Liderado por uma mulher, espaço circense independente luta para resistir à pandemia em Recife
Criado há 4 anos por Malu Vieira, professora de tecido acrobático, o Casulo recorreu a uma campanha de financiamento coletivo para se recuperar diante da crise provocada pelo coronavírus. foto de Rodrigo Garcia
O setor cultural é um dos mais afetados pela crise econômica em decorrência da pandemia do coronavírus. Profissionais liberais ligados à área, artistas de uma maneira geral e os que encabeçam espaços culturais independentes sentem fortemente os impactos da crise e lutam de variadas maneiras para resistir.
As iniciativas do poder público para quem trabalha com cultura têm se mostrado insuficientes e muito burocráticas para a urgência que o momento pede. Diante disso, os profissionais ligados à cultura e à arte têm contado com o apoio coletivo para se restabelecer.
Uma prática que tem surtido bastante efeito são as campanhas de financiamento coletivo que, por meio de parcerias com quem acredita na causa, oferecem recompensas em forma de produtos e serviços para as pessoas que aderirem à campanha. Não se trata de doação. Quem adere à campanha, compra um produto ou serviço, sabendo que o valor pago irá contribuir para uma causa maior. Vale destacar que é possível contribuir com esse tipo de campanha através de valores super acessíveis. Há contribuições a partir de R$ 10.
Malu Vieira, mãe, professora de tecido acrobático e fundadora do Casulo, espaço cultural independente em Casa Amarela, na Zona Norte de Recife, recorreu a essa alternativa, quando lançou a campanha de financiamento coletivo “Apoie o Circo em Recife: Ajude o Casulo”. “Nesse momento que estamos vivendo, tem me chamado atenção o poder da solidariedade. É muita gente se ajudando e unindo forças em prol de causas que acreditam e que são urgentes. É lindo de ver!”, conta Malu.
A campanha “Apoie o Circo em Recife: Ajude o Casulo” oferece como recompensa vivências online de frevo, teatro butô, parada de mãos, palhaçaria, bufonaria, consciência corporal e produção independente em circo. As atividades são oferecidas por artistas renomados do Brasil, Argentina e Portugal. Há também as recompensas físicas que são compostas por prints de tela, camisas, ecobags, canecas, garrafinhas de água, cartazes e ímãs com artes de Tiago West, Rafa Sobral, Mura Muro e Eduardo Azeredo.
Atualmente, o Casulo é composto por 6 pessoas, sendo 4 LGBT, metade do grupo é de pessoas negras e metade é mulher e a manutenção do espaço representa o sustento (ou parte dele) para elas. Com o dinheiro arrecadado com a campanha, o Casulo irá quitar dívidas acumuladas durante o período de paralisação e adquirir um sistema de roldanas para adequar a prática de aéreos (um dos serviços oferecidos no espaço) ao contexto da pandemia, pois agora os equipamentos não podem ser compartilhados entre os alunos. Além disso, serão trocados refletores queimados, feita a manutenção da coberta e da lona lateral e a reforma elétrica para maior segurança do espaço.
O Casulo é uma das poucas escolas de práticas circenses em Recife, promovendo, além de aulas, intercâmbio com artistas de outros estados e países, produzindo espetáculos e possibilitando estudos e pesquisas dentro da arte circense. Como dizia a artista de circo Anne Fratellini, “Para que uma arte sobreviva, ela precisa fazer escola”.
SERVIÇO
Apoie o Circo em Recife: Ajude o Casulo - campanha de financiamento coletivo para reerguer o Casulo, escola de arte circense em Casa Amarela, Zona Norte do Recife (PE)
www.benfeitoria.com/ajudeocasulo
Mais informações: Malu Vieira - (81) 9 9546-5378
Para conhecer o Casulo: https://www.instagram.com/voacasulo/
Calendário das Vivências online
Vagas limitadas
Inscrições: www.benfeitoria.com/ajudeocasulo
Bate-papo sobre produção independente de circo
4 de fevereiro, das 20h às 21h
Com (PE)
Bate-papo sobre criação em palhaçaria e circo no formato audiovisual
05 de fevereiro, das 18h às 20h
Com Giulia Cooper (SP)
Oficina: Frevando em casa!
09 de fevereiro, das 19h às 20h30
Com Inaê Silva (PE)
Oficina: Consciência do corpo
15 de fevereiro, das 15h às 17h
Com Nádia Toffaletti (ARG)
Oficina de Bufão (Bufonaria)
19 e 20 de fevereiro, das 9h às 13h
Com Filipa Mendes (PT)
Oficina: Dança das trevas - o butô de Kazuo Ohno e Hijikata Tatsumi
25 de fevereiro, das 19h às 20h30
Com Franz Andrade (PE)
Oficina: Introdução à parada de mãos
1 e 3 de março, das 18h30 às 20h30
Com João Lucas Cavancanti (RJ)
Oficina: Palhaçaria Sistêmica: a integração do feminino
8, 12, 15, 19 e 22 de março 2021, das 10h às 11h
Com Nina Rocha (BR/PT)
Oficina: O grande Circo Místico
23 de março, das 19h às 22h
Com Felipe Reznik (RJ)
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