Universo mítico do Sertão do Pajeú é mote do novo espetáculo do Coletivo Caverna

Foto: Thiago Mendes

Itinerante, ‘Pajeú das Flores’ fará apresentações a partir de hoje; Praça do Diario, no Recife,  e Alto da Sé, em Olinda, são alguns dos lugares que receberem a ocupação.

Cortando o semiárido pernambucano, banhando um território de mais de 13 km2 e 20 municípios, corre o Rio Pajeú, descrito na poesia popular como um “rio feiticeiro que corre ao contrário”. O sertão que o margeia - arcaico, ermo, mítico, poético e cheio de lutas e histórias - inspirou a criação de “Pajeú das Flores”, novo espetáculo do olindense Coletivo Caverna.

Itinerante, o espetáculo será apresentado de  hoje (04/12) a 07/12, iniciando na Praça do Diario, passando por Olinda e deslocando-se pelo Estado de Pernambuco para encerrar sua turnê em janeiro de 2020 na cidade de São José do Egito, epicentro poético do Sertão do Pajeú. Todas as apresentações são gratuitas.

“Apresentado em forma de cortejo poético, Pajeú das Flores vai percorrer as ruas, interagindo com lugares e pessoas numa concepção ampliada do conceito de espaço cênico”, explica o diretor Cláudio Lira. O resultado é um formato de ocupação urbana que homenageia o povo.

Na proposta brincante, mesclam-se atores, bonecos, máscaras e música ao vivo. Artistas andarilhos invocam as forças dos primeiros habitantes da região e o poder místico do Rio Pajeú, convocando o público a uma jornada de encontro a essa terra encravada no interior do Brasil. O convite é a um encontro profundo com as raízes culturais nordestinas.

Pajeú das Flores começou a ser desenvolvido há um ano, a partir de entrevistas com referências criativas da região do Pajeú, entre elas o cineasta Petrônio Lorena, diretor do documentário "O Silêncio da Noite é que Tem Sido Testemunha das Minhas Amarguras"; o artista plástico Tárcio Oliveira; o artista visual e cantor Tonfil; os poetas Antonio Marinho, Jorge Filó e Paulo Matricó e a poeta e cantora Bia Marinho.

“Visitamos algumas cidades, onde colhemos impressões e depoimentos dos moradores. A partir das informações, desenvolvemos coletivamente um roteiro dramatúrgico”, pontua Lira. As apresentações prometem misturar tradição e contemporaneidade, propondo a ressignificação poética de espaços públicos. Para garantir a acessibilidade, foi incluído o recurso de tradução em libras em cinco das cidades visitadas.


SERVIÇO

Espetáculo Pajeú das Flores

Recife

04/12 - Praça do Diario

05/12 – Praça Nossa Senhora do Carmo

Olinda

06 e 07/12 – Alto da Sé


Ficha Técnica

Elenco: Claudio Lira, Célia Regina, Luiz Manuel, João Guilherme de Paula,

Flávio Renovato, Íris Campos e Brunna Martins

Argumento: Claudio Lira

Dramaturgia: O Grupo (Criação Coletiva)

Encenação: Claudio Lira e o grupo

Músicas: Zeto do Pajeú, Bia Marinho, Flávio Renovato e o Grupo

Direção Musical: Johann Bremen

Preparação Vocal: (canto) Célia Regina

Direção de Arte: Marcondes Lima

Preparação Corporal: Raimundo Branco

Coreografias: Íris Campos e o Grupo

Adereços e Confecção de Bonecos: Célia Regina e Luiz Manuel

Costureira: Maria Lima

Programação Visual: Claudio Lira

Fotografias: Thiago Mendes

Assessoria de Comunicação: Tatiana Diniz e Dea Ferraz

Produção: Claudio Lira e Luiz Manuel

Realização: Coletivo Caverna



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