Férias das crianças

Jovens já planejam as férias que começam nesta segunda (2)
Texto e fotos: Gianfrancesco Mello

Passear nos shoppings, ir ao cinema e ao teatro, passar uma temporada em sítios, chácaras, acampamentos ou até mesmo nas casas dos avós. São tantas as opções para entreter a criançada nessa época de férias que fica praticamente impossível citar todas aqui. Todavia, é necessário considerar a idade da criança e a sua disponibilidade financeira. Aproveitando a temática, a Agenda Cultural do Recife conversou com algumas crianças e pré-adolescentes sobre o planejamento do mês de julho e o que gostariam de fazer para aproveitar o intervalo do ano letivo. 

Ester Campos
Inicialmente, falaremos da opção mais econômica e cômoda: a casa dos avós. Lá, os presentes são garantidos e a questão do pode ou não pode é bem mais flexível. Muitas crianças passam semanas e até o mês inteiro na casa desses entes tão queridos. Outra excelente alternativa, a partir dos sete anos, é a temporada em acampamentos, chácaras e sítios. É o caso de Ester Campos, de 12 anos, que estuda no Colégio Virgem Imaculada, no Janga, e está no sétimo ano. Ela, muitas vezes, passa as férias em um sítio em Goiânia. “Quando eu não vou ao sítio, fico na casa da minha avó, vou ao cinema ou curto uma praia”, explica.

Joana Carolyne
Joana Carolyne, de 11 anos, que estuda na Universidade Infantil, no Conjunto Beira Mar, e está no sexto ano, diz que suas férias serão em Itamaracá ou em Tamandaré. “Se eu não passar o mês todo na praia, quando estou em casa, eu vou ao cinema, ao shopping ou fico na casa da minha avó. O ruim é que a gente não pode fazer muita coisa na casa dela, tipo: brincadeira de correr não pode e não posso brincar com brinquedos que já estão guardados. A única coisa que posso fazer é assistir TV, brincar com o cachorro e, às vezes, quando os meus primos estão lá, brincar de pega-pegou e esconde-esconde”, frisa a menina.

Pedro Meneses Pacheco. Foto: Divulgação
Pedro Meneses Pacheco, de 12 anos, que estuda no GGE, em Boa Viagem, e está no sétimo ano, passará as férias no Recife e, provavelmente, receberá um amigo da Bahia em sua casa. Nesse caso, é importante que os pais criem opções de programação para os seus filhos. Quem sabe sugerir uma sessão de cinema, um passeio no parque, uma viagem no fim de semana ou até mesmo atividades recreativas que envolvam teatro, circo, dança, artes plásticas, clubes e parques ecológicos. O que vale mesmo é a interatividade e as boas lembranças das férias. “Eu pratico squash e pretendo fazer piano”, enfatiza Pedro Meneses Pacheco.

Isabelle Câmara
Para Isabelle Bazante Câmara, de 11 anos, que estuda no Colégio Americano Batista, na Boa Vista, e está no sexto ano, viajar para outro estado é a opção ideal. “Eu vou a Natal. Normalmente, eu vou ao cinema, à praia, para a casa da minha avó ou dos meus primos”. O mesmo acontecerá com o seu primo João Victor Rodrigues, de 12 anos, que também estuda no Colégio Americano Batista e está no sétimo ano. “Vou passar um tempo em Natal, no Rio Grande do Norte, e depois eu vou para o Mirabilândia e o Veneza Water Park”, pontua.

João Victor Rodrigues
Mesmo com todos esses planejamentos e entusiasmo das crianças, os pais precisam ficar atentos e estimular, entre um passeio e outro, que os seus filhos tenham uma alimentação balanceada todos os dias. As crianças precisam queimar calorias e os pais devem restringir os horários de jogos de vídeo games ou uso do computador. Enfim, com um bom diálogo entre pais e filhos, as férias de julho podem ser inesquecíveis. Portanto, basta caprichar nas fotos, que ficam de recordação, e guardar na memória quaisquer que sejam as atividades desenvolvidas.

Férias que sonho – E se as crianças e os pré-adolescentes escolhessem as suas férias? O que aconteceria? Fizemos essas perguntas aos nossos entrevistados e olhe o que eles responderam:

Ester Campos – Eu queria conhecer a Disney, nos EUA;
Joana Carolyne – Eu queria ir para o Rio de Janeiro. É meu sonho ficar naquela cidade maravilhosa e estar perto do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar e da praia de Copacabana. Se bem que eu vou no próximo ano;
Pedro Meneses Pacheco – Eu queria ir a Miami, nos EUA;
Isabelle Câmara – Eu queria ir a Paris, na França, e ver a Torre Eiffel;
João Victor Rodrigues – Eu queria ir para Tóquio, no Japão, e experimentar as tecnologias de lá.

Essa parte lúdica é fundamental para conhecermos melhor a personalidade de cada criança e pré-adolescente. Atualmente, eles têm tido uma vida bastante agitada com diversos compromissos como escolas, cursos, informações globalizadas, consultas médicas... A mudança na rotina social fez com que eles tivessem menos tempo para a leitura, para a música, para o teatro, para a arte e, por fim, para brincar e fantasiar. É imprescindível o desenvolvimento da noção espacial e corporal, além de aguçar a criatividade dos pequenos. Ao observá-los, podemos perceber como essas crianças e pré-adolescentes enxergam sua realidade e como eles gostariam que ela fosse. Pensando nisso, elaboramos um pequeno perfil dos nossos entrevistados. Assim, pudemos estimular o raciocínio deles perante a realidade global, mais precisamente recifense.

Agenda Cultural – Como é o dia a dia de vocês?

Ester Campos – Eu estudo, assisto TV, escuto música, leio livros de aventura e fico no computador;
Joana Carolyne – A minha rotina é estudar, assistir TV e brincar com o meu cachorro Jacob;
Pedro Meneses Pacheco – Eu estudo, pratico squash, gosto de ler aventuras ou dramas. Estou lendo o livro Estrelas tortas e uso o computador no período da tarde;
Isabelle Câmara – Eu estudo, assisto TV e leio livros, porque na minha escola tem um projeto para ler livros. Mas se for para escolher, eu prefiro computador a livro, pois nas redes sociais, a gente pode falar com os nossos amigos e colegas;
João Victor Rodrigues – Eu chego da escola, vou para a televisão, almoço vendo televisão, vou para o computador ou videogame, estudo mais no final da tarde e assisto às novelas. Eu só leio livros paradidáticos. Eu leio direto na escola. Se não fosse isso, eu nem pegava.

Agenda Cultural – Computador é uma febre entre crianças e pré-adolescentes hoje em dia. Quantas horas você passam em frente ao computador?

Ester Campos – Umas quatro horas, mas minha mãe fica sempre controlando;
Joana Carolyne – Quando eu estou no computador, eu fico umas três horas;
Pedro Meneses Pacheco – Uso normalmente à tarde para olhar o Facebook ou o YouTube;
Isabelle Câmara – Fico uma hora e meia, porque tenho muita coisa para fazer da escola e não dá para ficar muito no computador;
João Victor Rodrigues – Fico umas três horas, porque tem o videogame também.

Agenda Cultural – E o estilo musical de vocês? Qual é? De quais cantores vocês gostam?

Ester Campos – Eu gosto de pop e outros ritmos, menos de brega. Gosto muito de Kate Parry;
Joana Carolyne – Gosto de qualquer música, menos brega;
Pedro Meneses Pacheco - Gosto de hip-hop, rock, pop e eletrônico. Gosto de Black Eyed Peas e Usher;
Isabelle Câmara – Gosto de pop-rock e pop-sertanejo. Eu não gosto de brega também. Meus cantores favoritos são Luan Santana, MX Zero, Rebeldes, Restart, Justin Bieber;
João Victor Rodrigues – Eu gosto de brega. Meus cantores preferidos são Metal e Cego, mas, às vezes, escuto Restart.

Agenda Cultural – Vocês praticam algo no lado cultural?

Ester Campos – Só nas férias quando vou ao cinema;
Joana Carolyne – Eu queria, mas não faço;
Pedro Meneses Pacheco – Não pratico, mas pretendo fazer piano;
Isabelle Câmara – Eu faço artes no colégio;
João Victor Rodrigues – Eu faço artes no colégio também.

Agenda Cultural - Como vocês observam o mundo? Mudariam algo nele?

Ester Campos – Eu vejo o mundo quase perdido, porque tem muita poluição e coisas ruins acontecendo. Eu investiria na educação e no saneamento. Enfim, tentaria melhorar as condições de vida das pessoas por meio da educação;
Joana Carolyne – Eu não queria que existissem pessoas vivendo nas ruas, pedindo esmolas e queria que as pessoas se conscientizassem de que jogar lixo na rua é errado, porque isso causa alagamentos;
Pedro Meneses Pacheco – Observo que é um mundo violento e com muitos problemas ambientais, mas obviamente com suas partes boas. Eu mudaria a violência, a falta de educação das pessoas e implantaria a paz, além de mais lazer para os mais pobres e limpeza nos parques, ou seja, mais opções culturais;
Isabelle Câmara – A gente vive na desigualdade social. Então, muitas pessoas precisam de moradia e outras precisam de comida. Eu faria investimentos na educação e daria casas para essas pessoas que não têm moradia, mas junto com alguma responsabilidade. Isso porque nós só damos valor quando conquistamos algo com os nossos próprios esforços. Eu sei que não dá para ajudar todo mundo, porque nem todos colaboram, mas eu faria a minha parte;
João Victor Rodrigues – Eu vejo o Recife como uma cidade poluída. Segundo os meus meios técnicos e todos os meus cálculos, eu poderia pegar uma brilhante ideia do prefeito de Las Vegas, nos EUA, e reaproveitar a água para que pudéssemos fazer um mundo cada vez melhor.

Comentários

  1. Parabens aos entrevistados pois se todos os adolecentes tiverem essa mesma visão no futuro... ainda poderemos acreditar nunha possível grande melhora.....

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