Nóbrega

Nóbrega estará acompanhado por 10 músicos, que habitualmente atuam com ele em seus vários espetáculos, 24 bailarinos e 8 artistas circenses. Para o espetáculo Nóbrega contou com a colaboração de artistas que trabalham com ele no Instituto Brincante em São Paulo. São eles Alisson Lima, Antonio Meira, Rosane Almeida e Maria Eugênia Almeida.

O repertório, tanto musical quanto dançarino, é inédito e criado. Todas as canções foram compostas  com o poeta pernambucano Wilson Freire, parceiro de longa data de Nóbrega. A cenografia será toda eletrônica, com projeto de vídeo de Alexandre Amêndola. 

 “O espetáculo terá o tom de nossa época: enveredando pelos temas que nos tocam, do lírico ao político”, diz o artista.

SOBRE ANTONIO NÓBREGA - Nascido em Recife, começou a estudar violino aos oito anos de idade. Em 1971, Ariano Suassuna convidou-o para integrar o Quinteto Armorial. A partir daí, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. Entre eles: Brincante, Segundas Histórias, O Marco do Meio Dia, Figural, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Rói, Pernambuco Falando para o Mundo, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Naturalmente, Húmus, entre outros. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Shell de Teatro, o Tim de Música, APCA, Mambembe, Conrado Wessel, Governador do Estado de São Paulo.

            Com seus espetáculos, o artista tem viajado pelo Brasil e outros países. Recebeu duas vezes a Comenda do Mérito Cultural. Tem 12 CDs gravados e três DVDs. Em novembro de 1992, fundou com Rosane Almeida – atriz, bailarina e sua esposa – o Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2014, o cineasta Walter Carvalho realizou o longa-metragem Brincante, dedicado à sua trajetória artística.

Ficha técnica da segunda parte do espetáculo de abertura

Concepção, direção e atuação: Antonio Nóbrega

Direção do circo e assistência de direção geral: Rosane Almeida

Canções Originais: Antonio Nóbrega e Wilson Freire

Arranjos e direção musical: Edmilson Capelupi

Criações coreográficas e ensaios: Allison Lima, Antonio Meira, Maria Eugenia Tita e Rosane Almeida

Figurino: Marcondes

Iluminação: Marisa Bentivegna

Cenário Videográfico: Alexandre Amêndola



COMPAZ - Compondo o espetáculo de abertura montado por Nóbrega, 30 alunos dos grupos de balé, dança e do curso de DJ do Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, foram escolhidos pelo multiartista para participar da abertura oficial do Carnaval da cidade.

Os jovens e crianças escolhidas irão participar do cortejo que sai da Rio Branco em direção ao palco principal, representando o Carnaval de rua, acompanhados de orquestra de frevo, clarins e grupos de maracatu, bois e blocos líricos infantis. O cortejo ainda contará com a participação da Escola Pernambucana de Circo com malabares e palhaços, fazendo alusão ao tema “O universo do circo, a criança e a cultura popular”.

Outros alunos do Compaz farão parte do espetáculo de abertura com o Maestro Forró. Mais de 15 alunos de diversas atividades do Compaz e da Orquestra Anjo Luz farão parte de um coral, montado para a sua apresentação no palco principal.

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HOMENAGEADOS - Maestro Edson Rodrigues, com mais de 60 anos dedicados ao carnaval e ao frevo, junto com o centenário Bloco das Flores são os homenageados do Carnaval do Recife 2020.



MAESTRO EDSON RODRIGUES – Maestro, arranjador, saxofonista e compositor, Edson Rodrigues escreveu de próprio punho uma parte importante da história recente do frevo. Um dos sete corações reunidos no filme homônimo de Dea Ferraz, que fazem a mais recifense das músicas pulsar, viva e bulindo, nas ruas e entre as mais importantes tradições culturais da cidade e da humanidade, Rodrigues pertence à chamada segunda geração do frevo, a quem coube a gloriosa missão de continuar o que compositores como Capiba e Nelson Ferreira fizeram pela cultura pernambucana.



Devotado à música desde muito moço, estreou no Carnaval com a Orquestra Itapoã, de João Santiago, nos idos de 1957. Além do frevo, muitos outros ritmos embalaram a sua carreira. Rodrigues foi pioneiro na introdução do jazz em Recife, além de ter fundado a Banda Municipal de Recife, da qual foi regente entre 1979 e 1983. Mas não aprendeu tudo que sabe nos palcos. Estudou muito e ensinou ainda mais. Graduou-se em jornalismo, geografia e música na universidade. Depois se tornou professor do Conservatório Pernambucano de Música por muitos anos e nunca mais parou de compartilhar saberes e prazeres musicais

BLOCO DAS FLORES – Primeiro Bloco Carnavalesco Misto criado no Recife, o Bloco das Flores surgiu em 1920, a partir da reunião de um grupo de intelectuais, amigos e foliões, entre eles jornalistas, artistas e compositores de carnavais saudosos, como Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon e Raul Morais, nomes imortalizados no coro das ruas suadas e coloridas da festa pernambucana. O Bloco das Flores, no seu primeiro desfile, veio com 100 componentes que participavam de pastoris do Bairro de São José e sua orquestra de Pau e Corda com 50 músicos.



O bloco chegou a encerrar suas atividades por alguns anos, em virtude do falecimento do seu benfeitor Pedro Salgado e também de Raul Moraes, compositor e regente da orquestra. No ano de 2000, outros amantes da brincadeira de rua, também intelectuais e artistas, resolveram resgatar o bloco lírico. Desde então, o Bloco das Flores se apresenta anualmente, arrastando multidões atrás da orquestra e da história que seu estandarte carrega, evoca e perpetua pelas ruas da folia.

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DECORAÇÃO - Quem passar pelo Bairro do Recife poderá ver a cidade assumindo a fantasia para o Carnaval 2020. Pelas ruas e avenidas, o principal foco da folia já está sendo decorada. Para vestir a cidade e entrar no clima da festa, a Prefeitura abraçou o tema “A criança, o circo e a cultura popular”, que reunirá o encantamento e a magia comum às artes circenses e à beleza do Carnaval de rua que encanta pequenos e adultos. Pelo segundo ano consecutivo, o desafio foi assumido pela Gerência Geral de Arquitetura e Engenharia da Fundação de Cultura Cidade do Recife e pela Diretoria Executiva de Comunicação Institucional da Prefeitura do Recife.

O imaginário da arte popular e suas texturas permeiam os personagens circenses em tons quentes em uma decoração que convida a população a entrar no circo e fazer parte de suas brincadeiras. Assim, as pontes que ligam o folião ao Bairro do Recife terão pórticos que simulam bilheterias de circo, a iluminação aérea ganha gambiarras de luzes alusivas ao espaço cênico e os pórticos ganham as cores, formatos e contornos de enormes tendas prontas para abrigar toda a alegria dos foliões.

A cidade prezou ainda pela segurança ao retirar da decoração os elementos de chão e colocar enfoque nos elementos aéreos para otimizar o fluxo dos brincantes  e enriquecer o olhar com elementos em suspensão: todas as principais ruas do Bairro do Recife receberão banners com personagens da festa, além de bandeiras circenses como elementos aéreos. As árvores, por sua vez, receberão iluminação paisagística.

Nas ruas, banners com os mais diversos personagens entram na folia e, assim, engolidores de espadas, mágicos, palhaços, malabaristas, engolidores de fogo, bailarinas, trapezistas, equilibristas e tantas outras figuras do imagético circense estarão estampados em toda a ilha do Bairro do Recife. E para ratificar o compromisso da Prefeitura com a inclusão na folia num Carnaval democrático e que é feito para todos, também há personagens que representam pessoas com deficiência na decoração.





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REI MOMO E RAINHA DO CARNAVAL DO RECIFE 2020

Concurso realizado em etapas. A final aconteceu no dia 07 de fevereiro no Pátio de São Pedro com mais de 30 candidatos e candidatas.

Rei Momo – Marcone dos Santos

O Rei Momo do Recife tem 36 anos e vem do bairro da Estância. Marcone Santos participou do concurso em 2018 e este ano recebeu a coroa da realeza mais cobiçada do Carnaval do Recife. O novo rei é barbeiro, empreendedor e produtor cultural. “Viver esse concurso é muito bom! Eu via meus amigos participando e eu sempre com muita vergonha porque sempre fui muito tímido. Eles sempre foram grandes incentivadores e esse ano eu entrei de cabeça e o resultado veio. A expectativa é a maior do mundo para participar do carnaval numa posição agora diferente e tão cheia de responsabilidade. Agora a gente tem as chaves da cidade! Somos rei e rainha! Vai ser um grande carnaval”, declara o rei.

Rainha do Carnaval – Ruana Karina

Pela segunda vez coroada Rainha do Carnaval do Recife, a educadora física e bailarina Ruana Karina era só emoção ao final do concurso. Aos 32 anos, a jovem monarca terá pela frente a missão de representar o Carnaval do Recife numa longa agenda que se inicia hoje. “Ainda muito novinha eu vi no rei e a rainha no Marco Zero e disse: eu quero ser isso! Quero ser rainha! Eu estou muito feliz e me sinto muito honrada. Que seja um carnaval marcado pela inclusão e junto com o rei eu desejo poder dividir toda essa emoção com os foliões”, disse a Rainha do Carnaval do Recife 2020.  Mãe da pequena Thayná Gabriela (10), ela garante que se dedicará a defender o empoderamento feminino e a cultura pernambucana “o ano todo, com ou sem coroa”, acrescenta a monarca. A primeira vez que Ruana recebeu a coroa e o cedro da folia foi no ano de 2015.

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CARNAVAL ACESSÍVEL

A acessibilidade estrutural, comunicacional e, principalmente, atitudinal voltada para o Carnaval está presente na estrutura montada pela Prefeitura do Recife durante o reinado de Momo.

Palco do Marco Zero – Esse é o palco mais acessível do carnaval do Brasil. Durante todas as apresentações a população surda contará com o serviço de tradutores de libras e os cegos, pela primeira vez da história do Carnaval do Recife, com o serviço de áudio descrição. Esses dois serviços serão realizados durante todos os dias de carnaval para todas as apresentações que estiverem acontecendo no palco.

Rota Acessível para o Marco Zero - O palco do Marco Zero conta com o serviço de translado todas as noites (das 18h à 00h) para pessoas usuárias de cadeira de rodas ou pessoas com mobilidade reduzida e acompanhantes. O carro adaptado do PE Conduz, parceiro da Prefeitura do Recife na ação, faz o embarque em frente à estação do BRT próximo à prefeitura e realiza o desembarque dos passageiros foliões ao lado do palco do Marco Zero, que conta com área reservada no frontstage.

Backstage do Marco Zero (#semninguémnafrente) - A estrutura montada no maior polo do Carnaval do Recife, o Marco Zero, é cuidadosamente planejada e montada para que seja também acessível para as pessoas que trabalham nele. Toda a área de backstage é acessível e isso torna o trabalho no Polo do Marco Zero mais ágil e o torna o maior palco acessível do Carnaval do Brasil. Músicos, produtores, técnicos, assistentes, coordenadores, serviços gerais, todos trabalham num espaço inteiramente inclusivo e adaptado para receber as pessoas com deficiência.

Libras em mais cinco polos do carnaval - Os intérpretes de libras também estarão em outros cinco polos do Carnaval do Recife: Várzea, Casa Amarela, Ibura, Rec Beat e Lagoa do Araçá.

Frontstage - Os 46 polos do Carnaval do Recife terão área reservada na frente do palco, com rampas de acesso, para pessoas usuárias de cadeiras de rodas e para pessoas com mobilidade reduzida para curtirem os shows em segurança e permitindo melhor visibilidade dos shows.

Programação acessível – Todas as informações sobre o Carnaval do Recife contam com o tradutor de libras virtual no site https://site.carnavalrecife.com/, o Had Talk. Na Central do Carnaval, montada na Rua do Arsenal, no Bairro do Recife, a programação estará disponível em braile, além do cardápio dos restaurantes montados nessa arena. Além disso, e as pessoas com deficiência contarão com o auxílio de intérpretes de libras e com guias.

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