Grupo Experimental apresenta ZAMBO na França
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Foto Gabriel Mesgo |
No ano do Brasil na França, Recife ganha destaque através de espetáculo atemporal, de 1997, que tem o Movimento Manguebeat como inspiração.
Nos dias 1º e 2 de agosto, o Grupo Experimental, do Recife, apresenta o espetáculo ZAMBO no Baluê Festival, na região dos alpes franceses de Luc-en-Diois, na França. Inspirada no Movimento Manguebeat e no saudoso Chico Science, a obra, criada em 1997, chega à Europa com bailarinas e bailarinos de três, das cinco gerações que passaram pela companhia: Rafaella Trindade (também assistente de direção), Lilli Rocha, Jennyfer Caldas, Henrique Braz, Marcos Teófilo e Everton Gomes
Concebido e coreografado pela bailarina e diretora Mônica Lira, junto à bailarina e coreógrafa Sonaly Macedo - da 1ª geração do grupo -, ZAMBO caminha rumo aos 30 anos de palco de forma atemporal, com uma linguagem cênica que conecta e dialoga tradição e contemporaneidade, traçando pontes entre o local e o universal, ressaltando ainda a construção político-artística característica no modo do fazer cultural pernambucano.
E indissociável da dança recifense, a música também tem lugar de destaque, com trilha executada ao vivo, ao som do maracatu, outros ritmos tradicionais pernambucanos e batidas eletrônicas, reforçando assim a dança e a música como linguagem universal de uma comunicação viva, que se faz cada vez mais necessária em tempos onde a tecnologia parece tomar conta de todas as possibilidades de troca social.
“Sempre que penso na saída da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país, é com a grande responsabilidade do entendimento de que estamos indo para um lugar entregar nossa arte, independente de onde seja. Tem que ser de forma genuína, seja na rua, no palco, para uma pessoa ou para uma multidão. Estar na Europa é importante, ainda mais em um ano em que o Brasil está sendo reconhecido em um país como a França, chegamos com todo respeito… mas sem perder a consciência do lugar de onde viemos, do nosso propósito aqui e da nossa conexão com o que trazemos na bagagem, que é a nossa maior riqueza: nossa cultura, nossa gente”, destaca Mônica Lira.
A produção do projeto é de Christianne Galdino, a coordenação de comunicação de Paula Caal, a identidade visual assinada por Carlos Moura e, na França, o grupo tem o músico Benjamin Ruschi como convidado do espetáculo e realizador do Baluê Festival
- que recebe, entre julho e agosto, outros nomes queridos da dança e da música recifense e pernambucana, como o bailarino Orun Santana e bandas e cantores(as) como Nailson Vieira, Anderson Miguel, Natascha Falcão, Forró na Caixa e Mundo Livre S/A.
A participação de “ZAMBO: outras marés em conexões (uma parceria Brasil/França)” no evento “Baluê Festival” foi viabilizada pelo Programa Funarte Brasil Conexões Internacionais, no âmbito do Ano Cultural Brasil-França 2025, com apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura do Governo do Brasil.
OFICINAS
O Experimental, que já encontra-se na França e tem como característica marcante trabalhar compartilhando suas obras e reforçando a importância da formação de novos artistas, ministrou oficina no Paço do Frevo, na última sexta (25), com vagas esgotadas. E após as apresentações dos dias 1º e 2 de agosto, nos alpes franceses, o grupo também realiza oficina no dia 3, no mesmo local, Luc-en-Diois. A aula será ministrada pela diretora do grupo, Mônica Lira, junto aos bailarinos e bailarinas Rafaella Trindade (também assistente de direção), Lilli Rocha, Jennyfer Caldas, Henrique Braz, Marcos Teófilo e Everton Gomes.
A OBRA
ZAMBO é uma obra emblemática do Grupo Experimental, criada em 1997 em homenagem a Chico Science e ao Movimento Manguebeat. Em suas múltiplas versões, ao longo dos anos, o espetáculo foi se atualizando, levantando pautas inovadoras e discussões atuais, mas mantendo a força da diversidade e da identidade cultural pernambucana.
O Grupo Experimental, com sua antena também “parabólica e fincada na lama”, deu forma, corpo e movimento a esse universo, fez dele uma leitura coreográfica que traduz as analogias do homem-caranguejo, da sonoridade percussiva que leva os corpos a um movimento específico, natural e orgânico, comungando com a história do Recife, da sua formação e extremos sociais.
O GRUPO
Fundado em 1993, o Grupo Experimental se tornou uma referência na história da dança do Nordeste brasileiro. Criado e dirigido por Mônica Lira, o Experimental vivenciou e presencia até hoje as diversas faces do Recife, sua cidade de origem, proporcionando aos corpos que integraram e fazem parte da companhia, uma valiosa possibilidade de troca, visto que esses corpos são movidos por uma diversidade cultural das mais extensas e ricas do país.
O grupo se consolidou também como espaço de formação, ao longo dos seus 32 anos de trajetória, com cursos regulares e projetos sociais que formaram centenas de bailarinas e bailarinos, hoje espalhados(as) pelo mundo todo.
Com mais de 20 espetáculos no repertório, alcançou projeção nacional participando de importantes projetos como o Circuito SESC de Artes e o Palco Giratório, além de realizar montagens do projeto Pontilhados em São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Medellín (Colômbia). Já levou suas obras também para alguns países da Europa e América do Sul, além de apresentá-las em importantes eventos de dança em todo o Brasil.
Entre os trabalhos mais emblemáticos estão ZAMBO, QUINCUNCE, LÚMEN, CONCEIÇÃO, PONTILHADOS e CAOSMOSE, cada um com sua particularidade temática, mas todos com um ponto em comum: a intervenção urbana através da interação e importância humana como coração que pulsa e move o mundo.
SERVIÇO
ZAMBO - Outras marés em conexões (uma parceria Brasil/ França)
- 1 e 2 de agosto - Espetáculo
- 3 de agosto - Oficina
*Informações: @grupoexperimental / @balue.festival
FICHA TÉCNICA
Direção: Mônica Lira
Assistência de Direção: Rafaella Trindade Produção: Christianne Galdino
Bailarinos(as): Rafaella Trindade, Henrique Braz, Everton Gomes, Jennyfer Caldas, Marcos Teófilo, Lilli Rocha (convidada)
Músico convidado: Benjamin Ruschi Coord. Comunicação: Paula Caal Identidade Visual: Carlos Moura
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