Clube das Pás desfila com o tema “A Festa do Boi Voador de Maurício de Nassau”

Foto: divulgação 
O Clube Carnavalesco Misto das Pás, que neste ano está de volta ao Grupo Especial na categoria Clubes de Frevo, tem como tema do seu Carnaval “A Festa do Boi Voador de Maurício de Nassau”, em alusão aos 380 anos da chegada de Maurício de Nassau em terras pernambucanas. O desfile da agremiação na Passarela do Frevo será na quarta (1º), à 1h, na Av. Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio. 

Ao todo, são trezentas e noventa pessoas divididas nas 12 alas, intituladas como: Ala das Bandeiras, Ala de Época, Ala das Sinhazinhas, Ala dos Sinhozinhos, Ala dos Camponeses, Ala da Multiculturalidade, Ala dos Capoeiristas, Ala do Bumba meu Boi, Ala dos Pierrots, Ala do Frevo, Ala da Velha Guarda e Ala da Harmonia.

De acordo com José Hilário - campeão por 8 anos consecutivos pela Escola Gigante do Samba - e novo carnavalesco do Clube das Pás, o tema é baseado em um episódio ocorrido na antiga cidade Maurícia, na época do Brasil Holandês. A história é narrada por frei Manuel Calado no seu “O Valeroso Lucideno” (1648). “O objetivo é levar para a avenida fantasias deslumbrantes, inspiradas nos holandeses que fizeram de Pernambuco um Brasil Holandês no século XVII”, revela o carnavalesco.

A confecção de chapéus, sapatos e sapatilhas e adereços de mão e de pescoço foi tocada a várias mãos por um grupo de artesãos especializados em Carnaval. Para montar essa confecção, o Clube das Pás adquiriu modernas máquinas de costura overlock industrial e centenas de itens que vão desde mantas e cartonados com glitter até tecidos dos mais diversos tipos. Muitas indumentárias foram adquiridas em lojas especializadas do Rio de Janeiro.

Serviço: 
Desfile do Clube das Pás
Quarta (1º) | 1h
Local: Passarela do Frevo, na Av. Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio
Gratuito  

História do tema “A Festa do Boi Voador de Maurício de Nassau”

O administrador da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, Conde João Maurício de Nassau, foi o responsável pela construção de duas pontes sobre o Rio Capibaribe. A primeira unia o Recife à cidade Maurícia, na altura da atual Ponte Maurício de Nassau e a segunda, tinha o seu início no Palácio da Boa Vista e se estendia até o continente.

O pedreiro português Manuel Costa foi o contratado para a construção da primeira ponte e ergueu um pilar, com o objetivo de estudar a força das correntezas. Em 1641, a obra foi licitada e o judeu Balthasar da Fonseca foi o vencedor, estimando um prazo de dois anos para a conclusão do trabalho. No ano seguinte, em 1642, já haviam sido concluídos quinze pilares, a cabeceira de pedra do lado da cidade Maurícia e a parte de madeira correspondente pronta para ser assentada, já estando postas várias vigas de um pilar para o outro. Por dificuldades na execução dos trabalhos no trecho mais profundo do rio, as obras foram suspensas. Devido à paralisação, uma censura por escrito do Conselho dos XIX que, em carta datada de Amsterdã em 24 de outubro de 1643, indagava em tom irônico sobre a interrupção do trabalho. As criticas também vieram da população, quando afirmavam que era mais fácil um boi voar do que a ponte ser terminada.

O conde, então, resolveu tirar recursos do seu próprio bolso para a continuação da obra. Para o restante da ponte, foram empregadas estacas de madeira. Em 1644, o serviço estava concluído. A estrutura era feita de duas cabeceiras em pedra e quinze pilares do mesmo material, completada por madeira. Segundo relatos de frei Manuel Calado, foram esculpidas numa extremidade as armas do Príncipe de Orange e as da Casa de Nassau e, na outra, foi gravada em pedra uma inscrição.


No dia da inauguração da obra, Nassau, com o objetivo de reunir o maior número de pessoas pagando pedágio na ponte, anunciou que um boi manso iria voar. Ele mandou abater e esfolar um boi e enchê-lo de pele de erva seca. Outro boi manso, vivo, foi emprestado ao conde para ser usado na estreia da ponte. O animal, vivo, foi colocado no alto da galeria, sendo visto pelo público. Neste momento, o conde fechou o boi em um aposento, de onde tiraram o outro couro de boi cheio de palha e o fizeram voar por umas cordas. Muitas pessoas passaram de uma parte para outra da ponte que, naquela tarde, rendeu mil e oitocentos florins.

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