Mercado Capitão especial de dezembro volta com dois dias de programação na Casa Capitão

Casa Capitão | Foto divulgação

O Mercado Capitão está de volta, numa edição especial para o mês de dezembro. Desta vez, serão dois dias da feira que reunirá expositores de diversos setores da arte: ceramistas, artesãos, designers, estilistas, artistas visuais, oleiros, cultivadores de plantas, livros, discos, queijos, pães e cervejas artesanais. O artista homenageado da vez é o artesão e ceramista Mestre Nena, do Cabo. Podemos dizer que é um Mercado Capitão de Natal, pois além do conceito da feira, que reúne produtos exclusivos e que em muitos casos não estarão nos grandes centros comerciais - será um momento perfeito para fazer as comprinhas com presentes especiais, acessíveis, exclusivos e diferenciados. 

Justamente porque o Mercado Capitão - idealizado pelo chef Rafael Chamie e pela arquiteta Vera Freire - reúne desde pequenos produtores até quem já tem um trabalho consolidado e de maior projeção e alcance. Sendo que, o que dá unidade ao mix, é o fato de todos os expositores produzirem algo único, exclusivo, conceitual. Muitos nem têm loja física e se não fossem as feiras como o Mercado Capitão, só estariam disponíveis em perfis nas redes sociais. Trabalham com produtos que dialogam com a filosofia do upcycling, do slow food, do consumo consciente, e que falam sobre afeto, memória e personalidade.

Por se tratar de um mês especial, onde o mercado é aquecido pelas compras natalinas, a feira acontecerá durante dois dias: 3 e 4 de dezembro, no local de sempre: a construção do século XIX onde está instalada a comedoria e mercado Casa Capitão (Rua Capitão Lima 124).

“Nossa consultoria continua a prezar por convidar esses expositores que não estão apenas produzindo e comercializando todo tipo de produto artístico, mas estão preocupados com o impacto da sua produção na sociedade. Tudo que apresentam tem como propósito o conforto, o bem estar, o viver bem, a alegria e a qualidade de vida. São conceitos caros nesses tempos em que a esperança e a vigilância precisam andar juntos”, reflete Vera Freire.

Importante ressaltar que o aumento de mais um dia na realização do Mercado Capitão se dá não apenas por estarmos nesse mês especial de dezembro, mas também por um crescimento exponencial do público que vem sendo atraído pelo Mercado. As redes sociais do evento (@Mercadocapitao124) também vem contribuindo para o objetivo maior da feira, que é promover os artistas que dela participam, não só dando visibilidade mas qualificando seus produtos. 

Preparamos abaixo uma lista dos expositores que estarão em cada dia do evento. Além de um breve histórico do homenageado desta edição, o Mestre Nena, que levará para o Mercado Capitão algumas de suas peças mais famosas, como as pinhas e os ouriços.



SÁBADO (3):


Mestre Nena

Cerâmicas do Cabo - Cooperativa de artesãos ceramistas

Bazar das Plantas - Plantas, vasos e bonsais

Pepita Garimpo - Garimpo de objetos com originalidade e histórias

Lavandalma - Sabonetes, shampoo sólido, velas e outros com matéria prima selecionada e efeito terapêutico

Oby - Óculos artesanais em madeira

Cabrera - Sandálias avarca em couro com diversas cores e estampas

Azulerde - Marca que se inspira nas artes visuais para resignações contemporâneas e afro futuristas

Ruda - Prata artesanal

Deriva - Estampas autorais em peças versáteis. Moda sem gênero

Timóteo - Roupas autorais,  em linho e malha, desenhadas, modeladas e costuradas de forma desacelerada e artesanal, por Tiago Salvador

Inferno Duplex - Arte e design

Olaria - Peças em cerâmicas exclusivas

Tiago West - Poesias e artes visuais para paredes

Avoador - Garimpo de vinil, fitas cassetes e cds

Bem da Terra - Molhos de tomate artesanais e óleos essenciais

Zanzar Edições - Acervo de livros da editora e Maria Alice Amorim 

Luoli - queijos veganos de castanha

Empório da Casa - Antepastos, granola, geleias etc

Ziriguidum - Drinks

Turvalina - Cerveja artesanal

Sra. Fuyu - Roupas confortáveis e únicas, com destaque para os kimonos



DOMINGO (4):


Neste dia, novos expositores se somam ao Mercado Capitão, além de parte dos que já participam desde o sábado, como: Cerâmica do Cabo, Bazar das Plantas, Pepita Garimpo, Lavandalma, Cabrera, Ziriguidum, Turvalina, Deriva, Empório da Casa, Avoador e Olaria.


Confira os novos:


Mestre Nena

Leila Bastos - vestuário com bordados exclusivos

Janaína Dutra - Jóias em porcelana com detalhes em ouro e prata, além do design contemporâneo presentes nos objetos para decorar

Soy Marina - Prata artesanal

Sina Atelier - Ateliê de costura sob medida que levará uma coleção exclusiva para o Mercado Capitão

Heitor Pontes - Arte e Designer exclusivo em peças

Azú -  Arte e artesanato para decoração 

Boça - Bolsas em crochê

Dufrancês - Queijos finos de produção própria

Massa Padre - Pães artesanais

Duvernoy Chez Moi - Pratos, sobremesas e conservas de inspiração francesa.


Mestre Nena 


MESTRE NENA - Severino Antônio de Lima, o mestre Nena, nasceu no dia 15 de junho de 1964, na Vila das Mercês, distrito do Cabo de Santo Agostinho, município da Região Metropolitana do Recife. Com a morte do pai, Manoel Serafim, caldeireiro da Usina Mercês, foi morar ainda menino com os avós no Mauriti, bairro central da cidade que já nos anos 1960 se destacava pela concentração de olarias e pela produção em cerâmica. 


Nena cresceu acompanhando o trabalho de oleiros e de grandes mestres artesãos, como Celestino José Mota Filho, o seu Celé, um dos precursores no Cabo de Santo Agostinho, nome fundamental na formação da identidade da cerâmica do Mauriti, fundador e primeiro presidente da Associação do Ceramistas do município. “Morava vizinho à Olaria de Celestino e fiquei encantado com todo aquele movimento ”, recorda Nena, que aos dez anos de idade tinha o barro como ocupação, e com apenas 14 anos já bancava os estudos dos irmãos mais novos.

De ajudante a oleiro experiente, apesar da pouca idade, Nena dedicou décadas de sua vida à fabricação da cerâmica utilitária, chegando a produzir 300 filtros de água por semana. “Foi uma época difícil. Fazia aquele trabalho repetitivo, em grande quantidade, e sempre chegava em casa praticamente sem dinheiro. Apesar de tudo, nunca deixei de ter esperança de que um dia tudo mudaria”, lembra.

E mudou. Em 2003, a partir de um trabalho desenvolvido pelo Laboratório de design O Imaginário (UFPE), em parceria com o Sebrae, os artesãos do Mauriti tiveram a oportunidade de ampliar conhecimentos técnico e mercadológico no momento em que a cerâmica local se encontrava em pleno declínio. A ação do Imaginário foi importante para o resgate histórico e abertura de novas perspectivas para antigos e jovens artesãos. 

As iniciativas estimularam mudanças projetando o trabalho manual a uma nova realidade criativa e qualitativa. Em 2007, um passo significativo desse processo foi dado com a inauguração do Centro de Artesanato Arquiteto Wilson Campos Jr. - construído pela Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho com a colaboração de entidades parceiras. Mestre Nena, que tem no Centro de Artesanato espaço para sua produção, protagonizou tais mudanças. Deixou para trás os filtros de água para dar vazão à veia criativa, marca definitiva de seu trabalho. 

“O pessoal do Imaginário foi muito importante na minha vida. Eles ajudaram a abrir a minha mente. Acredito que na vida Deus coloca anjos em forma de gente em nosso caminho”, afirma. Suas peças modeladas em torno estabelecem um diálogo entre o tradicional e o contemporâneo. Nena inspira-se na natureza e no prazer assegurado pelo próprio ofício. Inova em suas leituras estéticas ao criar vasos, pêndulos, castiçais entre tantas outros objetos utilitários e decorativos. “Gosto de ser desafiado pela peça; acho que isso está na alma de todo artesão”. 

Nena integra a Alameda dos Mestres da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) desde 2016. Acredita que o evento é um grande momento para todos os os artesãos devido à interação com o público e outros criadores. Sua arte cerâmica já o levou em viagens pelo Brasil. “Tenho imenso prazer em trabalhar com o barro e a trajetória de minha vida é um grande testemunho disso. O barro me tirou das dificuldades, alimentou meus filhos e me completa”, assegura o mestre.


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