Professores de Recife e Caruaru na disputa pelo ouro em olimpíada de Matemática
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Foto Divulgação 
No dia 8 de novembro, em um evento online, e no dia 10 de dezembro, em uma solenidade presencial no Ministério da Educação, serão premiados os 20 melhores professores de Matemática do País. Eles serão os vencedores da categoria Ouro na segunda edição da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr) e, como prêmio, viajam para uma imersão na China em maio do ano que vem. 
Pernambuco tem dois professores finalistas da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), que revelará os melhores professores da disciplina no País.
A solenidade de premiação, quando os 20 premiados na categoria ouro serão conhecidos, acontece no dia 8 de novembro, às 16h, com transmissão pelo canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Matemática (https://www.youtube.com/
Os professores finalistas lecionam em escolas públicas em Recife e Caruaru, e estão na expectativa pelo resultado, junto a familiares, alunos e colegas.
Eles passaram por três etapas de avaliação, incluindo uma prova, uma apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido em sala de aula e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, que é membro do Conselho Acadêmico da OPMBr.
“Os 20 premiados na categoria ouro só serão conhecidos no dia 8. Participaram da Olimpíada cerca de 1,2 mil professores do País. Entre os 40 finalistas, há representantes de diversos estados do País como Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Piauí, Ceará, entre outros”, explica Adauto Caldara, membro do Conselho Gestor da Olimpíada.
Como prêmio, em maio de 2026, os 20 professores da categoria ouro participarão de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias a Xangai para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China, levando em conta que o país figura sempre entre os de melhor desempenho no PISA.
O número de premiados – que, na primeira edição, foi apenas de 10 de professores, foi ampliado, levando em conta a qualidade dos finalistas e a parceria firmada com a Shanghai Normal University (SHNU), na China.
“Na primeira edição, conseguimos levar os 10 professores da categoria ouro. Este ano, vamos levar 20. É uma oportunidade ímpar de imersão, aprendizado e troca de conhecimento. Nosso objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas bem-sucedidas no ensino da Matemática em todo o País, de forma a disseminá-las, trabalhando para melhorar a qualidade do ensino da disciplina e, assim, contribuindo para alavancar a posição do Brasil no ranking mundial, a médio e longo prazo”, considera.
Depois da viagem de premiação, os professores selecionados vão ministrar workshops de Matemática para outros docentes, de cidades definidas em parceria com o Ministério da Educação.
Como surgiu a OPMBr
O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking que avalia o ensino da Matemática em 81 países do mundo, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). A posição, nada louvável, tem como contraponto um outro dado: o mesmo país que ensina e aprende mal a Matemática no dia a dia das salas de aula do País é parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da Internacional Mathematical 
A equação mal resolvida mobilizou um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na criação da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), que está em sua segunda edição, com objetivo de reconhecer e valorizar aqueles que nadam contra a maré agora e fazem a diferença ao ensinar Matemática pelo país a fora.
Data da premiação:
8 de novembro, 16h
Canal da Sociedade Brasileira de Matemática no YouTube
https://www.youtube.com/
10 de dezembro – Solenidade presencial no Ministério da Educação
Matemática vira cinema, teatro, quadrinhos e arte no Recife
O professor José Carlos da Silva Júnior tem o poder de transformar Matemática em arte. O trabalho desenvolvido por ele na Escola Técnica Estadual Miguel Batista, em Recife, para ensinar Matemática envolve teatro, cinema, jogos, estudos etnográficos, dinâmicas, entre outros projetos.
Ele acredita que a Matemática, quando conectada à realidade do estudante, tem poder de transformação social. “Creio que minha missão é essa: buscar através de projetos, realizar sonhos junto com a educação matemática”, diz.
Para isso, ele utiliza metodologias ativas e trabalha com aulas práticas que conseguem conectar teoria à vida e ao cotidiano dos alunos. Os projetos interdisciplinares conectam teatro, curtas-metragens e quadrinhos.
A escola realiza o Festival Audiovisual Matemático e os curtas produzidos pelos alunos são exibidos para a comunidade escolar e, depois, ganham asas, participando de outros festivais de audiovisual pelo Brasil.
E não para por aí. O trabalho inclui o Teatro da Matemática, a celebração do Dia da Matemática, o projeto Lideres da Matemática (em que cada sala tem uma liderança que fica encarregada de ajudar os demais colegas no aprendizado da disciplina), a produção de quadrinhos e a realização de jogos e dinâmicas.
“A proposta é ver a matemática expressa em diversas ferramentas e linguagens para facilitar o acesso ao conhecimento e a assimilação durante todo o processo. E o resultado desses projetos têm impactado diretamente nos resultados desses estudantes, na melhoria da autoestima, do protagonismo, mas também na melhoria das notas, no desempenho e no índice de medalhas que a escola vem recebendo nas Olimpíadas de Matemática,”, conta, com orgulho.
E, para ele, o resultado não vem em só em forma de prêmios, reconhecimentos, medalhas. “Vem também nas cartas, desenhos, flores, abraços e agradecimentos familiares que recebo. E isso é muito gratificante. E assim eu sigo acreditando que, mesmo da janela da minha favela ou da favela dos estudantes, eles vão poder ver estrelas e que a matemática pode ser um caminho para alcançá-las”, afirma.
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