Joca Souza Leão lança novo livro de crônicas


Editada pela Cepe, publicação traz “causos” e diálogos (im)prováveis escritos pelo autor

O cronista Joca Souza Leão lança, no dia 12 de novembro, seu novo livro: A Primeira Vez. Crônicas e 101 Diálogos (Im)prováveis, sua quarta publicação editada pela Cepe - Companhia Editora de Pernambuco. O evento de lançamento, aberto ao público, acontece no Bar Real, em Casa Forte, a partir das 19h.

Com projeto gráfico assinado por Ricardo Melo, capa dura e 236 páginas, o livro é dividido em duas partes, com dois prefácios. Na primeira, 70 crônicas, prefaciadas por Everardo Maciel, que põe de lado seu saber tributário para discorrer, com coloquialidade e fluidez, como numa crônica, sobre a obra e o autor. Na segunda parte, os 101 diálogos têm prefácio do jornalista, escritor e compositor Aluízio Falcão.  

As crônicas de Joca, tanto neste livro quanto nos anteriores, traduzem o que se pode chamar de ethos pernambucano: gostos, costumes e valores de personagens anônimos e famosos. Quando não pernambucanos, vistos com um olhar pernambucano ou, pelo menos, a partir de Pernambuco. Ao narrar suas crônicas, Joca faz um registro de sua época, apresentando, mais que episódios bem-humorados, preciosos testemunhos da micro história cotidiana.

O repertório das crônicas é variado: política - “assunto incontornável nesses tempos de cóleras e abismos”, diz o autor; a cidade em si - questões urbanas sobre as quais o cronista se permite sugestões concretas que estão a merecer atenção de prefeitos sensíveis; pequenos dramas e comédias do cotidiano; reminiscências pessoais para além do meramente nostálgico, como futebol e cultura; entre outros temas.

Sobre os diálogos contidos no livro serem prováveis ou improváveis, Joca diz que são as duas coisas. “Alguns são literais, ipsis litteris. Outros, metzzo a metzzo. E em alguns, os personagens talvez não tenham falado exatamente o que anotei; mas que pensaram, pensaram. No livro, eu explico tudo direitinho”, afirma.  E o autor fala ainda sobre a “química” que usou nos diálogos.

“Pincei-os de romances, poemas, entrevistas, mesas de bar, ouvir dizer... e de tudo mais que você possa imaginar. Por exemplo: o governador da Paraíba, João Suassuna, foi inaugurar um hospital psiquiátrico e reconheceu um doido que estava empurrando um carro de mão emborcado. ‘Gaudêncio, eu vou lhe ensinar como se usa o carro de mão’. E ouviu como resposta: ‘Saber eu sei, mas se usar direito, eles me botam pra carregar pedra’. Assim foi a conversa do governador com o doido que, como se vê, nem era tão doido assim, né?”, conta o cronista, explicando que também juntou e colocou séculos e continentes, gente que nunca, sequer, teve notícia uma da outra. “Por isso, os diálogos são prováveis e improváveis; ou seja, ‘(im)prováveis’, como grafado no livro”, finaliza.

Sobre o autor

Na última página do livro, assim estão registrados os dados biográficos do autor, representados por um desenho em bico de pena, assinado por Ricardo Melo: “Joca (João Augusto) Souza Leão. Anos 1970. O jovem publicitário estava, por assim dizer, com a vida encaminhada. Tinha um bom emprego e estudava Direito. Mas largou tudo e se mandou. Foi estudar Comunicação e Marketing em Londres, por quatro anos. Como publicitário, ganhou a vida por 43 anos. Como redator, ganhou muitos prêmios, e como dono de agência, algum dinheiro. Aí foi a vez de largar a propaganda. E se dedicar à crônica”. Entre seus livros publicados estão: Pano Rápido (2011), Crônicas (2013), Crônicas e 50 Histórias Miúdas (2016), todos editadas pela Cepe - Companhia Editora de Pernambuco.

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