Cineclube CineRua promove edição especial pelo retorno do Cine Olinda
Foto: André Dib |
Programação
acontece na quinta (5) a partir das 19h com filmes, trilha sonora ao
vivo, VJ, show de Erasto Vasconcelos e feira de artes no Cine Olinda;
equipamento está fechado há mais de 40 anos
O
Cineclube CineRua, em parceria com o movimento Ocupe Cine Olinda e o
Ponto de Cultura Cinema de Animação, realiza mais uma sessão nesta
quinta (5), a partir das 19h. O objetivo é questionar os descaminhos
do Cine Olinda, fechado para reformas há mais de 40 anos, e
estimular propostas para sua reativação. Além da programação de
cinema, haverá feira de arte, videomapping, trilha sonora ao vivo e
show de Erasto Vasconcelos. O acesso a todas as atividades é
gratuito, exceto o show “A Hora é Essa”, de Erasto Vasconcelos
(com Malícia Champignon), que será realizado no Bar Xinxim da
Baiana com ingressos a R$ 5.
O
programa irá exibir curtas que dialogam com o sítio histórico e
com o próprio Cine Olinda: "Bajado" (2015), de
Marcelo Pinheiro, "Milagres" (2015), de Adalberto Oliveira,
"Os filmes que moram em mim" (2015), de Caio Sales,
"Resgate Cultural – o filme" (2001), “Mestre Nado: a
terra, a água, o fogo e o sopro”(2013), de Tila Chitunda,
“Cotidiano” (1980), de Lula Gonzaga, “Hospedeira” (2014), de
Rita Carelli e “A vida noturna das igrejas de Olinda” (2012), de
Mariana Lacerda. Após a sessão, haverá debate com os realizadores.
O programa se completa com a exibição especial de “Noturno em
Ré-cife Maior” (1981), de Jomard Muniz de Brito, com trilha sonora
ao vivo do músico e compositor Johann Brehmer.
Antes
da sessão será lançado um manifesto pela volta do cinema, com
reivindicações aos governos municipal, estadual, IPHAN e demais
instituições do poder público. Conduzidas pelo Iphan, as obras do
Cine Olinda encontram-se atualmente paradas por falta de verbas e
problemas com a empresa prestadora de serviço. O
nome do evento evoca a memória da Mostra de Cinema Sapo Cururu, duas
vezes sediado no Cine Olinda, para ironizar e criticar o festival
Cine PE. Trazendo a discussão para o agora, o cineclube se alinha
politicamente à Associação Brasileira dos Documentaristas (Abd-pe
Apeci), que recentemente publicou carta aberta sobre a histórica
ausência de diálogo do Cine PE com o segmento audiovisual, onde
problematiza a forma de financiamento deste evento, que utiliza
recursos estaduais via Empetur pelo antigo sistema de ‘balcão’,
enquanto os demais eventos de cinema se submetem ao edital do
Funcultura.
O
Cineclube CineRua é uma ação independente do movimento #CineRuaPE,
fundado para reunir esforços, promover atividades, estratégias e a
conscientização da importância de se preservar os poucos cinemas
de rua que restam no Estado. As três primeiras sessões aconteceram
em frente ao Teatro do Parque, fechado para reforma desde 2010. Ao
propor exibições periódicas até que o Teatro do Parque seja
entregue novamente à população, o cineclube pretende manter
viva a memória deste e outros cinemas de rua de Pernambuco.
Programação:
19h
– Videomapping VJ Mozart + Feira de arte
20h
- Sessão de Curtas
Programa
1 (76’)
"Bajado"
(PE, 2015, HD, doc, 19’), de Marcelo Pinheiro
“Cotidiano”,
(PE, 1980, Super 8, experimental, 5’35’’), de Lula Gonzaga
"Resgate
Cultural - o filme" (PE, 2001, 16mm, fic, 20’), de Telephone
Colorido
“Encantada”
(PE, 2014, HD, doc, 11’), de Lia Letícia
Programa
2 (65’)
"Mestre
Nado: a terra, a água, o fogo e sopro" (PE, 2013, HD, doc,
17’), de Tila Chitunda,
“Hospedeira”
(PE, 2014, HD, fic, 12’), de Rita Carelli
"Os
filmes que moram em mim" (PE, 2015, HD, fic, 14’), de Caio
Sales
“A
vida noturna das igrejas de Olinda” (PE, 2012, HD, 19’), de
Mariana Lacerda
“Noturno
em Ré-cife maior” (PE, 1981, Super8, cor, 35’), de Jomard Muniz
de Brito
* Trilha
sonora ao vivo de Johann Brehmer
23h –
Show “A Hora é Essa”, de Erasto Vasconcelos (com Malícia
Champignon)
Local:
Bar Xinxim da Baiana
Serviço:
Cineclube
CineRua
5 de
maio (quinta), às 19h
Cine
Olinda (Praça do Carmo – Olinda)
Entrada
franca
Informações:
99675-6252
Show
de Erasto Vasconcelos - “A Hora é Essa” (com Malícia
Champignon)
5 de
maio (quinta), às 23h
Xinxim
da Baiana (Av Sigismundo Gonçalves, 742 – Carmo)
R$ 5
Informações:
(81) 3439-8447
Sinopses
dos filmes:
"Bajado"
(PE, 2015, HD, doc, 19’), de Marcelo Pinheiro
Documentário
com diversas abordagens e interpretações da vida e obra do genial
pintor popular, Euclides Francisco Amâncio, que se autointitula
“Bajado, um artista de Olinda” e que por muitos anos foi
funcionário e cartazista do Cine Olinda.
"Milagres",
de Adalberto Oliveira
Documentário
investiga a relação de mulheres de gerações distintas com a Praia
dos Milagres, em Olinda. Através de depoimentos, material de arquivo
e registros atuais, o filme revela múltiplos olhares femininos e
seus vínculos com o mar que, com o avanço progressivo, fez daquela
vila litorânea uma vítima histórica das altas marés.
"Resgate
Cultural - o filme", de Telephone Colorido *sessão
comemorativa de 15 anos
As
forças rebeldes são severamente reprimidas pelo batalhão de
abafamento de operações anti-bairrista ao sequestrarem o filósofo
Ariano Suassuna.
“Encantada”
(PE, 2014, HD, doc, 11’), de Lia Letícia
A
rainha encantada vai retomar sua ilha.
"Os
filmes que moram em mim", de Caio Sales
Tenho
impressão de que certas imagens com as quais convivo são espécies
de fissuras, fendas que, apesar de desconhecer sua profundidade, não
me resta escolha senão a de atirar-me dentro delas.
"Mestre
Nado: a terra, a água, o fogo e sopro" (PE, 2013, HD,
doc, 17’), de Tila Chitunda,
Mestre
Nado nasceu em Olinda, Pernambuco, é oleiro de profissão, tendo se
dedicado especialmente à fabricação da quartinha de barro. Com a
chegada das geladeiras no sertão, o mercado para a quartinha de
barro diminuiu muito (no auge da profissão, Mestre Nado chegou a
fazer cem quartinhas por dia). Foi quando buscava transformar a
quartinha em apito que descobriu a ocarina. Hoje dedica-se à
produção e comercialização destes instrumentos. Ele os executa
acompanhado por instrumentos de percussão, criados por ele e seus
filhos.
“Hospedeira”
(PE, 2014, HD, fic, 12’), de Rita Carelli
Fazia-se
na floresta um trabalho secreto do qual ela começava a se aperceber.
“A
vida noturna das igrejas de Olinda”
(PE, 2012, HD, 19’), de Mariana Lacerda
Quando
anoitece em Olinda.
“Noturno
em Ré-cife maior”
(PE, 1981, super8, cor, 35’), de Jomard Muniz de Brito
Filme
flutuante do teatro ao cinema, interiores e exteriores, imagens
dialogando com a voz e a musicalidade de todos os tropicalismos.
Colagens, citações, bricolagens, memórias roubadas entre o
nacional-popular e o internacionalismo pra-pular. Sejamos, portanto,
co-autores e espectadores assumindo em particípio presente –
escrevivendo, cinevivendo – nossas errâncias do vampirismo,
dissipações, paradoxos e polimorfismos.
Comentários
Postar um comentário