Recife realiza Queima da Lapinha nesta terça-feira (06)

Foto: Inaldo Lins / Arquivo PCR 

Manifestação que encerra o Ciclo Natalino será realizada no Pátio de São Pedro e no Sítio Trindade

“A nossa lapinha já vai se queimar e nós pastorinhas já vamos chorar”. É com essa jornada de despedida que os pastoris do Recife dão adeus, nesta terça (06), ao Ciclo Natalino, com a Queima da Lapinha. A tradicional manifestação, que também marca o Dia de Reis, será realizada em dois pontos da cidade: no Sítio Trindade, em Casa Amarela, e no Pátio de São Pedro, no centro da capital. A realização é da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife.

A queima começa com o cortejo que leva a lapinha até o local onde será queimada. No caso do Sítio Trindade a concentração será às 18h em frente à Igreja da Harmonia, em Casa Amarela. Esse cortejo é composto por dez Pastoris, um grupo de Reisado Imperial e o grupo Guerreiro do Sol Nascente, que sairão às 19h com destino ao Sítio, cantando as jornadas e levando a lapinha que é feita com folhagens secas e incensos.

Na hora da queima, a imagem do Menino Jesus é retirada da lapinha e entregue de presente a um homenageado. Enquanto isso, as pessoas que assistem ao ritual jogam seus pedidos no fogo, na esperança de que eles sejam atendidos ao longo do ano. Encerrando a festa no Sítio Trindade, o Bloco Carnavalesco Eu Quero Mais e a Orquestra de Frevo Vereda Tropical anunciam o próximo ciclo festivo da cidade: o Carnaval.

A Queima da Lapinha no Pátio de São Pedro tem a concentração do cortejo na Praça do Carmo, também às 18h. De lá, dez pastoris saem acompanhando a lapinha com o Menino Jesus até o pátio, a partir das 19h. Depois da queima, caberá ao Bloco Carnavalesco Lírico Pierrot de São José e à Orquestra do Maestro Adelmo Apolônio animarem o público presente ao local.

História - A Queima da Lapinha é uma manifestação religiosa oriunda do século 19 e que foi trazida pelos jesuítas para o Brasil. Segundo o assessor técnico da Fundação de Cultura Cidade do Recife e coordenador do evento, Marcelo Varella, foi no Nordeste que a manifestação, que tinha um caráter “evangelizador”, ganhou novos elementos. “Com o passar do tempo foram agregadas à tradição religiosa as manifestações populares do Reisado e o Pastoril”, explica. A lapinha simboliza a manjedoura onde nasceu o menino Jesus. Além de ser um rito de despedida do Ciclo Natalino, a Queima da Lapinha antecipa o novo período festivo, abrindo caminho para o Carnaval.