Alexandre Dacosta, carioca da geração 80, inaugura no Mamam a exposição Autopoese
Alexandre
DaCosta com microtridimensional serie
adjetos hipercubo 5mm / Foto Mauricio
Wanderley
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Objetos, cores,
palavras, signos: a poesia-visual de Alexandre DaCosta ganha destaque na Mostra
que será inaugurada dia 20 de setembro no Museu de Arte Moderna Aloisio
Magalhães
Advindo da Geração 80, Alexandre Dacosta, artista visual,
cineasta, compositor, músico, ator e poeta, apresenta pela primeira vez seu
trabalho na cidade do Recife, em exposição individual no MAMAM – Museu de Arte
Moderna Aloisio Magalhães. AUTOPOESE reúne obras visuais diversas do artista,
que vale-se do humor e da crítica nas suas produções.
Uma mostra que abarca todos os andares do Museu, reunindo
dezoito anos de atividade do artista com a linguagem poética-visual. São poemas-objeto,
poesias gráficas e vídeos que fazem parte de seus livros autopoese, lançado em
forma de E-Book pela editora Lacre em 2018, [tecnopoética] (e Editora 7 Letras
em 2011) e do Livro-CD ADJETOS - com dezoito canções para esculturas (Editora 7
Letras 2011).
Radiografia 2012-2014 | Foto Tales Leite
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São 60 obras tridimensionais e 12 vídeos poéticos-experimentais
de curta duração que serão exibidos numa das salas do museu. Na exposição,
realizada sob a curadoria de Joana D’Arc, o público poderá conferir os diversos
materiais usados pelo artista: “Rãdiografia”, uma caixa de luz de médico
com o raio-x de uma rã com o poema: “a rã coaxa ao rés do brejo parco/acha que
chá de sumiço é mergulho no charco” - “Furor”, um alvo de tiro de 70
centímetros de diâmetro em que as letras que formam, Furor e Fulgor, aparecem
como tiros - “Atrorretrato”, um porta-retrato digital com 16 fotos 3 X 4 do
artista de várias épocas, que se sucedem com versos, formando um
poema-confissão: “se meu atro dentro incomoda/a sombra do outro me acomoda.
“Vi...Aturas?”, uma traseira de carro com a frase composta de diversas letras
de marcas automotivas: “Toda Via Atura Milhas e Marcas de Supérfluas Viaturas”
- “Cérebro”, uma caixa com 20 chaves diferentes, uma para cada região da nossa
massa encefálica - “Lubrificalma”, um recipiente de plástico, cujo produto
interno quando ingerido limpa e renova a alma, dizem os dois rótulos aplicados.
Também as poesias gráficas de Alexandre estarão ampliadas em
chapas de PVC, com textos inseridos em diagramas, fluxogramas e em divertidos
desenhos técnicos de aparelhos eletrônicos e maquinários diversos, bem como,
placas antigas de preço com letras aplicadas, utilizadas em padarias e
botequins, e pequenas placas de aviso inusitadas e desorientadoras estarão
distribuídas por todo o espaço do Museu.
No setor educativo do MAMAM, um tablet estará disponível para o
público acionar o E-Book Autopoese e o álbum Antimatéria com 13 canções do
artista lançado no ano passado. E Fragmentos da “Rádio Varejo” serão ouvidos
junto com os vídeos da exposição - arte sonora que Dacosta está gravando desde
2016, que já conta com 2 horas ininterruptas de áudio-poemas, canções, textos e
sons experimentais.
Na inauguração desta exposição serão apresentadas ao vivo a
série Participatura - Metodologia do Espontâneo, composições musicais de
Alexandre Dacosta, cujas partituras-vídeo são projetadas para os músicos
interpretarem a escritura visual-musical ao vivo. Serão tocadas 2 “canções
insinuativas”: "Em Raios Fúlgidos“ para trombone e "Bolor" para
fagote com os músicos pernambucanos. Essas duas peças já foram executadas em
concertos no Rio de Janeiro e Montevideo / Uruguai.
Alexandre escreve na introdução do seu E-book: “Alguns
poemas-objeto não comportam textos, frases, palavras, apenas uma estranha
fisionomia, que à primeira vista, pode deixar o expectorante espectador em
sentido de interrogação. A chave está no título, que deflagra a fagulha da
ignição e liga a engrenagem do motor de uma forma diversa do olhar. (...)
“Página a página, com a materialidade física dos poemas-objeto e a
impalpabilidade das poesias gráficas, procuro criar um vínculo intrapessoal de
incursão do leitor em um espaço cósmico cômico onde o requintado adorno do
humor se insere de maneira a particularizar o campo focal: vista aérea de um
amplo mapa que representa um autoterritório, um autoplaneta, um autouniverso,
uma área útil de sensível exploração filosófica do pensamento”.
Serviço:
Exposição Autopoese, de Alexandre
DaCosta
Abertura: 20 de setembro (quinta)
Local: Museu de Arte Moderna
Aloisio Magalhaes – Mamam
(Rua da Aurora, 265, Boa Vista)
Visitação: 21 de setembro a 25
de novembro (entrada gratuita)
terça a sexta: 12h às 18h
sáb e dom: 13h às 17h
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