A obra de Farnese de Andrade no Recife, a partir de quinta, 13
Mostra apresenta um
conjunto de assemblages e objetos do artista mineiro que é um dos ícones da
arte brasileira
A CAIXA Cultural Recife apresenta, a partir do
dia 13 de dezembro (quinta-feira), às 19h, a exposição “Farnese de Andrade – Arqueologia
Existencial”. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta
um conjunto de cerca de 40 obras pertencentes a coleções particulares, mapeando
sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. Com entrada franca, a mostra
fica em cartaz até o dia 17 de fevereiro de 2019.
A mostra circula desde 2015 e já passou por
Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, nesta última, com versão ampliada em homenagem ao aniversário
de 20 anos de morte do artista mineiro, falecido em 1996. Na CAIXA Cultural
Recife são apresentadas obras, entre assemblages e objetos, além da exibição do filme
"Farnese" (1970), do cineasta Olívio Tavares e Araújo, uma entrevista
em vídeo com o curador e textos/poemas que ajudam a elucidar a trajetória e
fundamentos criativos do artista.
Farnese de Andrade foi um artista múltiplo, cuja
produção, vida e arte se enlaçam de maneira inseparável dando origem a uma obra
densa, de caráter fortemente autoral. Começa sua carreira como desenhista e
gravador e, a partir de 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos
de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados
nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro,
armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos
usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza com frequência velhos
retratos de família e postais, e começa a realizar trabalhos com resina de
poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil.
Apontado como dono de uma personalidade difícil
e de um trabalho marcadamente autobiográfico, Farnese revelou nas obras sua
densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da
sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto
libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro. Enclausurado
na própria solidão, expressou principalmente o embate dos seus medos, dores,
tristezas, rancores, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria. A poética de
Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras
tendências do período, como as da arte construtiva e concreta.
Praticamente esquecido nas últimas décadas,
Farnese foi regularmente premiado de 1962 a 1970, como no Salão Nacional de
Arte Moderna de 1970 - Prêmio de viagem ao exterior, e mais recentemente em
1993 - Prêmio Roquette Pinto de Os Melhores de 1992, pela exposição “Objetos”. Farnese
é um dos mais valorizados artistas brasileiros e tem obras nas maiores coleções
particulares e museus do Brasil e do mundo.
Serviço:
Exposição “Farnese
de Andrade – Arqueologia Existencial”
Local: CAIXA Cultural Recife –Avenida Alfredo Lisboa, 505 -
Bairro do Recife, Recife - PEAbertura e visita guiada com o curador: 13 de dezembro de 2018 (quinta-feira), às 19hVisitação: de 14 de dezembro de 2018 a 17 de fevereiro de 2019Horário: terça a sábado, das 10h às 20h | domingos, das 10h às 17hEntrada FrancaClassificação indicativa: Livre para todos os públicosAcesso para pessoas com deficiênciaInformações: (81) 3425-1915 Patrocínio: CAIXA e Governo Federal
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