CINE PE chega à maioridade com casa cheia e programação plural

Cinema São Luiza Lotado na abertura do CINE PE
Foto:Lana Pinho
Teve início, na noite desta terça-feira (27), a 21ª edição do CINE PE.  Depois de mais de duas décadas de estrada, o festival alcançou sua maioridade com alguns percalços – o que apenas aumenta a dimensão da vitória ao se observar a enorme fila que se formou na frente do Cinema São Luís. Diante da casa quase lotada, a diretora do festival Sandra Bertini comemorou a realização desta edição, mesmo com todas as dificuldades. Após discorrer um pouco sobre sua própria história, há tantos anos atrelada a este evento que já deixou sua marca entre os mais importantes festivais de cinema do país, Sandra agradeceu profusamente a todos os que participaram de alguma forma do processo. Visivelmente emocionada, concluiu: “Obrigada, CINE PE, por me deixar fazer parte dessa história”.

Antes de iniciar a programação anunciada da noite, foram exibidos quatro curtas de animação stop motion, todos com cerca de dois minutos de duração. Utilizando desde os tradicionais bonecos de massinha a bonecas e peças de Lego, A lição, A perna cabeluda e o Saci, A menina do leite e Princesas foram produzidos durante uma oficina realizada em 2016, numa parceria entre o CINE PE e a Prefeitura do Recife. 


Na sequência, o diretor Danilo Baracho apresentou seu curta Los tomates de Carmelo, participante da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos. Ambientado na Espanha dos anos 1940, após a Guerra Civil Espanhola, o filme, segundo o cineasta, “se encaixa no atual momento de polarização política e ideológica do Brasil”. 

Como representante de Diamante, o Bailarina, o ator Sidney Santiago, que interpreta o papel-título, discorreu sobre como o curta-metragem do diretor Pedro Jorge aborda diversas problemáticas importantes, como “a negritude e o racismo estrutural da sociedade, a violência contra os LGBT e o descaso do estado com seus atletas”. Sidney citou ainda a frase do boxeador Muhammad Ali que serve como epígrafe do filme: “Voe como uma borboleta, ferroe como uma abelha”.

Finalmente, como parte da Mostra de Filmes Hours Concours, foi exibido o longa Real – O Plano por trás da História, de Rodrigo Bittencourt. O filme foi precedido pelo discurso do produtor Ricardo Fadel Rihan, que comentou algumas particularidades da obra cinematográfica que reconta o surgimento do Plano Real – mas que, segundo Ricardo, “não pretende ser o retrato oficial do plano econômico” – e sobre o legado deste para o país.


Nesta quarta (28) o evento segue com exibição dos curtas pernambucanos Almas Secas, Marina e o passarinho perdido, Soberanos da resistência e O ex-mágico, além de Luíza (PR) e Dia dos namorados (RS). O documentário O Jardim das Aflições, de Josias Teófilo, integra a Mostra Competitiva de Longas-Metragens. Às 10h, no Hotel Transámerica, em Boa Viagem, acontecem as entrevistas coletivas dos filmes exibidos na abertura. No mesmo local, às 14h30, será sediado o workshop "Acessibilidade: O que está sendo planejado e executado para garantir a universalização do consumo no audiovisual?"

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