Campanha quer preservar saberes e tradições da cultura popular de Pernambuco
Projeto Memórias de Pernambuco - Patrimônios Vivos busca apoio para imortalizar legado de mestres e mestras
Sentir um arrepio quando ouve Vassourinhas, mergulhar na beleza de uma xilogravura, dar as mãos pra dançar uma ciranda, pedir dinheiro atrás de uma La Ursa, dançar quadrilha... Será que nossos filhos ou os filhos dos nossos filhos terão a mesma sensação deliciosa de pertencimento ao se depararem com a cultura popular de Pernambuco? Será que esses saberes e tradições que vêm sendo repassados no “boca a boca”, de mãos em mãos, por nossos mestres e mestras, vão continuar atravessando gerações? Uma tarefa importante para nossa identidade, mas difícil sem que a riqueza dessas criações sejam reunidas em um espaço físico ou plataforma de visitação. Pra se ter uma ideia, dos 63 patrimônios vivos do estado reconhecidos por lei, doze faleceram, entre eles José Pimentel, Selma do Coco e Ana das Carrancas, sem terem essa oportunidade.
A partir desta terça-feira, dia 1º de outubro, nós temos a oportunidade de contribuir para que esse legado tenha um espaço de valorização e divulgação perene. É quando começa uma campanha para que todos os pernambucanos ou todas as pessoas que amam nossa cultura possam, com suas próprias mãos, contribuir para preserva-la. O projeto Memórias de Pernambuco - Patrimônios Vivos, pretende produzir uma galeria virtual onde essas personalidades falem sobre seus trabalhos e trajetórias de vida, depoimentos que registrados em minidocumentários de 15 minutos que, reunidos, mostrarão ao mundo o legado da cultura tradicional de Pernambuco. Iniciativa inédita, com conteúdo a ser disponibilizado gratuitamente na internet, numa linguagem acessível às novas e futuras gerações.
O projeto foi o único do Nordeste contemplado na primeira chamada do edital público de Matchfunding do BNDES, que alinha financiamento coletivo e aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A campanha de financiamento coletivo aposta que a preservação do legado artístico e cultural desses expoentes é de interesse público e diz respeito a todos nós, que podemos participar falando para os amigos, compartilhando nas redes sociais, visitando a página do projeto no site da Benfeitoria - https://benfeitoria.com/ memoriasdepernambuco - e fazendo sua contribuição. Para cada faixa de colaboração, uma recompensa em forma de arte.
A primeira fase do projeto vai contemplar cinco patrimônios vivos: os xilogravuristas J. Borges e Mestre Dila, o coreógrafo fundador do Balé Popular André Madureira, o cantor Claudionor Germano (principal intérprete de Capiba e um dos maiores de Nelson Ferreira), e a cirandeira Maria Cristina Andrade.
O projeto tem idealização da jornalista e pesquisadora Lydia Barros, realização da Artepe (Associação de Realizadores de Teatro de Pernambuco), com produção executiva da Fervo Projetos Culturais, execução do cineasta Rodrigo Barros e da fotógrafa Teresa Maia.
Saiba mais sobre os Patrimônios Vivos contemplados nesta primeira fase:
J. Borges – Um dos artistas populares mais celebrados da América Latina, José Francisco Borges (1935), natural de Bezerros/PE, é cordelista, xilogravurista e poeta. Já ilustrou capas de cordéis, livros e discos, e expôs em diversos países. Recebeu a comenda da Ordem do Mérito e o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa, e em 2002, foi um dos 13 artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas.
Mestre Dila - José Soares da Silva (1937), nasceu na Paraíba, mas veio para Pernambuco ainda criança. Em Caruaru, onde reside deste 1952, aprendeu a trabalhar com a madeira, fazendo carimbo e xilogravura. Suas gravuras, entalhadas em madeira e borracha vulcanizada, ilustram folhetos, rótulos de cachaça, livros, remédios e outros produtos, explorando temáticas do imaginário sertanejo e o realismo fantástico.
André Madureira – Natural de Garanhuns/PE, Madureira (1951) mudou-se jovem para o Recife e no final dos anos 1960 já era criador, diretor, produtor e apresentador de programas na rádio e TV. Em 1972 fundou o Grupo Teatral Gente da Gente, que viria a se tornar o Balé Popular do Recife, que criou uma dança nacional inspirada na cultura popular do Nordeste, a brasílica, com roupagem contemporânea. O grupo introduziu o Nordeste no mapa cultural do pais, mostrando ao mundo o bumba-meu-boi, a cavalhada e o pastoril.
Claudionor Germano – Claudionor (1932), conquistou fama com composições de frevo, sendo um dos principais intérpretes das obras de Capiba e Nelson Ferreira, somente do primeiro, gravou 132 canções. Iniciou sua carreira em 1947, na Rádio Clube de Pernambuco, com o conjunto musical Ases do Ritmo. Manteve-se ligado ao grupo mesmo quando partiu para a carreira solo. Ao comemorar 68 anos de carreira, em 2012, contabilizava a gravação de 478 músicas e 31 discos.
Maria Cristina Andrade – Cristina (1947) é mestre cirandeira, também envolvida em folguedos populares como o pastoril, o urso de Carnaval, a Bandeira de São Joao e a Lapinha. Filha de “Dona Dengosa”, que fundou o Pastoril Estrela Brilhante, em 1958, e a Ciranda Dengosa, em 1968, Maria Cristina acabou herdando o talento materno para a cultura popular, tornando-se também cantora e organizadora dos corais dos blocos Após Fun, Bloco do Amor, Diversional da Torre e Urso Cangaçá.
Sobre a equipe:
Artepe (Associação de Realizadores de Teatro de Pernambuco) tem reconhecida atuação no campo das artes cênicas do estado, mas também trabalha com as linguagens da dança, do circo e da ópera. Entre suas montagens de sucesso estão A inconveniência de ter coragem e Os Cabras de Lampião, ambas com turnês nacionais e internacionais.
Lydia Barros, idealizadora do projeto, é jornalista formada no impresso (Diario de Pernambuco e Gazeta Mercantil), onde atuou como repórter, editora e editora executiva. Traz experiências bem-sucedidas nos campos da produção e pesquisa culturais. Possui mestrado e doutorado em comunicação, com um livro e vários artigos publicados.
Rodrigo Barros está há 11 anos no mercado audiovisual pernambucano, com passagens por São Paulo, em produtoras como Canal Zero, Nitro comunicação e produções especiais do Sportv (Mídia Day). Desenvolve trabalhos com artistas plásticos e músicos, com assinatura em videoclipes e curta-metragem.
Teresa Maia está entre as melhores fotojornalistas do Brasil (10ª edição de O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro, 2018), com prêmios regionais, nacionais e internacional.
A Fervo Projetos Culturais atua desde 2011 com foco em planejamento e produção executiva de eventos e projetos culturais. Adota um sistema de gestão participativa com o apoio de profissionais de diversos campos do conhecimento, nas áreas de artes cênicas, artes plásticas, música e patrimônio. Participa de mercados internacionais e feiras de economia criativa no Brasil, Argentina, Colômbia e Uruguai. @fervoprojetos
CONTATOS:
Patrícia Fonseca - assessoria de comunicação (81) 999453796
Lydia Barros – lydiabarros94@gmail.com - jornalista, pesquisadora e idealizadora do projeto – (81) 9.91835230
Feliciano Félix (Associação dos Realizadores de Teatro de Pernambuco - ARTEPE) – Realização - (81) 9.8837-8440 – artepe2003artepe@gmail.com
Iris Macedo (Fervo Projetos Culturais) – Produção executiva – (81) 3097.5268 / 99147.0377 – direcao@fervoprojetos.com
Comentários
Postar um comentário