Exposição Carimbos, de José Cláudio, entra em cartaz no Mamam
Foto: Aurélio Velho |
Celebrando o pintor, desenhista,
gravador, escultor, crítico de arte e escritor José Cláudio, um dos mais
ilustres e produtivos representantes da arte pernambucana, o Museu de Arte
Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), equipamento da Prefeitura do Recife, estreia
a exposição Carimbos, na próxima quarta-feira (30).
Apresentando ao público uma reunião
inédita de quase 100 trabalhos realizados pelo artista entre 1968 e 1972, a
mostra retrata a fase mais experimental da trajetória de José Cláudio, quando
ele articula gestualidade, musicalidade e artes gráficas e se integra ao
movimento do poema/processo do final da década de 1960, tornando-se referência
fundamental para a poesia visual brasileira.
Com curadoria de Clarissa Diniz, a exposição,
realizada com recursos do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura
(Funcultura), fica em cartaz até 29 de outubro e revela uma faceta pouco
conhecida da vigorosa e célebre obra do artista, resultado do encontro quase
casual de José Cláudio com os carimbos. A descoberta se deu quando José Cláudio
trabalhava como desenhista na Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste) e ilustrava os mais diversos tipos de materiais, publicações e
plantas. Certa vez, precisando fazer grandes mapas rurais de Pernambuco,
desenvolveu carimbos feitos em borrachas de apagar para facilitar a ocupação de
manchas de plantações de cana ou coqueirais, por exemplo.
A técnica – retomada de sua infância –
passou a interessá-lo como artista e, no final dos anos 1960, José Cláudio
realiza diversas experiências com carimbos, articulados com grafismos e outras
técnicas de frotagem. A série é peça importante na história da arte em
Pernambuco, na esteira das ricas investigações que se dão especialmente entre
os anos 1940 e 1970 na interface entre artistas, poetas e a indústria gráfica.
Para além de Pernambuco, contudo, os
Carimbos de José Cláudio fizeram parte do intenso movimento do poema/processo,
liderado por Wlademir Dias Pino e Álvaro de Sá, entre Rio de Janeiro, Natal,
Recife, Cuiabá, Belo Horizonte e Salvador. Dentro desse contexto, circularam em
publicações e livros de artista do período, tornando-se uma referência
fundamental para os artistas da arte correio e do poema visual dos anos 1970.
Além de trabalhos da coleção particular
do artista, a exposição reúne obras de colecionadores privados, alguns dos
quais foram cúmplices da produção dos Carimbos ainda durante a década de 1970,
como Paulo Bruscky e José Luiz Passos, além de outros que recentemente tiveram
acesso e estão contribuindo para a valorização deste ainda pouco conhecido
período da obra de José Cláudio, como Daniel Maranhão e Thomaz Lobo.
Configurada como um espaço de
experimentação da técnica do carimbo, com mesas e materiais para a investigação
do público, a exposição contará também com atividades educativas realizadas
diariamente pelo EducAtivo Mamam. Serão oferecidas ainda oficinas gratuitas
para mediadores do Mamam e de outras instituições e vivências de mediação
inclusiva e acessível em museus, com o intuito de sensibilizar os mediadores
para atendimento inclusivo. Reproduções táteis das obras estão sendo elaboradas
para que cegos e pessoas com baixa visibilidade possam ter melhor acesso às
obras. Estará disponível também agendamento de grupos para visitas guiadas com
atendimento em libras e áudio-descrição.
O projeto contará ainda com uma
publicação, a ser editada em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco
(Cepe), que conterá generosa documentação fotográfica da série e textos da
curadora Clarissa Diniz, do artista José Cláudio e da pesquisadora Fernanda
Porto. A publicação será lançada na última semana da exposição, junto com
debate aberto ao público.
Suplemento Pernambuco -
No mesmo dia 30, o Mamam inaugura também a exposição Uma capa é uma capa é uma
capa é uma capa, que comemora os dez anos do Pernambuco, suplemento literário do
Diário Oficial do Estado, publicado pela Cepe Editora.
A mostra reúne 30 capas memoráveis da
publicação, que conjuga, como poucas, design e conteúdo literário. Na mostra,
cujo título parafraseia o famoso verso de Gertrude Stein, “uma rosa é uma rosa
é uma rosa é uma rosa”, estão expostas capas assinadas por Fabio Seixo, Hallina
Beltrão, Hélia Scheppa, Janio Santos, Jéssica Mangaba, Karina Freitas e Pedro
Vasconcelos.
*Da
Assessoria de Comunicação
Serviço:
Exposição Carimbos, de José Cláudio
Abertura: 30 de agosto de 2017, a partir das 19h
Visitação: 31 de agosto a 29 de outubro, de terça a sexta, das 12h
às 18h, e sábados e domingos, das 13h às 17h
Local: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Mamam (Rua da
Aurora, 265, Boa Vista)
Informações: (81) 3355-6871
Entrada gratuita
Exposição Uma capa é uma capa é uma capa é uma capa
Abertura: 30 de agosto de 2017, a partir das 19h
Visitação: 31 de agosto a 19 de novembro, de terça a sexta, das
12h às 18h, e sábados e domingos, das 13h às 17h
Local - Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Mamam (Rua da
Aurora, 265, Boa Vista)
Informações: (81) 3355-6871
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