Exposição Religiosidade e Política na Obra de Renato Valle na Galeria Janete Costa
MMA Baby / Foto: Divulgação |
A Galeria
Janete Costa inaugura no próximo dia 31 de maio a exposição Religiosidade e Política na Obra de Renato
Valle. A mostra do artista plástico recifense Renato Valle pretende
discutir a relação entre arte, religiosidade e política, tema que vem
aprofundando em sua produção desde 2002.
Enquanto
termina de montar a exposição, o artista resolveu adotar uma rara estratégia de
formação de público. Pediu para abrir as portas da galeria para que estudantes
conheçam os bastidores da arte. As visitas educativas serão oferecidas somente
até este sábado (27) e devem ser pelo e-mail
agendamentojanetecosta@gmail.com
agendamentojanetecosta@gmail.com
“Já havia
feito algo parecido, uma única vez, em Natal. Estava montando uma exposição,
quando percebi uma quantidade enorme de estudantes na porta, olhando pelo
vidro, tentando entender o que acontecia lá dentro. Acabei deixando o grupo
inteiro entrar e aquela foi a visita mais produtiva de todas que recebi durante
a exposição”, conta Renato.
A
coordenação dessas ações educativas é de Mariana Ratts. “Iniciamos as visitas
no último dia 17 e têm sido um grande sucesso. Esse tipo de iniciativa é muito
importante porque dessacraliza o entendimento da obra de arte e de todo o
processo ao redor dela. E faz ainda mais sentido numa galeria como a Janete
Costa, instalada dentro de um parque, que recebe uma quantidade enorme de
visitantes espontâneos”, diz Carlito Person, diretor da galeria.
Com
curadoria de Valquíria Farias, a exposição contará ao todo com 30 obras, entre
desenhos, objetos e instalações, do acervo do MAMAM e de coleções particulares,
que serão distribuídas pelo salão principal e mezanino da galeria. Sua
concepção parte, inicialmente, da série de cinco mil desenhos produzida por
Renato Valle entre 2003 e 2005, intitulada Diários de Votos e Ex-votos.
Marcando um
momento crucial da produção do artista, os desenhos dessa série foram
exaustivamente elaborados como um exercício existencial de busca de liberdade.
"Ao mesmo tempo em que enfatizam a espiritualidade dele, os desenhos são
com uma escritura leve de pequenas engrenagens, ligando partes do corpo humano,
minuciosamente construídas em cima de certos valores religiosos que incomodam
Renato", pontua a curadora da mostra, Valquíria Farias.
O
emblemático álbum de gravuras Cristos Anônimos, que ajudou
Renato Valle a retomar e, de certa maneira, esgotar o tema da religiosidade que
ele iniciou com osDiários de Votos e Ex-votos, é outro conjunto de
obras que orienta a concepção da exposição. Composta por nove impressões
digitais do mais conhecido símbolo cristão, a série redesenha, reproduz e
resignifica a cruz, na visão inquietante do artista e tendo como referência
milhares de brasileiros anônimos, que Renato Valle define como pequenos cristos
anônimos depositários de alguma esperança.
“Gosto de
usar a imagem de Cristo fora da cruz, livre do sofrimento, porque prefiro
pensar na religião como comunhão. A essência do cristianismo não é a
penitência, mas a fraternidade. É muito urgente que a humanidade pare para pensar
na convivência pacífica como uma ação política coletiva”, disse o artista.
A partir da
subjetividade contida nesses dois conjuntos de trabalhos, a curadoria relaciona
as outras obras da exposição, enfatizando-as como construções mais realistas do
sentido de religiosidade. Citem-se os desenhos em grafite sobre lona, de
grandes formatos, alguns produzidos a quatro mãos, que são resultado de
diálogos estéticos experimentados pelo artista em residências artísticas. Há
também os objetos e instalações de parede feitos em resina, durante uma
residência no CAC (Centro de Artes e Comunicação) da UFPE, que são discutidos e
apresentados na exposição como obras que trazem novos questionamentos à poética
de Renato Valle.
Na galeria,
a disposição espacial das obras não é pautada pela cronologia, mas pela relação
e identidade que os trabalhados carregam entre si. A expografia e coordenação
de montagem é assinada por Diogo Todë. A produção da mostra ficou a cargo de
Carol Chaves Madureira.
*Da Assessoria de Comunicação
Serviço:
Exposição
Religiosidade e Política na Obra de Renato Valle
Abertura: 31
de maio, às 19h
Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu
Visitação:
1º de junho a 23 de julho
Horário de
visitação: Quarta a sexta, das 12h às 20h, e sábados e domingos, das 14h às 20h
Entrada gratuita
Informações:
3355-9825
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