Projeto de valorização à bibliodiversidade feminina começa nesta terça-feira, no Recife

Rede de Biblioteca pela Paz_ Recife
Foto: Rodolfo Loepert/ PCR 


 A programação é aberta ao público a partir dos 16 anos, e acontece no Compaz do Coque, das 14h30 às 16h30


A partir desta quarta-feira, dia 17, a cidade do Recife será contemplada com o projeto cultural “Nas Dobras do livro”.  A iniciativa tem como proposta contribuir para formação de leitores, refletir, debater e promover a bibliodiversidade dos acervos das bibliotecas com a inclusão de autoras locais e obras que fogem do itinerário tradicional. Para oferecer um conhecimento mais amplo e diferentes perspectivas, o projeto vai promover um ciclo, gratuito, de mediação de leituras para pessoas acima dos 16 anos. O primeiro espaço que vai receber a ação é a biblioteca do Compaz do Pina, localizada no Coque. Lá, o encontro acontece das 14h30 às 16h30. Não é necessário fazer inscrição. Para saber mais sobre o projeto acesse:  no www.instagram.com/colofao.lab. 


As sessões de mediação de leitura apresentarão quatro obras de escritoras Pernambucanas. As escolhas dos livros se deram mediante a curadoria do escritor e editor Fred Caju. O acervo, conta com as publicações da vencedora do Prêmio Jabuti (2021 e 2022), Micheliny Verunschk (livro “B de bruxa”); da poeta Joy Thamires, mulher negra, moradora da periferia do Ibura (livro “Te Recito”); Odailta Alves, escritora independente nascida na favela de Santo Amaro, no Recife (livro “Clamor Negro”); e da escritora e pesquisadora de literatura e feminismo, Raíza Hanna Milfont (livro “Sol a pino”).


Ao destacar as vozes de quatro mulheres, o projeto “Nas Dobras do livro” oferece ao público leitor e participante referências importantes“A promoção à biodiversidade feminina através das obras dessas autoras recifenses também desempenha um papel crucial na representação de uma sociedade mais inclusiva e equitativa. Além de podermos ampliar o acervo das bibliotecas do Compaz com obras dessas autoras. Esta é uma maneira fundamental de abrir caminhos para uma maior representação das mulheres na literatura, de modo que a gente possa inspirar novas gerações de leitores e escritores” afirmou o mediador de leitura, Gabriel Santana.


Durante as atividades de mediação, os participantes serão convidados para fazer uma imersão em suas próprias histórias, de maneira que os faça reconhecer a beleza e complexidade de suas identidades e os desafios da publicação independente.  A atividade busca ainda discutir a importância do  papel das escritoras em uma sociedade na qual  ainda se lê poucos referenciais femininos na literatura. “Cada livro tem como objetivo promover a reflexão sobre a importância da memória coletiva e da união comunitária. Queremos que cada adolescente, jovem, idosos, pessoas com deficiência e público LGBTQIAPN+, que passe por esse projeto, tenha uma visão empoderada de sua própria herança cultural” acrescentou. 


Os livros que serão utilizados nas atividades são dedicados a pequenos contos poéticos e poesia.  Ao final, o projeto também vai fazer a doação de 12 exemplares, sendo três exemplares de cada escritora para ser colocado à disposição dos leitores de cada unidade das Bibliotecas da Paz. 


Ainda estão programadas, para os  dias 24 de julho;  09 e 14 de agosto, sessões de mediação de leitura nas Bibliotecas da Paz, da Prefeitura do Recife, instaladas dentro do Compaz Paulo Freire (Ibura), Compaz  Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), e Compaz Miguel Arraes (Madalena) .



Sobre as autoras: 


Joy Thamires - Foto: Ana Lira

Joy Thamires, mulher negra escritora, educadora social, cozinheira, empreendedora de terreiro, filha de Obaluaê, 30 anos, moradora da periferia do Coque-Recife. Tem seis livros publicados de forma independente: “Fiz da senzala poesia e na minha poesia meu jardim”, “Terra negra”, “Que afeto te afeta?”, “Pipoca”, “Te recito” e “Teu gosto proibido”.


LIVRO — Te recito é um livro de uma mulher negra que escreve sobre afetos, afetos negros, uma quebra de barreiras e tabus gigantes, que se autointerroga: será que um corpo negro e gordo merece ser amado?

Odailta Alves (Foto Natália Tenório)


Odailta Alves, escritora independente, com 8 livros publicados. Vencedora do Concurso Internacional da Casa de Espanha (RJ) e do Concurso Elas por Elas (RN). Nascida na Favela de Santo Amaro (Recife), é uma mulher negra e lésbica que compreende a Literatura enquanto um processo de “Escrevivencias”.


LIVRO — Clamor negro é um livro da autora Odailta Alves (Recife), com 20 poemas, de fabricação artesanal, lançado em 2016. Alcançou a tiragem de 3.400 exemplares vendidos. Os textos trazem o universo do povo negro brasileiro, exaltando suas potências e denunciando o racismo.


Micheliny Verunschk (Foto Renato Parada)


Micheliny Verunschk é escritora e historiadora. Autora de livros de contos, poesias e romances, incluindo B de bruxa (Mariposa Cartonera, 2016), Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2014), ganhador do prêmio São Paulo de Literatura, e O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 2021), que conquistou o Jabuti de melhor romance literário e o terceiro lugar do prêmio Oceanos.


LIVRO — Pensado como uma espécie de manual de bruxaria, B de bruxa tem um caráter híbrido: poemas e micro-narrativas se intercalam dando voz à uma confraria de bruxas que se tratam pelo apelativo “irmã” e que congregam um apetite voraz e canibal pelo homem desejado, receitas culinárias e de poções mágicas, o assombro de serem capturadas pelo amor.


Raíza Hanna Milfont (Foto da autora)

Raíza Hanna Milfont é escritora e pesquisadora em literatura e feminismo. Autora de Sol a pino (Castanha Mecânica, 2022). Doutoranda em Ciência da Literatura pela UFRJ. Mestra em Literatura, Teoria e Crítica pela UFPB. É editora, revisora, artesã e idealizadora da Alvoroça, que tem como foco a publicação de mulheres, e co-editora da Castanha Mecânica.


LIVRO — Sol a pino de Raíza Hanna Milfont é um livro-pôster-objeto em encadernação artesanal com poemas que investigam a simbologia entre as serpentes e o feminino. Por entre a mata, a terra e o calor do sul equatorial, a obra investiga a animalidade através de um olhar feminista.



Serviço:

O quê: Projeto de valorização à bibliodiversidade feminina será realizado no Recife;

Quando: Entre os dias 17 e 24 de julho e 09 e 14 de agosto 

Mais informações:  www.instagram.com/colofao.lab 


Confira a programação:


Data

Compaz

Livro

17/07 (qua)

14h30 às 16h30

Dom Hélder (Coque)

B de bruxa, Micheliny Verunschk

24/07 (qua)

14h30 às 16h30

Paulo Freire (Ibura)

Te recito, Joy Thamires

09/08 (sex)

15h às 17h

Miguel Arraes (Madalena)

Clamor negro, Odalita Alves

14/08 (qua) 14h30 às 16h30

Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha)

Sol a pino, Raíza Hanna Milfont


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Feira Criativa Romã realiza edição especial Dia das Crianças no Ecoparque das Paineiras neste sábado (18)

FrevoBook de Climério de Oliveira, Marcos FM e Spok é lançado no Conservatório Pernambucano de Música

16º Festival de Cinema de Triunfo divulga edital para inscrições de filmes