Secult-Pe retoma lives com programa sobre Pernambuco no contexto do Centenário da Semana de 22

O Programa Cultura em Rede, da Secult-PE, abre temporada de lives debatendo o revisionismo histórico cultural, no contexto das comemorações pelo centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.  

A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, permanece no imaginário coletivo sociocultural como um dos maiores marcos da cultura brasileira e o mais importante para o modernismo instaurado no país. Um século depois - no conjunto de celebrações que lançam holofotes para a exposição organizada pelos escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade e pelo artista plástico Di Calvacanti - destacam-se eventos e lançamentos que propõem uma revisão da historiografia do movimento. Dentro dessa nova abordagem, críticos de arte que estudam o período não hesitam em afirmar que, em Pernambuco, o modernismo já existia de forma bastante expressiva, a partir da circulação e trocas artísticas dos irmãos Fedora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, Cícero Dias, continuando com o movimento regionalista inaugurado pelo sociólogo Gilberto Freyre. 

Para inaugurar a temporada de lives de 2022, o programa Cultura em Rede, da Secretaria de Cultura de Pernambuco, também contribuirá para essa provocação, que pretende rever o modernismo no Brasil. A live "Pernambuco Moderno: um outro olhar para o centenário da Semana de 22" será transmitida na próxima terça (1), às 19h, no canal do Youtube da Secult-PE e também no Facebook. Foram convidados dois jornalistas e um artista pernambucanos. 

Bruno Albertim, é jornalista, escritor e antropólogo. Autor, dentre outros, de “Tereza Costa Rêgo - Uma mulher em três tempos” (Cepe 2018) , e “Nordeste - Identidade Comestível" ( Massangana 2021 ), Bruno está prestes a lançar, pela Cepe Editora, o livro “Modernismo Pernambucano”. Luciana Veras é jornalista da revista Continente, que trará uma reportagem especial de capa sobre os outros modernismos no Brasil. Paulo Bruscky, artista e poeta, traz também seu olhar sobre a produção modernista pernambucana, sobretudo a partir da obra de Vicente do Rego Monteiro. 

“Na verdade, não só o Brasil, mas o mundo todo vive um momento muito forte de revisionismo dessas historiografias oficiais, lembrando que essas narrativas são fruto de articulações de autores com capacidades de produzir essas hegemonias. O que aconteceu nos anos 20, 30 e 40, foi que esse grupos de intelectuais e artistas paulistanos conseguiram forjar um discurso muito eficiente para o estabelecimento dessa narrativa hegemônica. Mas o fato é que além desse modernismo, que é extremamente importante, que tem sim seu poder de síntese em São Paulo, houve e há vários modernismos no Brasil. O Pernambucano é um dos mais contundentes dele, que é um modernismo de longa duração”, explica Albertim. 

O artista multimídia e poeta Paulo Bruscky - premiado com a Guggenheim Fellowship em 1981 - viveu em Nova York por um ano, desenvolvendo sua pesquisa em multimeios e a reeducação da percepção sensorial. Em 2017, por ocasião da entrada de suas obras nas coleções do MNAM/Centre Georges Pompidou, apresentou uma seleção de trabalhos no museu. O Arquivo Paulo Bruscky tem cerca de  70 mil itens das vanguardas artísticas do pós-guerra. Bruscky tem obras nos acervos de vários museus do mundo. Em 2009, recebeu a Ordem do Mérito Cultural. Ele é coautor do livro "Vicente do Rego Monteiro: Poeta, Tipógrafo, Pintor", lançado pela Cepe, em 2004. 

A mediação do bate papo será da jornalista Luciana Veras, que assina a reportagem especial “Moderno em Outros Cantos”, da edição de fevereiro da revista Continente. A matéria traz autores, pesquisadores e críticos de arte que também debruçaram seus olhares e percepções para reconstruir a trajetória do modernismo no Brasil, reivindicando o lugar de Pernambuco como sendo de vanguarda para o movimento. 

“É importante a gente observar o efeito da Semana de 22 como um evento importante, mas não determinante. Essa construção outorgou a São Paulo a condição de bússola do movimento, quando a verdade é que já havia movimentos modernistas sendo produzidos em outros estados do país, como Pernambuco, Pará, Minas e Rio de Janeiro. A reportagem traz esse olhar mais crítico, de revisão, de recontextualizar a Semana de Arte Moderna, como mostram iniciativas que estão surgindo no bojo desse centenário para reavaliar o evento”, coloca Luciana Veras. A reportagem assinada por ela coloca em cena ainda exposições e publicações que estão sendo lançadas neste ano - a exemplo do livro de Bruno Albertim - e que irão ampliar ainda mais o debate.  

Serviço:
 

Live - Pernambuco Moderno: um outro olhar para o centenário da Semana de 22

Quando: Terça, às 19h

Local: Youtube.com/SecultPE

Convidados: Bruno Albertim, Paulo Bruscky e Luciana Veras

 

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