Pernambucano é o primeiro nordestino selecionado para maior campeonato mundial de mágica
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Rapha Santacruz. Crédito Fernando Nogueira - Divulgação |
Número do pernambucano Rapha Santacruz é inspirado na literatura de cordel
O pernambucano Rapha Santacruz é o primeiro mágico do Nordeste a participar do Campeonato Internacional de Mágica, a principal disputa do gênero no mundo. A 29ª edição do evento, promovido pela Federação Internacional das Sociedades Mágicas, será realizada entre os dias 14 e 19 de julho, em Turim, na Itália, e deve reunir mais de 3 mil artistas. Desde a estreia, houve apenas uma premiação conquistada por brasileiros: a renomada dupla Vick e Fabrini, em 1988.
Rapha disputará o troféu com o espetáculo “O matuto” inspirado na tradicional literatura de cordel e desenvolvido a partir de pesquisa para entrelaçar a mágica e a cultura popular. Além dele, classificado em em quinto lugar no Campeonato Europeu de Mágica, na Suíça, no ano passado, estão confirmados outros quatro mágicos brasileiros.
“Eu me senti muito honrado e feliz de poder ter sido selecionado com esse trabalho, com o qual eu levo Caruaru, Pernambuco e o Nordeste do Brasil. Para mim, ser selecionado já é uma vitória. Estar entre os melhores do mundo é uma grande realização, eu já estou muito feliz”, celebra o artista, já acostumado a públicos internacionais. Rapha esteve em palcos, festivais e concursos em Portugal, na Itália, Suíça, Espanha, França, Argentina, no Chile e Uruguai.
Em uma linguagem típica do nordeste brasileiro, o Matuto convida o público para mergulhar em um universo de encantamento. A encenação se desenrola a partir dos itens retirados de uma mala de vaqueiro sertanejo, como um pífano, instrumento tradicional do Nordeste brasileiro. Nascido em Caruaru, cidade do Agreste pernambucano, ele tece referências estéticas e cênicas do Brasil e as complementa com uma animada trilha sonora, composta por forró, xaxado, coco e cavalo-marinho.
A formatação de um espetáculo de mágica a partir de elementos culturais alça o gênero artístico a um patamar de representatividade incomum às apresentações convencionais ou de festivais - em geral, calcadas em números universais (com apelo a itens tradicionais do ilusionismo) e releituras permitidas pela incorporação da tecnologia ou do desenvolvimento de efeitos cenográficos. A montagem de o Matuto se distingue por ser autoral e transpor, para o palco e a fantasia, a identidade geográfica, sentimental, cultural e histórica de um recorte do Brasil refletido na oralidade, na indumentária, na música e em outros itens de expressão.
“A proposta é enxergar a mágica com a cara do Brasil, fazer as pessoas se reconhecerem durante a encenação. Para os espetáculos, eu faço um profundo trabalho de pesquisa e investigação”, explica o artista, cujas produções incorporam técnicas e conceitos do teatro, circo, da dança, música e palhaçaria. Mágico, ator, professor e palestrante, ele atua profissionalmente há mais de 20 anos e se divide entre apresentações em teatros, festivais, empresas, eventos sociais, culturais, palestras, cursos e mentorias. É idealizador e produtor do Festival Internacional de Mágica, considerado o maior evento dedicado ao ilusionismo no país.
O mágico Rapha Santacruz é multiartista e produtor cultural. Ao longo da trajetória, criou inúmeros projetos com linguagens e proposta distintas, de formação a turnês internacionais, passando por intercâmbios, palestras e o destacado Festival Internacional de Mágica (FIM), com cinco edições realizadas. Já são seis espetáculos no repertório: AbraCASAbra, Sonho de uma Profissão, Haru: A primavera do aprendiz, Roda, O Matuto e Figuras Mágicas, com os quais circula pelo Brasil e exterior. Desde 2023, tem consolidado também a carreira internacional.
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