Duas Mulheres em Preto e Branco estreia no Recife no próximo dia 29
Após
estrear nacionalmente no 19º Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de
Artes Cênicas, no início deste mês (setembro), com três apresentações, a nova montagem
teatral da Remo Produções Artísticas, Duas Mulheres em Preto e Branco
chega ao Recife no próximo dia 29 (setembro), no Teatro Apolo, onde ficará em
curta temporada até 21 de outubro. O público poderá conferir a peça de
sexta-feira a domingo, às 20h.
A ficha
técnica do espetáculo é formada por profissionais de diferentes cidades
brasileiras, reunidos em um projeto inédito e relevante. O texto é um dos
contos do romance Retratos Imorais (2010),
do cearense Ronaldo Correia de Brito (Baile
do Menino Deus, Arlequim). A direção é de Moacir Chaves, carioca que já
ganhou vários prêmios Shell e Sharp de teatro. No elenco, a pernambucana Paula
de Renor e a gaúcha Sandra Possani, radicada no Recife. Aurélio de Simoni
assina a iluminação e Fernando Mello da Costa, a cenografia.
A
proposta (provocadora) é trazer para a cena teatral o conto de Ronaldo Correia
de Brito, montado na íntegra, sem nenhuma alteração do texto original. “A ideia
era manter a forma literária para o teatro para experimentar outras formas de
linguagem que não a dialógica. Ao ser convidado para viver essa experiência, o
Moacir (o diretor) topou na hora. É um experimento que tem nos instigado e
motivado bastante”, explica Paula de Renor, que além de atuar, produz o
espetáculo.
Através
da Remo, Paula já havia montado, em 1991, o espetáculo Arlequim, também de autoria de Ronaldo Correia de Brito. “Esse novo
trabalho foi mais um presente, um reencontro que muito me inspirou, pela admiração que tenho por esse autor que lê e
relata tão bem a alma humana”.
Duas
Mulheres em Preto e Branco mostra os caminhos e
descaminhos na vida de duas mulheres (Sandra e Letícia), amigas que se afastam
e se completam. O ambiente poético onde se passa a história é a cidade de
Recife, mas a ação poderia acontecer em qualquer cidade do mundo, ao falar das
experiências de uma geração que, nos anos de ditadura militar, enxergava a vida
em “preto e branco” (ou multicolorida, se examinada a época pelas lentes da
contracultura). Nos dias presentes, esses tempos são revisitados e ninguém
escapa do passado – nem da História, pela culpa ou pela crítica.
De acordo com Ronaldo Correia
de Brito, a narrativa do conto é tensa,
cheia de mistérios, em que a vida de cada personagem se revela e desvela em
meio a uma ação dramática, que chega a lembrar um romance policial. “As
referências ao passado são entremeadas de citações dos filmes de Fellini e da
música de Nino Rota. Há imersões frequentes na recente história da
contracultura brasileira e no sonho frustrado das esquerdas das décadas de 60 e
70”, explica.
Segundo
o diretor Moacir Chaves, o texto de Ronaldo Correia de Brito apresenta a
esperança da ruptura. “Curiosamente, essa possibilidade é vivida como jogo, os
movimentos em sua direção surgem disfarçados, provocativos, nunca se assumem em
sua essência. As palavras são falsas, revelam, como em todo grande autor, não
pelo seu sentido literal, mas pelo movimento que as acompanha, pelo movimento
que elas exigem”, completa.
Como
em um jogo, o público é convidado ora a jogar, ora a ficar no banco, ora a ver
e ora a imaginar o que é contado. Duas Mulheres em Preto e Branco tem
o patrocínio do Governo Federal, através da Chesf e Eletrobras, e do Governo do
Estado, através do Funcultura e da Fundarpe. A realização é da Remo Produções Artísticas
e do Centro de Diversidade Cultural Teatro Armazém.
Serviço:
* Duas Mulheres em Preto e Branco
Quando: de 29
de setembro a 21 de outubro. Sexta a domingo, às 20h.
Onde:
Teatro Apolo (Rua do Apolo,
121 - Bairro do Recife Recife)
Quanto:
R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: 3355-3320
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