A mulher monstro no Recife, hoje




O polêmico e premiado espetáculo "A Mulher Monstro" estará no Recife de 27 a 30 de junho. Quinta, sexta e sábado às 20h, e domingo às 19h. Será no Teatro Hermilo Borba Filho no Recife Antigo.

O espetáculo de José Neto Barbosa é uma colagem de declarações lamentáveis, polêmicas e verídicas. Foram partida para a construção do texto opiniões das redes sociais, das ruas e as posturas de políticos e figuras públicas, como as do presidente Jair Bolsonaro e seus coligados. A tragicomédia fala do desrespeito para além do preconceito. Trata a atualidade política e social do Brasil através da figura de uma burguesa, falsa cristã, perseguida pela própria visão intolerante da sociedade, sem saber lidar com a solidão e as suas relações num tempo de ódio, golpes e corrupções vistos sem vergonha. Presa numa jaula, há a transformação de um verdadeiro monstro.

Algumas curiosidades sobre o espetáculo:

- Considerado pelo Instituto Casa da Democracia uma das quatro peças de teatro em disputa pela democracia no Brasil.
- Foi o maior público do maior festival de teatro da América Latina, o Festival de Curitiba 2019;
- Vem lotando teatros com sucesso de público e crítica por onde passa, mas também tem sofrido boicotes e ameaças por extremistas políticos e partidários;
- Construído a partir de declarações de Jair Bolsonaro e de figuras públicas não só nas redes sociais;
- Premiado Melhor Monólogo do Teatro Nacional 2017 pela Academia de Artes no Teatro do Brasil/Prêmio Cenym, onde em 2015 José Neto Barbosa venceu a categoria Melhor Ator: nas duas edições concorreu com nomes como Ary Fontoura, Álamo Facó, Paulo Betty, Gregório Duvivier, Marcos Veras, Marcos Caruso, entre outros grandes nomes do teatro brasileiro;
- Baseado na Mulher Monga/Konga dos parques e circos nordestinos;
- Inspirado no conto Creme de Alface de Caio Fernando Abreu, escrito em 1975 durante ditatura militar, mas só lançado em 1994;
- Já foi visto por mais de 10 mil pessoas, com 69 sessões passou por 14 cidades brasileiras, em 07 estados de 03 regiões do país, sendo destaque em mais de 15 festivais/mostras nacionais e internacionais;
- A Cia. conta com mais de 17 títulos entre premiações, indicações, menções honrosas e homenagens solenes;
- Durante todo o espetáculo o ator fica preso em uma jaula, iluminado por luzes domésticas numa mesa artesanal de operações;
- Peça impactante, interativa e que evolui suas cenas por sessões de acordo com fatos políticos e históricos;
- O espetáculo garante emoção e discussões para além da ficção apresentada, prometendo a transformação de um verdadeiro monstro.



Mais sobre a obra e sua criação:
A evolução do espetáculo é genuinamente viva, adaptações do texto ocorrem de acordo com as manchetes e acontecimentos históricos e políticos. Cada sessão é passível de modificações e experimentações performáticas, culminando em necessárias interações com a plateia.

O processo de construção da peça começou em 2015, junto a efervescente polarização e crise política do país. Surgiu diante das barbáries sempre lidas e ouvidas de forma tão escancarada no dia a dia e, agora, acentuada não só na internet. É inspirado na poética da Mulher Monga/Konga dos parques e circos nordestinos de um passado recente, ainda presente no imaginário popular - uma forma poética de transpor o que realmente deve ser considerado como monstruoso. A encenação expõe falas reais, verdadeiras monstruosidades ditas e praticadas. São postos variados tempos-espaços em cena, denunciando expressões e atitudes radicalistas, fundamentalistas e segregacionistas do cotidiano.

Aborda a discriminação social em tempos de alienação e ira, como a defesa do militarismo, armamentos e justiça com as próprias mãos. Não apenas metaforicamente enjaulada, ela argue as mais variadas faces da intolerância: xenofobia, racismo, sexismo, gordofobia, homolesbotransfobia e até mesmo o machismo. A dramaturgia impacta posições de opressão, assédio, egoísmo e medo, tocando em questões urgentes de gênero, sua diversidade e o papel da mulher na sociedade. Mulher essa que mesmo quando reprodutora do machismo, ainda sim, é a maior vítima. Trata-se de uma personagem que ignorantemente se opõe ao feminismo. O ator-encenador também insere na obra memórias pessoais como subversão das dores e da sua depressão, num processo que documenta também situações da própria vida.A peça foi inspirada no conto Creme de Alface de Caio Fernando Abreu escrita em plena ditadura militar, só publicada depois, durante a tentativa de redemocratização brasileira. Ainda tão atual, Caio F. fez única posição e registro encontrado sobre a obra antes de falecer: "o que me aterroriza neste conto de 1975 é a sua atualidade. Com a censura da época, seria impossível publicá-lo. Depois, cada vez que o relia, acabava por rejeitá-lo com um arrepio de repulsa pela sua absoluta violência. Assim, durante vinte anos, escondi até de mim mesmo a personagem dessa mulhermonstro fabricada pelas grandes cidades. Não é exatamente uma boa sensação, hoje, perceber que as cidades ficaram ainda piores, e pessoas assim ainda mais comuns".

SERVIÇO:
A MULHER MONSTRO
DE 27 A 30 DE JUNHO
QUINTA A SÁBADO ÀS 20H
DOMINGO ÀS 19H
TEATRO HERMILO BORBA FILHO
(CAIS DO APOLO, 142, RECIFE ANTIGO, CEP 50030-220)
R$ 30,00 INTEIRA
R$ 15,00 MEIA/PROMOCIONAL
Ingressos promocionais estão vendendo no link: https://www.sympla.com.br/a-mulher-monstro-em-recife__555843




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