“A Mandrágora”, em cartaz hoje e amanhã, no Teatro Arraial Ariano Suassuna
A Mandrágora, no Teatro Arraial
Que tal assistir ao espetáculo “A
Mandrágora”, não a obra clássica de Maquiavel escrita no século XVI, mas a
versão concebida pelo dramaturgo Guilherme Vasconcelos a partir da obra de Maquiavel,
só que ambientada no sertão nordestino (Paraíba/Pernambuco). Se você gosta de
rir com as armações daquele povo esperto que teima em passar os outros para
trás esta montagem é um prato cheio! A realização é do produtor Taveira Junior,
da Galharufas Produções, com direção de encenação e de arte assinadas por
Marcondes Lima.
A Mandrágora estará em cartaz
nas sextas e sábados, até 10 de novembro,
sempre às 20h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora). Ingressos a
R$ 20 e R$ 10, com incentivo da. Fundarpe/Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco.
No enredo, um rapaz jovem quer
desfrutar dos prazeres carnais junto a uma esposa de moral irretocável, casada
com um coronel mandão que não consegue lhe dar filhos (ou o problema será com
ela?). O galã namorador tem a parceria de um amigo sacana armador de planos,
que consegue induzir outras figuras nada confiáveis, como um padre e a própria
mãe da moça, cada qual com seus interesses fortuitos, para o plano. A ideia é
por o rapaz fingindo-se de médico respeitável conhecedor da cura para o mal do
casal, uma receita à base de um a planta chamada mandrágora. Bom, o que se ê a
partir daí são mil enganações e trapaças, que revelam que ninguém ali é santo e
todos escondem verdadeiras imoralidades.
A obra traz como maior destaque
o uso de expressões do universo nordestinês que o diretor Marcondes Lima
apimentou ainda mais a coisa, com certo erotismo que paira em toda a montagem
aliando a canções no estilo brega. A direção musical é de Samuel Lira.
Instituições como a família e a igreja levam verdadeiras bordoadas no
desenrolar da trama, e a corrupção moral é reinante. Dinheiro e sexo falam mais
alto, mas a gente ri das sacanagens deste mundo desonesto, infelizmente retrato
dos tempos atuais para alguns setores de nossa sociedade.
Elenco de A Mandrágora
A encenação é simples e
pretende dialogar com a chanchada em seu humor mais ingênuo (não há apelações
de fato). Com cenário único em cores berrantes, figurinos que primam por
valorizar silhuetas e iluminação funcional comedida (luz de Jathyles Miranda de
Souza), o espetáculo reflete uma opção pelo mínimo em tempos de crise
financeira. Quanto aos intérpretes, ninguém faz nada diferente do que se espera
grande parte já tarimbada por anos e anos de humor no palco, a exemplo de Mário
Antônio Miranda como e Múcio Eduardo. Vale ressaltar o trabalho de Diógenes D.
Lima como Ligúrio, o grande arquitetador das trapaças, com um tipo que
conquista; de Normando Roberto Santos, na pele do Padre Timóteo e de Flávio
Andrade, no papel de Calímaco, o galanteador. As três mulheres em cena são
Nínive Caldas, Thalita Gadêlha e Carmem Alves.
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