Ônibus do Grande Recife ganham exposição por uma infância sem racismo



 Até o dia 31 de outubro, todos os ônibus que compõem atualmente a frota em circulação do Grande Recife Consórcio de Transportes ganham uma exposição fotográfica para lembrar o mês dedicado às crianças. A mostra itinerante da fotógrafa Andréa Leal traz como tema “Por uma infância sem racismo” em consonância com a campanha lançada pelo Unicef, para alertar sobre os impactos do racismo na vida de milhões de crianças e adolescentes brasileiros e a necessidade de uma mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico e racial desde a infância, convidando cada um a atuar a seu modo por uma infância e adolescência livres do preconceito racial.

Presidente e fundadora do Instituto Luz Natural, instituição sem fins lucrativos que utiliza a fotografia como ferramenta de mudança social, Andréa se juntou ao Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo que reuniu 12 alunos para que mostrassem seu protagonismo e suas histórias de luta contra o preconceito, por oportunidades, resgate da autoestima e valorização de suas raízes culturais.

Além da exposição, que também pode ser conferida gratuitamente em ambiente virtual, as imagens deram origem a um foto-livro cujo lucro da  venda será revertido para a ONG que atua há mais de 30 anos na comunidade de Chão de Estrelas, no Recife, com trabalho socioeducativo e resgate da cultura popular e negra por meio de oficinas de danças afro e popular, artes plásticas, percussão, canto, hip hop, leitura, cidadania, entre outras e sobrevive com ajuda de voluntários e doações. Além das fotografias, o álbum traz depoimentos das crianças ou seus pais e repassa 10 atitudes que cada um pode tomar para contribuir por uma infância sem racismo. As peças fazem parte do projeto “Toda Criança é Especial” realizado há 4 anos para que cada criança conte a história da sua vida como deseja, sem sofrer qualquer violência ou discriminação e para que viva plenamente, como toda criança merece.

Este ano, a iniciativa acontece também em homenagem ao menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morto no dia 02 de junho de 2020 após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife. A criança estava sob os cuidados da patroa de sua mãe, trabalhadora doméstica que havia levado o cachorro dos donos da casa para passear. Um caso que chocou o país e lançou luz sobre os rumos que a discriminação racial tem tomado na vida de nossas crianças.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Exposição na Galeria Massangana conta a atuação do Ministério Público contra o racismo em diálogo com obras de jovens artistas

“Chupingole! As aventuras de um mangueboy’, uma comédia em cartaz no Teatro André Filho

Espetáculo “DOA, VOA!” estreia com apresentações gratuitas no Recife