Cepe faz live para celebrar o cinema brasileiro
Data comemorada em 19 de junho terá bate-papo com autores, críticos e
realizadores, às 17h30, no canal da Cepe no Youtube
A pandemia
causada pelo novo coronavírus e a atual política de restrição e liberação de
verbas impostas pelo governo federal à Agência Nacional do Cinema (Ancine)
praticamente paralisaram um dos setores que mais cresceu na economia brasileira
nos últimos dez anos: o cinema brasileiro. Já que o calendário reserva o dia 19
de junho para celebrar o audiovisual do país, a Companhia Editora de Pernambuco
(Cepe) fará a live Uma conversa sobre o cinema nacional, para tratar
tanto sobre a situação atual do cinema nacional como também sobre sua história
- que a Cepe tem ajudado a preservar editando e publicando obras como Antologia
da crítica pernambucana - Discursos sobre cinema na imprensa (1924-1948),
organizado pelo jornalista e crítico André Dib e pela realizadora Gabi
Saegesser, e História da eternidade, do diretor, produtor e roteirista Camilo
Cavalcante. André e Camilo participarão do bate-papo sobre cinema e
literatura mediado pela repórter especial da Revista Continente, Débora
Nascimento, às 17h30, no canal da Cepe no Youtube (https://bit.ly/LiveCepeCinema).
Débora
ressalta que está sendo um ano especialmente difícil para o cinema nacional e
internacional devido à pandemia. “São perdas de bilhões para o mercado
cinematográfico por causa dos cinemas fechados, estreias adiadas, canceladas ou
remanejadas para plataformas de streaming”, pontua a jornalista da Continente.
“Estávamos em um momento crescente de alimentação da cadeia produtiva
cinematográfica quando começou o desmonte da Ancine ainda no Governo Temer.
Agora nem recursos de projetos que já foram contemplados estão sendo
liberados”, lamenta Camilo, recordando que uma crise dessa magnitude não
ocorria no cinema nacional desde o Governo Collor, nos anos 1990, quando foi
extinta a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilmes). “Por causa disso muitos
profissionais do audiovisual migraram temporariamente para as produções
destinadas à publicidade como forma de sobrevivência”, recorda o realizador.
Mas agora
a pandemia afetou a todos. “É essencial que o setor audiovisual volte a se
movimentar, com apoio governamental. Isso terá impactos positivos na cultura,
na imagem interna e externa do país, como também na economia, mantendo milhares
de empregos”, analisa Débora. “A curto prazo não vejo solução. A não ser quando
os editais da Ancine começarem a ser liberados e a iniciativa privada também
voltar a apoiar essa cadeia que gera tanto emprego e renda”, espera Camilo,
vencedor de 27 prêmios em festivais no Brasil e no exterior pelo seu História
da eternidade (2014). Filmado em 2012 em Santa Fé,
Distrito de Pau Ferro, Sertão de Pernambuco, o filme conta a história de três
mulheres: a adolescente Alfonsina (interpretada por Débora Ingrid) cujo maior
desejo é conhecer o mar; Querência, de 40 anos (vivida por Marcélia Cartaxo),
que enterra o filho e o amor, logo na primeira cena; e a idosa Das Dores
(Zezita Matos) que reprime a sexualidade com devoção cristã.
Já
Antologia da Crítica Pernambucana - Discursos
sobre cinema na imprensa (1924-1948) é uma pesquisa sobre a maneira como a imprensa pernambucana escrevia sobre cinema na primeira
metade do século passado. O objetivo, segundo os organizadores, é tornar
acessível ao leitor um panorama dos principais autores e ideias, e mergulhar no
imaginário e nas formas de pensar cinema em Pernambuco na primeira metade do
século XX.
História - Em 19 de junho de 1898 foram feitas as primeiras imagens cinematográficas no Brasil. O autor da proeza foi o italiano Afonso Segreto. Carregando consigo um cinematógrafo, ele embarcou no navio Brésil, que fez o trajeto de Bordeaux, na França, até o Rio de Janeiro. Antes de desembarcar, Segreto registrou sua chegada e, de quebra a Baía de Guanabara.
Serviço:
Live Uma conversa sobre o cinema
nacional
Quando: 19 de junho
Horário: 17h30
Endereço: Canal da Cepe no Youtube (https://bit.ly/LiveCepeCinema)
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