O Recife tem forró o ano todo
Casa do Forró abre espaço para o ritmo pernambucano. Fotos: Divulgação |
Por Gianfrancesco Mello
Capital do Estado de Pernambuco, o Recife é uma das cidades que mais investem na cultura. Nos últimos anos, o município tem alcançado índices elevados no que se refere à economia. A cidade vive voltada para as necessidades turísticas do Nordeste com uma programação variada e dinâmica durante os sete dias da semana. A formação cultural do Recife surgiu no período colonial por causa da cana-de-açúcar. E por ser uma cidade portuária, tornou-se estratégica para o escoamento da produção e a vinda das tendências culturais de diversas partes da Europa. O município multicultural recebeu influências da colonização portuguesa e holandesa, além das tradições africanas, indígenas e judaicas.
Casa do Forró também oferece comida regional |
Neste mês de junho, a tradição junina da cidade do Recife ratifica a efervescência cultural que aqui encontramos. No ano do centenário de Luiz Gonzaga, pontos para dançar forró agarradinho podem ser encontrados por todos os cantos do município e nos 365 dias do ano. Por esse motivo, a Agenda Cultural do Recife foi buscar os locais que abrem espaço para esse estilo musical em diferentes localidades da região. Começamos o nosso roteiro “forrozeiro” pela Casa do Forró*, no Pina. O espaço, que existe há dois anos, surgiu quando Iggor Leonardo Rodrigues e seu pai, Antônio Rodrigues, começaram a realizar shows de forró todas as quintas-feiras no antigo Restaurante Cangaceiro. O negócio ganhou tantas proporções que foi necessário transferir o restaurante de endereço e deixar aquele espaço dedicado ao estilo musical nordestino. “O pessoal gostou tanto que tivemos que fazer shows de forró com mais frequência”, frisou Iggor Rodrigues. A Casa do Forró* funciona todos os sábados, a partir das 15h, com no mínimo três atrações por dia e a entrada custa R$ 20.
Diego Cabral anima o último forró do ano no Pé na Cova |
Saindo do Pina, fomos até a Casa de Seu Luiz*, no Cais das 5 Pontas. O point do forró, que está aberto há seis meses, funciona todos os sábados, a partir das 18h, no Bar Vapor 48, que fica ao lado do Catamarã. “Sempre há muita procura por parte dos turistas de locais que toquem forró. Por isso, decidimos abrir este novo atrativo do ritmo”, disse Frederico Campos, um dos responsáveis pelo local. O couvert artístico do ambiente custa R$ 20. Logo mais à frente, conhecemos o espaço Pé na cova – A sua casa de forró universitário*, no bairro de Santo Amaro. Segundo o proprietário, Porfírio Sá, o local funciona desde 2001, sempre nas sextas-feiras, a partir das 17h. “Trazemos todas as sextas, duas ou três atrações no estilo forró universitário ou pé de serra. A entrada, normalmente, é gratuita. As pessoas só pagam o que consomem.”
Pegando a Avenida Norte, fomos parar no Nitro – Aconchego do forró*, em Casa Forte. O ambiente “forrozeiro” fará um ano no mês de agosto e funciona todas as sextas, a partir das 21h, ao lado do Ibama. A entrada custa R$ 10 (para mulheres) e R$ 15 (para homens). Voltando um pouco, passamos pelo Ibiza Club*, na Madalena. O espaço funciona há três anos e traz aos recifenses duas atrações por noite todos os sábados, a partir das 22h. A entrada custa R$ 30. Depois de passagens rápidas por esses dois pontos, o nosso destino foi a Sala de Reboco*, no Cordeiro.
Sala de Reboco já recebeu diversas atrações como, por exemplo, Rodrigo Raposo |
A Sala de Reboco* foi inaugurada no ano de 1999 e é um lugar dedicado ao autêntico forró pé de serra, além de ter um público fiel e de qualidade, que é atraído pela boa música. O espaço funciona todas as quintas, sextas, sábados e vésperas de feriado, a partir das 22h, e o couvert custa R$ 20. Por lá, já passaram cantores como, por exemplo, Dominguinhos, Amelinha, Arlindo dos 8 baixos, Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Azulão, Jorge de Altinho, Nando Cordel, Alcymar Monteiro, Flávio José, Santanna e Novinho da Paraíba. O palco é decorado com tecidos de xita e painéis com paisagens sertanejas. A Sala de Reboco possui também uma cozinha regional típica e uma decoração rústica com paredes pintadas por artistas plásticos pernambucanos.
Para Fred, da dupla Fred e Mary, que tem pouco mais de um ano de formação, hoje em dia, é natural a cidade do Recife ter forró o ano inteiro. “O foco não está apenas no São João, pois até no Carnaval existem polos que tocam forró. O centenário de Luiz Gonzaga trouxe algo muito positivo para todos nós que tocamos forró. As comemorações dos 100 anos do Rei do Baião abriram muitas oportunidades”, disse. Ainda de acordo com Fred, muitos turistas quando chegam ao Recife, procuram as casas que tocam forró. “Já chegamos a fazer shows nos próprios hotéis e pousadas. O nosso trabalho começa nas quintas-feiras e só termina no domingo. Isso porque todos querem dançar um forrozinho”, pontua.
Dominguinhos deu nome a Espaço Cultural |
Saindo da Sala de Reboco*, passamos pelo Forró da Gula*, que é realizado todas as sextas-feiras, a partir das 22h, na Boate Corsário Club, na Caxangá. O local toca todos os estilos de forró e a entrada custa R$ 25. Depois de conhecermos o Forró da Gula*, fomos até o Espaço Cultural Dominguinhos*, inaugurado no dia 17 de março deste ano, no bairro do Engenho do Meio. “O espaço foi criado por Ivan Ferraz. Abrimos aos sábados, das 13h às 18h, trazendo entre duas e três atrações por dia para animar os amantes da música regional. A entrada custa R$10”, explicou Helena Silva, que é secretária da presidente da Associação dos Servidores da Sudene, Elba Rejane Pereira Clementino.
A cantora Valkiria Nunes, da banda Maria Fulô, fala que ambientes como o Espaço Cultural Dominguinhos* ajudam a divulgar o forró tradicional, além de incentivarem os artistas que estão começando agora a divulgar os seus trabalhos. “Antes, sem ser no mês de junho, nós não tínhamos muitos locais para tocar forró. Agora, com as comemorações do centenário de Luiz Gonzaga, estamos tendo mais oportunidades tanto aqui na capital como no interior do Estado de Pernambuco.”
João Lacerda tira o chapéu para as casas de forró |
Já o cantor João Lacerda enfatiza que todos os forrozeiros devem tirar o chapéu e agradecer essas casas de forró pela oportunidade de estarem mostrando seus trabalho o ano todo. “Pernambuco é a terra do Rei do Baião e essas casas facilitam as nossas vidas, dando-nos a chance de mostrar o ritmo do forró em diferentes épocas do ano.”
Marcos Veloso dedica o Nosso Quintal ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Foto: Katherine Coutinho |
Deixando o Espaço Cultural Dominguinhos*, o nosso ponto de refúgio final foi o bar e restaurante Nosso Quintal*, no Torrões. Há pouco mais de 20 anos, o produtor cultural Marcos Veloso anima os recifenses com muito forró. “Todas as sextas-feiras, das 18h à 1h, existe a Roda de Sanfona e Poesia com exibição de documentários que retratam a vida do Mestre Lua. É uma espécie de preparatório para o Encontro de Sanfoneiros do Recife que realizamos todos os anos no mês de dezembro”, pontua o produtor. Aos sábados, das 15h às 20h, Marcos Veloso desenvolve um trabalho antológico voltado para o choro pernambucano. Lá, ainda tem o Espaço Cultural Alberto da Cunha Melo/ Xico Bizerra. “É um quintal aberto às manifestações culturais pernambucanas. O lugar é uma homenagem aos poetas pernambucanos da Geração 65”, esclarece Veloso.
O produtor Marcos Veloso ainda desenvolve sempre no último domingo de cada mês, das 15h às 18h, no Centro Cultural Correios, no Bairro do Recife, o projeto Correios Sanfonado. “A iniciativa surgiu da necessidade de apresentar os instrumentistas (sanfoneiros) de uma forma mais universal, mostrando, além dos ritmos regionais (forró, xote e baião), a diversidade cultural como choro, frevo, maracatu, valsa, tango, bolero e jazz”, diz. O projeto foi lançado em novembro de 2009 e tem o objetivo de mostrar a habilidade de cada instrumentista nos diversos gêneros musicais, além de proporcionar à população o acesso à música instrumental, de forma democrática e gratuita.
Enfim, são muitos os pontos de forró que podemos encontrar na cidade do Recife. Não podemos esquecer que as regiões vizinhas como Olinda e Cabo de Santo Agostinho também possuem atrativos nessas áreas. Ou seja, a Região Metropolitana do Recife respira e vive forró o ano todo. Por conta disso, vamos encerrar esta matéria citando alguns outros pontos de forró que estão disponíveis durante os 365 dias do ano. Então, programe-se e vá “simbora” curtir um forrozinho.
Forró do Ananias
Todos os sábados, a partir das 22h
Rua C, 84, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Santo Agostinho
(Por trás do Centro Cultural Mestre Diê)
Forró do Abidoral
Todas as sextas-feiras, a partir das 18h
Associação dos Moradores da Cohab – Cabo de Santo Agostinho
Associação dos Moradores da Cohab – Cabo de Santo Agostinho
(Por trás da UPA)
Será transferido para o Clube Destilaria, no mês de julho.
R$ 10
São duas atrações por noite: Xinelo Rasgado e alguma outra atração convidada
8757-6252
http://abidoral.com.br/
8757-6252
http://abidoral.com.br/
Restaurante O Cangaço
Todos os sábados, a partir das 21h
Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho
Chácara do Gaúcho – Forró e Gente Bonita
Todas as sextas, a partir das 21h30, no Sítio Canoas, em Nossa Senhora do Ó (Ipojuca)
Forró do Casa Grande
Av. Bernardo Vieira de Melo, 1300, Piedade
Quartas-feiras, a partir das 20h
R$ 4,90 (couver)
3093-1353
Iguana Café
Quarta-feira da burguesinha, a partir das 22h
Avenida Conselheiro Aguiar, 479, Boa Viagem
R$ 30 (mulheres) e R$ 40 (homens)
3053-2637
Arrasta-pé na Quinta do Galo
Sede do Galo da Madrugada
Rua da Concórdia, 984, bairro de São José
Até julho
Todas as quintas, a partir das 20h
Couvert no valor de R$ 20 (individual) e R$ 100 (mesa para 4 pessoas)
3224-2899
Spirit Music Hall
Todas as quintas-feiras, a partir das 22h30
R$ 20 (mulher) e R$ 30 (homem) (depende da atração)
Rua do Futuro, 821, Aflitos
3268-4080 ou 3241-9446
Casa de Mainha
Todas as sextas-feiras, a partir das 21h
Rua José Austregésilo, 136, Arruda
9226-3295 / 8727-1202 / 8524-7702
Forró de Arlindo
Todos os domingos, a partir das 17h
Av. Hildebrando de Vasconcelos, 2900, Dois Unidos
3443-9147
R$ 10
(Forró do Arlindo está parado, mas retornará)
Arriégua
Todos os sábados, a partir das 12h
Rua General Polidoro, 955, Cidade Universitária
Bar da Kelly
Sextas-feiras, das 16h às 22h
R$ 5 ou R$ 10 (depende da atração)
Avenida Professor Artur e Sá, 1310, Cidade Universitária
3453-4862
Baile Perfumado (antiga Casa de Zé Nabo)
Com novo formato, o local faz seu show de estreia no primeiro dia de junho.
3269-3774 / 3269-1325
Projeto Roda de Pé de Serra
Todas as sextas, das 18h até 23h
Rua Bispo Coutinho, 780, Alto da Sé, em Olinda
3429-2166 / 9907-5217
Couvert de R$ 10
Sítio das Artes - Olinda
Todas as sextas-feiras, a partir das 18h
Rua Bispo Coutinho, 780, Alto da Sé, em Olinda
3429-2166 / 3439-4777
www.olindasitiodasartes.com.br
3429-2166 / 3439-4777
www.olindasitiodasartes.com.br
Bar Longe de Casa
Av. Governador Carlos de Lima Cavalcante, 3439, Casa Caiada, em Olinda
3431-6854 / 8846-3403
Todas as quintas-feiras, 21h
R$ 5
Casa da Rabeca
No dia 21 de abril de 2002, realizando um sonho do mestre Salustiano, foi fundada a Casa da Rabeca do Brasil na cidade Tabajara, em Olinda. Trata-se de um espaço dedicado à preservação da cultura e tradição do Estado.
Rua Curupira, 340, Cidade Tabajara, em Olinda
3371-8197 / 9606-0181 / 8899-1370
www.casadarabeca.com.br
Forró na orla
Todo último sábado do mês, das 19h às 21h
No Point Acaiaca, na Avenida Boa Viagem
8757-6252
Endereços dos pontos citados na matéria:
Casa do Forró
Rua Melqui Ribeiro, 31, Pina
Por trás do Atacadão da Construção do Pina (Antigo Restaurante Cangaceiro)
www.casadoforrorecife.com
3465-3579
Casa de Seu Luiz
Bar Vapor 48
Cais das 5 Pontas (ao lado do Catamarã)
9998-2598 / 8660-6539
Pé na cova
Rua Pedro Afonso, 300, Santo Amaro
Por trás da UPE (Hospital Oswaldo Cruz)
3222-7600
3222-7600
Nitro - Aconchego do Forró
Av. 17 de agosto, s/n, Casa Forte (em frente ao CPOR – Ao lado do Ibama)
8831-8356
Sala de Reboco
Rua Gregório Júnior, 264, Cordeiro
Ibiza Club
Rua Benfica, 505, Madalena
3125-0250 / 8529-5927
Forró da Gula - Boate Corsário Club
Avenida Caxangá, 5570, Caxangá
(300 metros do Golf Club)
8592-0323 / 3254-7717
Fly promocional: R$ 20
Espaço Cultural Dominguinhos
Associação dos Servidores da SUDENE
Rua Lindolfo Collor, s/n, Engenho do Meio
3271-1994/ 2102-2741
http://palcomp3.com/ivanferraz
3271-1994/ 2102-2741
http://palcomp3.com/ivanferraz
Nosso Quintal
Rua Leila Félix Caram, 15, Torrões
(Ao lado da sede da Chesf)
3228-6846 / 9242-6231
Contatos:
João Lacerda
8808-8888
Fred e Mary
9943-8529
8524-2193
9743-2743
3228-4352
Banda Maria Fulô
9233-9234 / 9739-2215
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