HOJE CIEL CANTA O SÃO JOÃO EM ESPECIAL

Ciel Santos lançou ontem, 23, o especial de São João gravado na quarentena. A celebração das festas juninas é bem importante na cultura do Nordeste.

Com todos os acontecimentos provocados pela pandemia, não podemos festejar nas ruas e nos confraternizar como antes. O impulso de festejar jamais deve ser tolhido, ele faz parte da nossa cultura enquanto povo. Pensando nisso surgiu a ideia de produzir um especial junino para manter viva e acesa a alegria dessa festa tão especial. Tudo foi feito respeitando as medidas de segurança com profissionais de Bezerros e Recife.

São dois blocos musicais mesclando músicas autorais com clássicos do nosso cancioneiro. O especial será disponibilizado no YouTube do artista nos dias 23 e 24 de junho sempre às 17h.

Utilizando pouco equipamento, figurinos antigos, reciclando materiais para confecção de cenários e improvisando bastante esse trabalho tem uma estética caseira e mambembe. Na performance Ciel canta, interpreta e brinca de ser o que quiser na mistura do universo Queer com a cultura popular. “Olha pro Ciel meu amor” é um convite ao mundo lúdico das festas de São João vividas no agreste pernambucano pelo artista.

Ficha técnica

Concepção e roteiro: Ciel Santos e Paulo Lima. Direção musical e arranjos: Mauricio Cezar Repertório: Ciel Santos. Direção de arte: Jota Gomes. Imagens: Rafael Moury. Figurinos e adereços: Dona Taninha Ricardo Lima, Raphaelle Brito, Ciel Santos. Cenografia: Ricardo Lima e Ciel Santos. Fotos: Jessika Santos e Rafael Moury. Edição: Ciel Santos e Paulo Lima. Produção: Raphaelle Brito e Carlos Willamys. Arte “Mona Bonita” gentilmente cedida pelo artista Perron Ramos. Locação: Chácara Amor de Tereza -Sítio Serra Velha- Bezerros/ Casa de Dona Maria da Sanfona- Bezerros

Ciel Santos

Ciel Santos é natural de Sapucarana, área rural do município de Bezerros, no agreste pernambucano, multiartista, iniciou sua carreira na dança e teatro popular, aos 14 anos, no Balé Popular Papanguarte, com o qual participou de grandes festivais de dança folclórica no país. Ingressou profissionalmente e de forma independente na música no ano de 2006, com o espetáculo “Nós e o Cabide”. Em 2009 mudou-se para o Recife, onde estudou canto no Conservatório Pernambucano de Música. Em Recife integrou durante sete anos o grupo vocal dos Garçons Cantores do Manhattan Café Theatro. O primeiro trabalho autoral veio em 2015, com o lançamento do EP “Livre”, ganhando destaque no cenário musical do estado. Em 2016 foi um dos finalistas do festival de música autoral Som na Arena e a partir dai tem construído sua carreira também como compositor. Em 2017 lança o espetáculo autoral Enraizado, levando o mesmo para festivais como Janeiro de Grandes Espetáculos, Rock na calçada e Coquetel Molotov -Belo Jardim. Em 2018 entra em estúdio, lança alguns singles para em 2019 lançar o álbum completo. Ativista pela causa LGBTQIA+ Ciel usa o intercâmbio entre a cultura Queer e a cultura popular nordestina, usa sua voz andrógina (contratenor), seu corpo e sua poesia como ferramentas de resistência e expressão artística.

CD Enraizado Com três singles lançados anteriormente Ciel Santos lançou o seu primeiro disco “ENRAIZADO”. Gravado de forma independente, traz um repertório autoral, as músicas fazem parte do roteiro do espetáculo de mesmo nome. As composições abordam temas presentes na trajetória artística de Ciel Santos. São onze faixas, sendo 10 autorais e 01 regravação, a música Carcará de João do Vale e José Cândido que sempre fez parte do repertório do artista. O disco foi lançado somente em formato digital em todas as plataformas, tem direção musical e arranjos de Maurício Cezar e tem na sonoridade, forte influência da cultura popular. Ciel tem trabalhado com ênfase na interação de outras artes na sua música. A dança, o teatro, a fotografia e a moda estão presentes nas referências que o artista apresenta, utilizando ainda a cultura Queer na sua forma de criar e expressar-se. O conceito visual do CD tem como referência os antigos retratos renascentistas, trazidos para o contexto agrestino de Pernambuco e tendo como personagens os membros da família de Ciel.

Diz o artista: “Sou um brincante de batom e saia que pula, dança, canta e gira. Enraizado trás o útero de onde vim, o peito que me amamentou a terra que me plantou, os espinhos que me feriram e os braços que me ninaram.”


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