Banda baiana Yayá Massemba faz turnê inédita em Pernambuco com shows e oficinas por três cidades
![]() |
Yaya Masemba | Divulgação |
Seis mulheres da Chapada Diamantina/BA apresentam espetáculo do EP autoral “De Umbigo a Umbigo”, com Mestra Severina Lopes, Mestra Cila do Coco, Josy Caldas e Flor de Catemba como convidadas, e trazem atividades formativas para Arcoverde, Olinda e Recife, respectivamente, as apresentações seguem até o dia 8 de novembro; programação é toda gratuita
Yayá Massemba, grupo musical de samba autoral da Chapada Diamantina/BA, marca presença inédita em Pernambuco, do dia 30 de outubro a 8 de novembro, com apresentações e oficinas — para o público em geral (classificação livre) — em três cidades: Arcoverde, Olinda e Recife, nessa sequência. Toda a programação é gratuita e integra o lançamento do EP “De Umbigo a Umbigo” (2024), com incentivo da Bolsa Funarte de Música Pixinguinha. Em cada show, convida as pernambucanas da cultura popular - Mestra Severina Lopes, de Arcoverde, Mestra Cila do Coco, de Olinda, e Josy Caldas, do Recife, além das mulheres do Flor de Catemba, grupo de coco de Pernambuco.
Aline Silveira (voz e percussão), Ana Tomich (voz e violão 7 cordas), Edy Albuquerque (percussão), Ive Farias (voz e percussão), Keilla Calmon (percussão) e Priscilla Oliveira (voz e cavaquinho) são as musicistas da formação. Além dessa composição principal, artistas locais das cidades onde o grupo passa são convidadas sempre que possível. A banda une poesia, dança e ancestralidade ao samba. Entre as fontes de inspiração está a natureza da Chapada Diamantina, onde elas moram.
“O lançamento, juntamente com a circulação, é uma conquista para a Yayá Massemba porque nos afirma como compositoras, instrumentistas e produtoras independentes. É como um novo começo e uma nova oportunidade para darmos continuidade de maneira mais consistente”, define o grupo.
A Yayá Massemba, em sua essência, valoriza o legado das mestras e a cultura afro-brasileira, com o objetivo de propagar o protagonismo feminino, a produção das mulheres como cantoras, instrumentistas e compositoras e a raiz do samba enquanto base geradora de conhecimento. O próprio nome enaltece o propósito. “Yayá” leva o significado de mãe em Yorubá, e “Massemba”, do Kimbundu (língua africana falada em Angola), faz referência à umbigada, presente nas religiões de matriz africana. As tradições do samba da Bahia são combinadas com novas expressões artísticas.
Para celebrar a cultura popular nordestina e realizar encontros entre diversas gerações, a circulação pelo Estado de Pernambuco estreia em Arcoverde (Sertão), ocupando o Sesc (rua Capitão Arlindo Pacheco de Albuquerque, nº 364 - centro), nos dias 30/10 (oficina - “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia” - quarta-feira), das 18h às 20h, e 31 de outubro (show com a participação da Mestra Severina Lopes - quinta-feira), às 20h.
Yayá Massemba dá continuidade à temporada com vivências em Olinda (Região Metropolitana do Recife - RMR), dia 3 de novembro (domingo - show na Casa Estação da Luz - (rua Prudente de Morais, nº 313 - bairro Carmo, com participações da Mestra Cila do Coco e da percussionista Josy Caldas), às 17h, e segue a agenda na cidade em 05/11 (terça-feira), na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus (rua Frei Afonso Maria, nº 199 - bairro Amaro Branco), das 13h às 15h (oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”).
A Capital pernambucana também está na roda das artistas baianas. No dia 6 de novembro (quarta-feira), a oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia” ocorre no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo (rua Passarela, 18-A , bairro Chão de Estrelas), às 14h. A culminância da circulação acontece com o show, dia 8/11 (sexta-feira), na Caixa Cultural Recife (avenida Alfredo Lisboa, nº 505, centro do Recife), às 20h, tendo como convidado o grupo Flor de Catemba.
“A dança é um ponto forte do espetáculo. Durante a apresentação, a gente desce do palco e convida o público a abrir uma roda para o samba, com a umbigada. Para nós, a umbigada é um ato sagrado que nos conecta com a entidade samba, com a ancestralidade negra e com todas aquelas que vieram antes de nós”, comenta o grupo.
Para além da sonoridade com raízes do samba, os fraseados da viola machete são interpretados pelo violão de 7 cordas e pelo cavaquinho, instigados pelo prato e faca (instrumento típico das sambadeiras da Bahia), atabaque, palmas, agogô e berimbau, elementos que fazem parte da capoeira e dos ritos de candomblé.
O espetáculo “De Umbigo a Umbigo” foi criado em 2020. Já o lançamento do EP nas plataformas digitais, sendo o primeiro do grupo, ocorreu em setembro de 2024. A produção aconteceu de maneira independente, em parceria com o Estúdio Submarino Fantástico (SP) e apoio do selo Educadora FM Independente - confira bit.ly/3YAn7pq.
“De Umbigo a Umbigo” é composto por cinco músicas. Além desta faixa-título, “Dona Aurinda”, “Face Dourada”, “Bambeia” e “Enegrecer”, respectivamente, são as canções que formam a identidade, com composições próprias inspiradas na sonoridade do Samba da Bahia. A produção musical tem a autoria das próprias mulheres da banda.
O EP reúne a participação de mulheres de diversas gerações que são referências no samba, entra elas Dona Aurinda do Prato, matriarca octogenária da ilha de Itaparica, que canta na música feita em sua homenagem, e Nega Duda, nascida em 1968 no Recôncavo Baiano e figura central na divulgação do samba de roda da Bahia em São Paulo, interpretando um samba de caboclo na faixa "Face Dourada".
**Oficina**
A oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia” é proporcionada pela banda, com as próprias musicistas como facilitadoras. Nesta atividade de corpo, voz e som, é possível vivenciar a musicalidade do samba de roda e os códigos desta expressão que une música, dança e canto, assim como saber sobre o contexto do acontecimento do samba na Bahia.
“A gente compartilha sobre o samba da Bahia, a partir da perspectiva do legado das mestras sambadeiras, fundamentais para a existência e permanência desta cultura popular”, introduz a banda.
**História**
De 2020 pra cá, mais de 100 apresentações do espetáculo “De Umbigo a Umbigo” foram realizadas, percorrendo Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Em parceria com a rede Sesc de cada estado, Yayá Massemba fez dez turnês. O lançamento do EP começou pelo Vale do Capão/BA e chegou a Salvador/BA, São Paulo/SP e Pernambuco.
Desde a sua existência, a banda vive uma diversidade de encontros e formações entre gerações e territórios do país, misturando sotaques do samba por meio de apresentações e atividades formativas com mestras e musicistas convidadas.
PROGRAMAÇÃO TODA GRATUITA
Yayá Massemba em Pernambuco - “De Umbigo a Umbigo
Arcoverde
30 de outubro (quarta-feira): oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”, no Sesc Arcoverde (rua Capitão Arlindo Pacheco de Albuquerque, nº 364 - centro), 18h às 20h;
31 de outubro (quinta-feira): show no Sesc Arcoverde, convida Mestra Severina Lopes, às 20h;
Olinda
3 de novembro (domingo): show na Casa Estação da Luz (rua Prudente de Morais, nº 313 - bairro Carmo), convida Mestra Cila do Coco e Josy Caldas, às 17h;
5 de novembro (terça-feira): oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”, na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus, das 13h às 15h;
Recife
6 de novembro (quarta-feira): oficina “Mulheres na Roda: Raízes do Samba da Bahia”, no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo (rua Passarela, 18-A , bairro Chão de Estrelas), às 14h;
8 de novembro (sexta-feira): show na Caixa Cultural Recife (avenida Alfredo Lisboa, nº 505, centro do Recife), convida Flor de Catemba, às 20h.
Comentários
Postar um comentário