A DANÇA QUE RESISTE

Maria Paula Costa Rego

A Agenda Cultural do Recife, no intuito de colaborar com a reflexão sobre a arte neste tempo de pandemia, entrevista a bailarina e coreógrafa Maria Paula Costa Rego.

Manoel Constantino- Diante das atuais circunstâncias que vivemos, diante de uma pandemia cruel, qual é e qual será o papel da arte e, no seu caso como bailarina e coreógrafa, da Dança, no novo normal? 

Maria Paula - A arte se transforma no tempo assim como o Homem. Na história da Humanidade a arte sempre esteve presente, e sempre haverá de estar. Não tenho dúvidas de que acharemos meios de nos expressar, tocar, sensibilizar e transformar o outro, como sempre aconteceu. Neste momento extremamente difícil pelo qual passamos, não temos resposta para nenhuma questão, e sim a única certeza de que não podemos parar. Já existem alguns experimentos artísticos que apontam caminhos, e tenho certeza de que teremos muitos caminhos possíveis. Dialogar com a tecnologia sem ideias pre-concebidas pode nos levar a soluções inovadoras e interessantes. É tempo de nos reinventarmos.
Manoel Constantino -
Você tem atuado como uma artista da area da dança nesta gestão do governo estadual. Como promover o protagonismo da dança em Pernambuco neste momento de crise sanitária tão grave?

Maria Paula -  resposta foi dada numa das últimas reuniões do Conselho de Cultura do Estado: O Governo garante a continuidade do Funcultura, que é um valor em torno de 19 milhões, mas não consegue lançar novos editais neste momento. Então sigamos costurando parcerias, como é o caso da Oficina Práticas numéricas - Videodança, que acontecerá em julho, (inscrições abertas até o dia 21/06) onde o Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife, veio juntar-se a Secult para realizar uma ação que pode colaborar com aqueles que trabalham com a dança através da tecnologia. Boas parcerias são essenciais em tempos de crise. 

Manoel Constantino - As artes cênicas, por serem expressões que se revelam no aqui e no agora com seu público, quais caminhos podem ser percorridos para que haja a garantia do trabalho do artista da dança?

Maria Paula - O mundo inteiro está galopante à procura de solução para esta crise. Não temos respostas, apenas caminhos a trilhar. O orçamento previsto pela Lei Aldir Blanc, deverá suprir, entre outras necessidades culturais, experiências artísticas a partir da tecnologia ou não que garantirá alguma luz neste túnel. Vamos avançar! Será no fazer cotidiano que acharemos as soluções.

Oficina Práticas Numéricas – Vídeodança

Professor artista, Yann Beauvais

Inscrições até 21/06

Para mais informações:
secultdanca@gmail.com


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