“A arte de se tornar ignorante” de Flávio Brayner lançado pela Cepe Editora
Comentários racistas, ameaças ao ensino, ataques à ciência e o
desmonte da cultura apregoados pelo governo federal e por cidadãos brasileiros
serviram de mote para o professor Flávio Brayner (Foto: Divugação) escrever crônicas
semanais. Parte desses artigos, publicados na página de Opinião do Jornal do
Commercio de 2016 a 2019, com agudeza e ironia fina, estão agora reunidos no
livro A arte de se tornar ignorante
que a Cepe Editora lançou nestaúltima quinta-feira (1º/07).
A arte de se tornar ignorante tem 288 páginas e 125 crônicas
selecionadas de acordo com os eixos que conduzem o livro: Os outros, A arte de
se tornar ignorante, Universitas, O tempora, o mores!, Política & História
e O que fizeram de mim. Nos textos, curtos e elegantes, Flávio Brayner registra
suas memórias e, principalmente, aquilo que absorve em leituras e conversas.
“Um pouco de atenção que dedico à nossa época, seus costumes, sua decadência,
aos ditos das pessoas, às declarações de homens públicos, às passagens dos
grandes clássicos da cultura, e que me servem de motivo e tema para os
artigos”, afirmou o autor.
Frente aos ataques do governo federal à cultura,
ele dedicou um artigo ao sociólogo e crítico literário Antonio Candido
(1918-2017) no qual destaca: “A literatura deveria ser encarada como um direito
universal e inalienável sem o quê nossa humanidade está em risco.” Flávio
Brayner também se manifestou, numa das crônicas, ao ler uma proposta de
cassação do título de Patrono da Educação Brasileira dado ao educador Paulo
Freire (1921-1997), que usava como argumento avaliações internacionais da
educação no País com resultados negativos.
“As orientações pedagógicas das instituições
públicas e privadas brasileiras não são freireanas. Bem antes de Freire, nossa
educação já era um desastre republicano! Ao fim da Primeira Guerra Mundial
(1918), apenas 8% da população nordestina era alfabetizada”, ressaltou Flávio
Brayner no artigo. Em vários textos, aliás, ele defende a importância da escola
para a formação integral de cidadãos com pensamento crítico e a manutenção dos
cursos de filosofia no ensino médio, em resposta a projetos do governo federal
para acabar com a disciplina.Flávio Brayner
“É
interessante ver como parte desses artigos, com a produção de Flávio Brayner
como cronista e articulista de 2016 a 2019, ainda são muito atuais. Ele
consegue se alternar de forma muito sutil e leve entre temas imediatos, entre
propostas políticas e eventos e também sobre questões fundamentais e
duradouras, como conceitos de cultura e educação”, declarou o jornalista e
editor da Cepe Diogo Guedes. “Com o que está acontecendo no Brasil nos últimos
anos, A arte de se tornar ignorante continua bastante atual e de leitura
provocativa”, acrescentou.
SOBRE O AUTOR- Paraibano de nascimento, Flávio Henrique Albert Brayner é professor aposentado do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Em março de 2021, recebeu o título de Cidadão Pernambucano, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. É formado em história pela UFPE e autor de vários livros na área de educação.
SERVIÇO
O
que: live de lançamento de A arte de se tornar ignorante com Flávio Brayner,
Anísio Brasileiro e Lourival Holanda
Preço:
R$ 40 (impresso) e R$ 16 (e-book)
Onde
comprar: Lojas físicas e site da Cepe (www.cepe.com.br/lojacepe/)
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