Grupo Experimental leva a experiência do espetáculo Pontilhados para Colômbia

Pontilhados SP - Estreia Fotos  Rogerio Alves

 A companhia de dança recifense, que está prestes a completar 30 anos, oferece residência artística em um intercâmbio e espetáculo imersivo na cidade de Medellín. 

Com quase 30 anos de atuação, o Grupo Experimental desta vez cruza novas pontes. Depois de passar por Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Garanhuns, agora é a vez de contar as memórias afetivas da Colômbia, com uma semana de troca em uma residência artística, e na sequência, três dias de espetáculo no centro urbano de Medellín, cidade que dialoga em vários pontos com o Recife, e apresenta características sociais semelhantes. 


Em uma experiência que une dança, tecnologia e poesia, Pontilhados é uma intervenção urbana em sítios históricos das cidades por onde passa. Desta vez o espetáculo  vai para a sua primeira inserção internacional, rompe mais uma fronteira e mostra a capacidade de desenvolver conexão com diversos territórios, compreendendo as estruturas sociais do local e mergulhando em história, arte e contemporaneidade, construindo novos repertórios corporais a partir dos espaços em contato.


“Estamos tendo a oportunidade de cruzarmos conteúdos artísticos e podermos conectar, entender, partilhar não só nossos potenciais artísticos, mas também dividir questões sociais que, ao que parece desde que chegamos aqui em Medellín, percebemos que se assemelham demais ao Recife”, descreve Mônica Lira, diretora do grupo, que já está em Medellín para pesquisa e criação de dramaturgia, e conta que montou Pontilhados em duas versões em Recife, no bairro do Recife e no Pátio de São Pedro, circulou e montou uma experiência de Pontilhados em Porto Alegre e Garanhuns, e desenvolveu uma criação durante a da pesquisa do seu mestrado, no Pelourinho em Salvador.


Ainda de acordo com Mônica Lira, depois da residência artística, que tem início no dia 1º de abril, o resultado cênico deve surpreender. Estamos vivendo dias intensos aqui. Eu e Silvia Góes, que assina a dramaturgia, viemos antes da equipe completa de bailarinos e produtores, porque precisávamos imergir no lugar. Conhecer ruas, entender deficiências, mazelas, e também as belezas urbanas, a parte artística do lugar, para criarmos não só nosso roteiro do espetáculo, mas também uma narrativa que una nossas histórias em uma montagem que represente, como chegamos a dizer aqui: as pontes criadas entre nossas ilhas humanas”, destacou. 


A residência artística, incentivada pelo Funcultura, intitulada Pontilhados: Intervenções humanas em conexões” teve convocatória aberta para artistas de Medellin com mais de 100 inscrições. O resultado, divulgado nesta última segunda, contempla os artistas que seguirão com trabalho de residência com o grupo para criação de espetáculo. Os artistas colombianos vão ter uma semana de trabalho com os artistas do Grupo Experimental, e a partir desta troca partirão para a montagem de uma nova obra que agora vai ganhar mais um espaço de conexão para contar as histórias dos corpos que dançam, dos lugares que habitam, e dos lugares que conhecem, dançando não só o repertório de suas vivências, mas também representando contextos, discutindo artisticamente a política de existência em cada território.


CONEXÃO RECIFE- MEDELLÍN - Um grande parceiro do Grupo Experimental nesta primeira inserção internacional de Pontilhados é o COMFAMA, através do projeto Claustro, um laboratório e centro cultural educativo. O instituto funciona como um espaço que abriga várias atividades para desenvolvimento social, econômico e cultural de famílias, localizado em Antioquia, um dos 32 departamentos da Colômbia, no noroeste do país. Consciência, liberdade, produtividade e felicidade, são algumas das capacidades que o instituto busca refletir nas ações e projetos desenvolvidos, na intenção de fomentar a educação, pensando em ações responsáveis, com saúde integral e também cuidados da natureza.




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