Celebrado nesta terça (12), Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto reunirá 40 agremiações na Câmara do Recife
Almir Fernando | Foto Guga Matos
Encontro, que também marca o aniversário do Mestre Salustiano, terá a presença de vários mestres da capital e do interior
Nesta terça-feira, 12 de novembro, a partir das 16h, a Câmara Municipal do Recife realizará uma reunião solene em celebração ao Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto. A data, instituída pela Lei nº 19.188/2024, de proposição do vereador Almir Fernando (PSB), será comemorada com uma homenagem especial a 40 grupos de maracatus da capital e da Zona da Mata Norte.
12 de novembro é o aniversário do Mestre Salustiano, uma das figuras mais emblemáticas da tradição do maracatu de baque solto e responsável por sua preservação e popularização, especialmente na Região Metropolitana do Recife. Em sua homenagem, o maracatu foi também reconhecido oficialmente como Patrimônio Artístico e Cultural Imaterial do Recife, por meio da Lei nº 19.187/2024.
Vários nomes já estão confirmados para o evento solene. Entre eles, o Mestre Anderson Miguel, do Maracatu Cambinda Brasileira do Cumbe (Nazaré da Mata), que fará a abertura cantando o Hino Nacional; o Mestre João Paulo, do Maracatu Leão Misterioso (Nazaré da Mata), reconhecido como o "Papa do Maracatu” e Manoelzinho Salustiano, filho do Mestre Salu.
A homenagem aos 40 grupos de maracatus será guiada por critérios que valorizam o legado e a representatividade dessa manifestação cultural. Os critérios definidos foram, pela ordem: Fundado pelo Mestre Salu, o Piaba de Ouro; de Recife; Centenários; Mulheres presidentes; Fundadores da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco.
“O maracatu de baque solto é um verdadeiro patrimônio do Recife e do povo Pernambucano. Com essa lei, e agora, essa homenagem, buscamos evidenciar ainda mais o legado desses fazedores de cultura popular que tanto contribuem para manter viva nossas tradições e difundir com novas gerações”, ressalta Almir Fernando.
A migração de trabalhadores rurais da Zona da Mata Norte para a capital e a Região Metropolitana do Recife, principalmente a partir do processo de êxodo rural, foi um dos principais fatores responsáveis pela expansão do maracatu de baque solto na cidade, levando a manifestação a novos públicos e territórios.
“É fundamental criar espaços de reconhecimentos efetivos para nossas manifestações da cultura popular. A partir de leis como essa, conseguimos garantir a manutenção e novas oportunidades para os grupos dentro das leis de incentivos nas esferas públicas”, defende o produtor cultural, professor, pesquisador da cultura popular e CEO da Usina Produções, Clébio Marques, coordenador da solenidade.
Maracatu de Baque Solto
Atualmente existem 111 agremiações filiadas à Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco cuja Sede, em Aliança (Mata Norte), é denominada “Casa do Mestre Salu” e “Terreiro Leda Alves”. A entidade desempenha um papel fundamental na articulação e preservação dos maracatus, promovendo a continuidade de uma tradição que remonta aos tempos da escravidão e que até hoje ecoa nas ruas e nas festas de Pernambuco.
Na prática, o maracatu de baque solto se caracteriza por um conjunto de rituais e manifestações culturais que envolvem música, dança e figuras folclóricas. Os participantes, conhecidos como “folgazões”, dividem-se entre os músicos, que tocam instrumentos de sopro e percussão, e aqueles que se vestem com trajes típicos e encarnam personagens do folguedo, como o Caboclo de Lança, o Rei e a Rainha, a Dama do Paço, o Arreiamá, o Baianal, o Bandeirista, entre outros. Esses personagens, ricos em simbologias, representam a fusão de influências indígenas e europeias, formando um espetáculo de cores, sons e ritmos que encantam e mobilizam as comunidades por onde passam.
SERVIÇO:
Reunião Solene – Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto
Local: Câmara Municipal do Recife (Rua Princesa Isabel, 410, Boa Vista, Recife)
Quando: Terça-feira (12/11) – 16h
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