A formação em música no Recife

Conservatório forma profissionais atuantes
 no Estado. Foto: Marcelo Lyra

POR Gianfrancesco Mello

A música pernambucana sempre foi um dos atrativos mais importantes do Estado. Durante anos, a nossa musicalidade ficou restrita. Foram poucos os que conseguiram romper as fronteiras de Pernambuco. No entanto, com o movimento do manguebeat, de Chico Science, Otto, Eddie, Devotos, Fred 04 e Mestre Ambrósio, na década de 1990, o pernambucanês deslanchou pelo País. O nosso ritmo criativo como, por exemplo, o hardcore, o frevo, o xote, o baião e o caboclinho ao ser tocado ou escutado, mesmo de longe, tira qualquer ser da imobilidade e o deixa totalmente integrado aos passos próprios dos diferentes ritmos da nossa terra.

Pensando em estudar e perceber um pouco melhor como anda a formação da música na cidade do Recife, a Agenda Cultural do Recife foi a alguns lugares que qualificam esses profissionais e os preparam para o mundo. É claro que são muitas escolas e cursos, e não teríamos espaço suficiente para relatar todos. Por esse motivo, vamos explorar cinco. Sabemos que a música é um grande ministério capaz de realizar a união entre o sonho e a realidade, a razão e a emoção. E isso nos instigou a buscar as melhores informações para você, ou seja, nosso leitor.

Sidor Hulak. Foto: Joel Veiga
Inicialmente, fomos ao Conservatório Pernambuco de Música, que planeja, gere e executa políticas públicas e respectivas atividades de ensino, pesquisa, promoção e difusão da música de Pernambuco. O objetivo do local é valorizar a cultura, formar profissionais e ser agente para o desenvolvimento social por meio da arte musical. “Baseado no mapa das estratégias do Governo do Estado de Pernambuco, construímos focos prioritários, que orientam ações da nossa gestão, como também serviram de instrumento para o monitoramento e avaliação de diversas atividades que desenvolvemos”, frisa o diretor-geral, Sidor Hulak.

Há muito que citar sobre a escola, falarei, então, sobre alguns trabalhos de sucesso: O Programa Orquestrando Pernambuco atende cerca de 150 jovens nas comunidades de Santo Amaro, Brasília Teimosa e Coelhos, além de frentes avançadas em Limoeiro e Carnaíba. O Programa Bandas de Pernambuco capacitou mais de 1.200 músicos e regentes de Bandas Filarmônicas e a Orquestra Sinfônica Jovem realizou circuitos por diversas capitais do Nordeste. Além de todas essas atividades, o Conservatório criou uma Banda Sinfônica e uma Orquestra de Frevo. 

Conservatório Pernambucano de Música. Foto: Alyne Pinheiro
Segundo Sidor Hulak, atualmente, o Conservatório Pernambuco de Música atende desde a formação inicial, aos sete anos de idade, até o curso técnico profissionalizante. “Esse curso técnico profissionalizante era um sonho do Conservatório, porque ele era reconhecido pelo Conselho de Educação, mas não pelo MEC. Então, em 2009, conseguimos o reconhecimento desejado. Hoje, formamos técnico em música diplomado pelo MEC e atendemos aos cursos de Instrumento, Canto e Regência”, completa.

A escola ainda requalificou o estúdio de gravação para a linguagem digital, com a aquisição de softwares de última geração, realizou concurso público para que 92 novos professores pudessem fazer parte da equipe e acrescentou mais 20 salas no novo prédio anexo. “Os nossos cursos contam com 33 instrumentos e muitos deles conseguimos agregar nesses últimos anos. Tivemos o compromisso também de atender não só a parte de música erudita, mas a popular. Em 2009, foi feito um concurso no Conservatório e conseguimos agregar o curso de sanfona, a viola sertaneja, a percussão popular e o canto popular”, pontua o diretor-geral.

Os futuros profissionais do Centro de
Criatividade Musical. Foto:  Ademar Filho
Outro ponto que podemos citar pelo centro do Recife é o Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife, na Boa Vista, que faz parte de um convênio da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco – Departamento de Cultura, com a Fundação Nacional de Música (Funarte), para atender a escassez de músicos de corda na Orquestra Sinfônica da Cidade do Recife. A Escola ocupa o mesmo local adquirido em 1987 e busca a excelência e a modernidade em todos os contextos, incluindo a prestação de serviços e amenidades.

A estrutura educacional foi atualizada de acordo com as resoluções do ano de 2005 e 2008 do Conselho Estadual de Educação, com base na reforma da Educação Profissional em busca de manter seus altos padrões de qualidade de ensino. As modificações e os aperfeiçoamentos são traduzidos nos resultados dos dias atuais, pois o mercado de trabalho musical é a resposta da proficiência pedagógica do Centro, como, por exemplo, a Orquestra Sinfônica do Recife com 17 alunos, a Orquestra Filarmônica de Brasília com dois alunos, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte com dois alunos, a Orquestra Sinfônica de Goiás com dois alunos, a Orquestra Sinfônica Jovem de São Paulo com três alunos, a Banda Sinfônica de Recife com 31 alunos e a Banda das Forças Armadas com, aproximadamente, 50 alunos.

Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife. Foto: Ademar Filho
Hoje em dia, o Centro é um local dinâmico e de trabalho árduo para alunos e funcionários que compõem o corpo acadêmico e administrativo. A escola fez por merecer a reputação de ser um dos principais estabelecimentos de ensino de sua categoria, capaz de se manter entre os melhores no Brasil, América Latina e ser conhecido como celeiro musical.

O Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife é uma unidade de prestação de serviços educacionais na área de música, mantendo cursos de Educação Básica e Educação Profissional (Curso Técnico de Música), com habilitação em Instrumento Musical. A escola oferece os cursos de Iniciação Musical (para crianças a partir de sete anos de idade), Preparatório de Música (para alunos da oitava série), Técnico de Música (para alunos que tenham concluído o ensino fundamental), Livre de Música (para o público em geral). Para ingressar nos cursos técnicos ou Livre, o aluno deverá se submeter a um teste seletivo.

Escola de Artes João Pernambuco. Foto: Erika Fraga
Depois de visitarmos essas duas escolas no centro do Recife, dirigimo-nos para a Várzea, onde visitamos a Escola de Artes João Pernambuco. O projeto teve início quando alguns professores de música começaram a ensinar os jovens da comunidade na Praça da Várzea, em 1987. Nessa mesma época, o casarão, que hoje é a sede, estava sendo desapropriado para ser um posto de saúde. Com o intuito de construir uma escola de música na região, a comunidade fez um movimento com cartazes e ficou na frente do casarão agradecendo a Prefeitura do Recife pelo espaço “cedido” à população para a escola de artes. “Foi a partir desse momento que a Prefeitura do Recife assumiu os custos do projeto e até hoje estamos por aqui. O nome João Pernambuco foi uma homenagem dos moradores ao músico, compositor e violonista brasileiro, João Teixeira Guimarães, mais conhecido como João Pernambuco”, explica a vice-diretora Dora Aroucha.

Dora Aroucha. Foto: Erika Fraga
O curso da João Pernambuco é voltado para a música instrumentista básica e, além da música, atende as outras três linguagens artísticas: dança, teatro e artes visuais. Ao todo, são 1.900 alunos, sendo que 70% são de música. Todos os professores são concursados pela Prefeitura do Recife e têm habilitação pela UFPE. “Temos a perspectiva da inclusão, pois a pessoa mesmo sem saber de nada vem no dia da matrícula e pode fazer qualquer curso. A idade mínima é de 14 anos e o aluno deve estar cursando pelo menos a 6ª série”, diz Dora. Ainda de acordo com a vice-diretora, a linha da escola é erudita e durante os dois anos de curso, os alunos têm aulas teóricas e práticas com diversos tipos de instrumentos.

Por fim, decidimos conversar com dois cursos particulares, pois o nosso objetivo é mostrar diferentes propostas para você. O primeiro é o Espaço Musical Levino Ferreira, no Bairro de Santo Antônio. Lá, os cursos de violão, cavaquinho, violino, baixo, teclado, banjo, bandolim, canto pandeiro e outros já estão com as inscrições abertas para o próximo ano. Os alunos têm direito a ter duas aulas semanais, de segunda a sábado, em qualquer um dos três turnos, pelo preço de R$ 40 mensais.

Guto Santana. Foto: Divulgação
O outro ponto, indo para a Boa Vista, é o Curso de Gaita, que é ministrado pelo paraibano Guto Santana. A metodologia é simples e enfatiza a prática, especialmente para os iniciantes que nunca tiveram contato com a música. Além das aulas de gaita, o curso inclui teoria musical e técnicas de manutenção do instrumento. As aulas são realizadas durante a semana, nos turnos da tarde e noite, e aos sábados, pela manhã e início da tarde, pelo valor de R$ 100 mensais.

Bom, essas foram as nossas dicas. Mas não esqueça: os contatos para mais informações estão logo abaixo.

Conservatório Pernambuco de Música

Av. João de Barros, 580, Boa Vista
3183 3400

Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife
Rua da Aurora, 447, Boa Vista
3231 6433 / 3183 9300

Escola de Artes João Pernambuco
Rua Barão de Muribeca, 116, Várzea
3355 4092 / 3355 4093


Espaço Musical Levino Ferreira
Rua Siqueira Campos, 279, Edf. Brasília, Sala 1406, Santo Antônio
3077 8851 / 8800 7028                                                                                      


Curso de Gaita Guto Santana
Rua Bispo Cardoso Ayres, 354, Boa Vista
3088 5419 

Comentários

  1. certo legal! mais quero mesmo saber se é possível estudar sendo maior de idade?Pois é difícil uma informação sobre o assunto,todos falam da escola mais entrar ????como???seleção???já tenho uma pequena experiencia com a música,mais gostaria de estudar pra valer.

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