Projeto Cantoria Agreste homenageia Dominguinhos no teatro de Santa Isabel

Foto: Diego Araújo
Após sucesso de público em São Paulo e Garanhuns, espetáculo apresentado por Gennaro, João Netto, Marcelo Melo e Sérgio Andrade homenageia Dominguinhos em 12 de julho, às 20h, no teatro de Santa Isabel.

Nascido em Garanhuns, Dominguinhos se tornou a maior retrato da música  do agreste pernambucano, traduzindo a confluência entre as regiões nordestinas. Área de transição entre as paisagens, o agreste promove o diálogo da ciranda com o baião, da caatinga com o que restou da mata atlântica, a melodia de Luiz Gonzaga com a poesia de Carlos Pena Filho. Por isso, o projeto Cantoria Agreste foi concebido como uma travessia que leva o espectador do sertão ao litoral através do cancioneiro de Dominguinhos, aqui homenageado por Gennaro, João Netto, Marcelo Melo e Sérgio Andrade.

Recife recebe essa celebração no dia 12 de julho, próxima quarta-feira, às 20h, no teatro de Santa Isabel Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e estão à venda na loja Passa Disco e pelos telefones (81) 99907 3191 e (81) 3088 3389, através dos quais poderão ser combinadas entregas em domicílio. Músicos com carteirinha da Ordem de Músicos do Brasil (OMB) também pagam meia.

O repertório irá explorar não só as canções do sanfoneiro, como também outros títulos que se inserem no universo sonoro agrestino. Estão previstas músicas e parcerias de Dominguinhos como “Eu só quero um xodó”, “Arrebol”, “Sanfona Sentida”, Seja como Flor” e “Quem me levará sou eu”, além de composições de outros artistas, como “O Plantador” (Geraldo Vandré), “Ouricuri” (João do Vale) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga/Humberto Texeira). Filho de Arlindo dos 8 Baixos, o zabumbeiro Raminho irá reforçar a homenagem no Recife.

“Dominguinhos representou muito para todo músico pernambucano, porque ele foi uma transição da música feita para a música executada”, explica Sérgio, vocalista e fundador da Banda de Pau e Corda, sobre a escolha do homenageado pelo projeto, que foi idealizado por ele e o produtor cultural Rafael Moura. O Cantoria Agreste nasceu com a proposta de reunir amigos que tivessem Dominguinhos como elo comum, por isso, o primeiro nome que Sérgio pensou para integrar o projeto foi o sanfoneiro Gennaro, ex-Trio Nordestino, considerado um dos maiores herdeiros do garanhuense. “Conheci Dominguinhos aos 18 anos e nossa amizade foi crescendo. O seu diferencial era na forma de tocar, que ele já havia aprendido com Gonzaga, um formato mais parecido com os 8 Baixos, isso me influenciou diretamente”, observa Gennaro, que já gravou 7 discos com o mestre.

Enquanto cenário de tantas parcerias de Dominguinhos, o Recife também promete ser palco de um espetáculo memorável. A cidade proporcionou amizades como a do sanfoneiro e de Sérgio, que contou com a participação do mestre no disco “Nossa Dança” (1980), além de ter sido o espaço dos vários encontros entre o mestre e os demais integrantes do projeto. “A tradução de Dominguinhos para o palco é maravilhosa, porque todos tivemos um contato muito grande. Levamos para o show aquilo que a gente tinha com ele, a amizade”, fala Gennaro.

Serviço:
Cantoria Agreste
Quando: 12 de julho, às 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)

Sobre os artistas integrantes:
Sérgio Andrade é um cantor e compositor pernambucano, fundador de uma das mais importantes representações da música pernambucana dos anos 70, a Banda de Pau e Corda. Com 44 anos de carreira e mais de 10 discos gravados, percorreu os palcos de todo o Brasil cantando e encantando o público com letras que retratam o Nordeste e seu povo. Em suas canções estão representados os principais símbolos da cultura pernambucana, tal qual a ciranda, o carnaval, o sertão e o símbolo maior da resistência popular, Lampião. Sua voz doce ficou marcada em gravações como "Flor D’Água", "Esperança" e "Telha Nua". Em carreira solo desde 2009, lançou o CD “Outros Carnavais”, que reúne composições próprias e inéditas que representam uma nova faceta do artista, além do CD “FREVO”, totalmente dedicado ao mais pernambucano dos ritmos populares.

João Netto é um guitarrista, violonista e compositor brasileiro natural de Buíque, interior de Pernambuco, mas muito cedo mudou-se para Garanhuns onde iniciou sua trajetória na música. Quando menino entrou para o grupo mirins do SESC onde se destacou pelo imenso talento musical, daí por diante recebeu convites de vários grupos da época entre eles o grupo Super Oara de Arcoverde onde tocou por alguns anos. Depois passou temporadas em Petrolina, Juazeiro do Norte, Recife e São Paulo realizando inúmeros trabalhos e fazendo parceiros, dentre eles Nando Cordel e Maciel Melo. Durante sua longa trajetória tocou com grandes artistas, como Belchior, Gilliard, Alceu Valença e Nando Cordel, mas foi, sem dúvidas, o Mestre Dominguinhos com quem ele mais trabalhou, tendo passado mais de 10 anos viajando de Norte a Sul do Brasil registrando sua guitarra em shows e CDs do sanfoneiro.

Gennaro é cantor e compositor, mas é principalmente um dos principais sanfoneiros do país. Herdeiro de Luiz Gonzaga e do Mestre Dominguinhos, fez parte da segunda formação do Trio Nordestino, tendo substituído o Mestre Lindu ainda no início dos anos 1980. Antes disso já havia acompanhado Marinês e também o Rei do Baião. No início dos anos 1990 deixa o Trio Nordestino e consolida sua carreira como músico, cantor e compositor de primeira linha da música nordestina. Em sua trajetória artística, tocou e gravou ainda com artistas como Alceu Valença, Zé Ramalho e com o próprio Dominguinhos. Com quatro décadas dedicadas à música nordestina, Gennaro é hoje um dos maiores nomes do forró e importante representante do legado de Luiz Gonzaga.

Marcelo Melo é cantor, compositor e um dos principais violonistas de sua geração. Fundador do Quinteto Violado, focou seu trabalho na música regional, valorizando a cultura brasileira através de pelo violão, viola e voz até hoje, Marcelo imprimiu ao Quinteto sua identidade trabalhos de pesquisa e agregando às experiências pessoais. Sendo responsável inspirado na leitura da música dos folguedos populares, nos cancioneiros musical. A música praticada na sua vida é orgânica, com personalidade local, sempre nordestinos e  também através de uma criação autoral. Produz um som plantou uma semente de mudança no modo de sentir e expressar a música do universal com fortes influências nordestinas e cosmopolitas na sua harmonia. Não é exagero dizer que o primeiro disco do Quinteto Violado, há 45 anos, mundo. Nordeste do Brasil. Música esta que desbravou novos e amplos horizontes pelo mundo.

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