‘Senhora dos Afogados’, de Nelson Rodrigues, em cena no Espaço Fiandeiros

Senhora dos Afogados. Fotos: Daniela Travassos
Um dos mais trágicos textos da dramaturgia nacional faz parte da programação do projeto ‘Espaço Fiandeiros – Dramaturgia Pernambucana’. A leitura dramatizada será realizada nesta sexta (18), às 19h30, na Boa Vista. A entrada é gratuita

Com o incentivo do Funcultura, a Companhia Fiandeiros de Teatro, que comemora seus dez anos, organizou o projeto Espaço Fiandeiros – Dramaturgia Pernambucana. Trata-se de um banco de textos de autores teatrais para visitação pública e fruição da discussão sobre a dramaturgia, especialmente a pernambucana. Aliada a essa iniciativa, está a promoção de ações que unem as obras à discussão, leitura, divulgação e encenação das mesmas, realizadas por alunos de núcleos de estudos em teatro do Recife e Região Metropolitana, possibilitando a difusão e o intercâmbio de experiências. Nesta sexta-feira (18), às 19h30, no Espaço Fiandeiros, no bairro da Boa Vista, haverá a leitura dramatizada do texto Senhora dos Afogados, do autor pernambucano Nelson Rodrigues. Na ocasião, terá debate sobre a temática abordada no espetáculo com o especialista em Artes Cênicas Rodrigo Dourado.

Programação:

Nesta sexta-feira (18), às 19h30
Texto: Senhora dos Afogados
Autor: Nelson Rodrigues
Direção: André Filho
Debatedor: Rodrigo Dourado
Elenco: Roseane Tachlitsky, Niva Juba, Carlos Duarte Filho, Rodrigo Sales, Natália Ananias, Euller Lucas, Jailton Júnior, Belly Nascimento, Juliana Santos, Erika Oliveira, Conceição Andrade, Zezé Andrade, Patrícia Solis, Alexandre Farias, Emília Marques, Rafael Rangel, Vicente Simas, Anny Rafaelle Ferli, Surete Martins e Del Veras.
Execução de Luz: Gabriel Santos

Sinopse: Um dos mais trágicos textos da dramaturgia nacional, caminha pelos abismos psíquicos e sociais de uma tradicional família brasileira. Consequências profundas são causadas pelas obsessões de seus membros: filha, mãe, pai, irmão, um misterioso marinheiro e os alucinados coros de vizinhos e prostitutas. Na beira do mar, acompanhamos o percurso da mulher que tem como ambição ser filha única e mulher de seu pai, tendo como desfecho uma amarga impotência.

O debatedor da semana: Rodrigo Dourado
Doutorando do programa de Pós-graduação em Artes Cênicas/UFBA, é Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco e jornalista também graduado pela UFPE. Professor de teatro com mais de dez anos de experiência em docências como oficinas, cursos livres e pós-graduação em instituições como, por exemplo, a Escola Sesc de Teatro, o Curso Regular de Teatro do Sesc, o Curso do Teatro Joaquim Cardozo, a Fafire, o Curso Livre de Teatro/Funcultura. Ele possui experiência, ainda, em jornalismo cultural e chegou a trabalhar na Revista Continente Multicultural e no Portal TeatroPE. Dramaturgista, tradutor e diretor de trabalhos como Sonho de uma noite de verão (Leitura Dramática. 2001), Leonor de Mendonça (Leitura Dramática. 2002), Uma Festa do Barulho (2002), Mistério das Figuras de Barro (2003), Psicoses (2005), Chat (2009), Olivier e Lili: uma história de amor em 900 frases (2012), entre outros trabalhos. Fundador do Grupo Teatro de Fronteira, é um dos organizadores da série Memória da Cena Pernambucana, foi curador do Seminário Internacional de Crítica Teatral, na terceira e quarta edições, em 2007 e 2010, respectivamente, com várias palestras e cursos promovidos.

Serviço:
Espaço Fiandeiros – Dramaturgia Pernambucana
Espaço Fiandeiros
Rua da Matriz, 46, 1º andar, Boa Vista
Informações: 4141-2431
Nesta sexta-feira (18), às 19h30
Entrada gratuita

Histórico - A Companhia Fiandeiros de Teatro iniciou seus trabalhos no ano de 2003, tendo como foco o estudo do “Teatro para Infância e Juventude”. Formada por músicos, atores, artistas plásticos e arte-educadores, a companhia procura mesclar - em seus trabalhos -, a harmonia dos elementos de cena a partir da linguagem trazida por cada um de seus componentes. Como fruto de sua primeira pesquisa, surgiu o texto Outra vez, era uma vez...., escrito por André Filho que, em 2004, obteve o 2º lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia - Região NE, na categoria Teatro para infância e juventude. No mesmo ano, o grupo se dedica à montagem do espetáculo Vozes do Recife - um concerto poético. A pesquisa teve como norte a obra de cinco poetas pernambucanos: Ascenso Ferreira, João Cabral de Melo Neto, Joaquim Cardozo, Manuel Bandeira e Carlos Pena Filho.  Com esse espetáculo, participou de diversos festivais e eventos, excursionou pelo interior de Pernambuco e, em janeiro de 2005, recebeu os prêmios de melhor espetáculo e melhor direção para André Filho, no Festival Janeiro de Grandes Espetáculos (PE). Ainda no mesmo ano, o Grupo se dedica a uma nova pesquisa, a convite do Centro Cultural Benfica, espaço vinculado a UFPE, sobre a dramaturgia de Joaquim Cardozo por meio da realização da leitura dramatizada da peça O Capataz de Salema.


A pesquisa prosseguiu para dar vida à montagem do mesmo espetáculo, cerca de dez meses depois. Depois de cumprir temporada no Recife, o Capataz de Salema, através da Caravana Funarte de Teatro, realizou curtas temporadas em quatro capitais do Nordeste. Ainda com o Capataz de Salema, a companhia recebeu os prêmios de Melhor Cenário, Melhor Iluminação e Melhor Ator Coadjuvante (Manuel Carlos), no Festival Janeiro de Grandes Espetáculos, e os prêmios de Melhor Iluminação e Especial do Júri para o Coro de Parcas, no Festival de Teatro do Rio de Janeiro. 

Dando continuidade ao primeiro estudo iniciado pela companhia sobre a linguagem do teatro para infância e juventude, a Companhia Fiandeiros - no ano de 2008 - estreia a montagem do texto Outra Vez, Era Uma Vez... A peça, que foi inicialmente pensada para ser o ponto de partida da companhia, acabou por comemorar os cinco anos de atividade artística do grupo, fazendo temporadas na cidade do Recife e participando de diversos festivais no Nordeste. O espetáculo foi o grande premiado do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos realizado em janeiro de 2009, no qual, depois de concorrer a nove categorias, ganhou os prêmios de melhor cenário, melhor maquiagem, melhor trilha sonora, melhor figurino, melhor diretor, melhor espetáculo e especial do júri como estímulo a dramaturgia para infância e juventude.

No mesmo ano, a Companhia Fiandeiros recebe o prêmio Myriam Muniz de Teatro para a realização do projeto Fiandeiros Repertório, que levou à cena os três espetáculos da companhia, além da realização de oficinas, palestras e debates. Ainda em 2009, o espetáculo Outra Vez, Era Uma Vez..., é convidado pela curadoria do Festival Recife do Teatro Nacional para ser o represente de Pernambuco na categoria Teatro para Infância no Festival. Em 2010, a Companhia Fiandeiros, em parceria com o Sindicato dos Artistas (SATED), abre em sua sede (inaugurada em julho de 2009) a Escola de Teatro Fiandeiros, com um ano de duração e 14 disciplinas profissionalizantes na área de teatro.  No mês de maio, recebe o incentivo do Governo do Estado, através do Funcultura, para dar início à sua nova pesquisa Paralelas do Tempo- A Teatralidade do “não ser”, que realizou estudos acerca dos moradores de rua da cidade do Recife e teve duração de dez meses.

Nesse período, a companhia mergulhou no universo dos moradores de rua e, a partir desse mergulho, surgiram três fragmentos de dramaturgia: O PRESENTE, A CURA e SALOBRE. Isso gerou o embrião do seu quarto trabalho: o espetáculo Noturnos, que fez sua estreia em outubro de 2011 e participou da Mostra Capiba, no Recife e dos festivais de Artes Aldeia Yapoatan (Jaboatão dos Guararapes) e Aldeia Olho D’Água dos Bredos (Arcoverde), todos realizados pelo Sesc Pernambuco. Em 2012, participou do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos, no qual recebeu as indicações de melhor ator e atriz coadjuvante (Manuel Carlos e Daniela Travassos, respectivamente) e foi agraciado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz para circular pelas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Curitiba. Em agosto de 2012, o espetáculo Noturnos realizou sua primeira temporada no Espaço Fiandeiros, comemorando os três anos do local e os nove anos da Companhia Fiandeiros de Teatro.

Em outubro, a Companhia Fiandeiros aprovou mais dois projetos pelo Funcultura, são eles: Espaço Fiandeiros – Dramaturgia Pernambucana, que proporcionou a criação de um banco de textos teatrais em sua sede para novos autores pernambucanos, além da viabilização da programação do Espaço Fiandeiros por seis meses com leituras dramáticas e encenações de contos, e a circulação do espetáculo Noturnos por cidades do interior de Pernambuco, com a realização de oficinas e residências artísticas com grupos das cidades visitadas.

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