Virtuosi realiza pela quinta vez o festival de música contemporânea

Camila Hoitenga | Foto: Divulgação
O V Virtuosi XXI, festival de música, acontece de 26 a 29 de outubro no Recife com uma programação que se caracteriza pela excelência de seu repertório e de sua execução em peças contemporâneas. O Virtuosi que mantém a tradição de trazer grandes nomes internacionais para conversar com os instrumentistas locais apresentando novas peças ao vivo, este ano convida a compositora alemã Karola Obermüller e os compositors brasileiros Fernando Cerqueira (BA), Oiliam Lanna (MG), Rodrigo Lima (SP) e Marcus Varela (RN).

As palestras serão realizadas no Auditório do MAMAM começando às 09h30 no dia 27 de outubro. As inscrições gratuitas serão realizadas através do site www.virtuosi.com.br. O festival abre seis vagas para jovens compositores participarem da Master Class com a compositora alemã Karola Obermüller. Os interessados deverão seguir as instruções no site.

Concertos - O Virtuosi abre a programação gratuita de concertos no dia 26 de outubro às 19h na Ordem Terceira de São Francisco do Recife com a flautista Americana residente na Alemanha Camila Hoitenga que apresenta um recital solo com diferentes flautas desde o piccolo até a flauta baixo. Repertório formado especialmente com obras que foram escritas para a flautista, incluindo estréia mundial dos compositores Pèter Koeszeghy e Rodrigo Lima. Camilla apresenta obras de Mark Chamber, Kaija Saariaho, Anne Lebaron, Fernando Cerqueira, entre outros.

Dia 27 será a vez do Abstrai Ensemble do Rio de Janeiro no mesmo horário. O ABSTRAI ensemble dedica-se à música de câmara contemporânea, sendo integrado por instrumentistas e compositores de renomada carreira e residentes no Rio de Janeiro. Colabora principalmente com compositores brasileiros e estrangeiros vivos, desenvolvendo seu repertório nas mais diversas formações musicais. Além de estrear obras instrumentais e vocais, o grupo também emprega as últimas tecnologias digitais (música mista e eletroacústica) nos seus concertos. Contribui pela diversidade musical e pode ser visto como um instrumento não só de difusão da cultura, mas também da sua produção.

A programação de concerto se encerra no dia 28 com o Ensemble u: da Estônia que se apresenta com um programa inédito. Formado por seis músicos, o Ensemble apresenta uma obra chamada “Ensemble U: & Orquestra da Audiência”. É uma experiência interativa desenvolvida pelo grupo. Os ouvintes do evento ganham um poder incomum - eles podem controlar a forma como o concerto se desenvolve, o que é a música tocada e dar feedback instantâneo de suas opiniões. Em algumas seções eles podem tocar junto com os artistas e são transformados em uma espécie de orquestra. Mas ao contrário de uma orquestra normal que se baseia em hierarquias e regras rígidas, a Orquestra da Audiência atua sobre as bases da democracia - todo mundo tem um voto e as decisões são tomadas por maioria. O principal problema desta experiência singular é investigar e jogar em torno da idéia "democracia no fazer da música". O público poderá participar utilizando um smart-phone, tablet ou laptop. A única coisa que precisa fazer é efetuar login na rede Wi-Fi local (criado pelo grupo U:), abrir certa página web e seguir instruções. Dois computadores com software criado especialmente para esta experiência executam serviços necessários, reunem os dados dos participantes transformando-os em música ou informações de outra forma útil.

O V Virtuosi Século XXI conta com patrocínio do BNDES e Governo Federal através da Lei Rouanet, Prefeitura Municipal do Recife e apoio da CEPE e Eesti Kultuurkapital (Estônia).

Programação
PALESTRAS - IJCPM
Dia 27|10
09:30 - 10:50 Palestra 1: Karola Obermüller (Alemanha/EUA)
11:00 - 12:20 Palestra 2: Karola Obermüller (Alemanha/EUA)
13:30 - 14:50 Palestra 3: Fernando Cerqueira (BA)
15:00 –16:20 Palestra 4: Oiliam Lanna (MG)

Dia 28|10
09:30 - 10:50 Palestra 5: Ensemble U: (Estônia)
11:00 - 12:20 Palestra 6: Camilla Hoitenga (EUA)
13:30 - 14:50 Palestra 7: Rodrigo Lima (SP)
15:00 – 16:20 Palestra 8: Marcus Varela (RN)

Dia 29|10
09:30 – 12:20 Master Class: Karola Obermüller (Alemanha/EUA)
13:30 – 16:20 Master Class: Karola Obermüller (Alemanha/EUA)

Concertos – Ordem Terceira De São Francisco Do Recife

Dia 26|10 19h
Camilla Hoitenga, Flautas (EUA/ALEMANHA)

Kaija Saariaho [1952]
Laconisme De L’aile (1982) Para Flauta - Em Laconisme de l' aile, Kaija Saariaho percebe a ideia de uma escala de timbres, com sons que vão desde os ruídos da voz ou sons de percussão para o tom puro, brilhante da flauta clássica. A composição integra um trecho de " Oiseaux ", um poema épico de St.- John Perse : " Ignorando sua sombra, e não sabendo que a morte se consome do imortal ao som distante das águas, eles passam, deixando-nos, e nós não somos mais os mesmos. Eles cruzaram o espaço de um único pensamento ".

Karola Obermueller [1977]
silbern (2) (2015/2016)* Para Flauta Baixo
Sombra, o oculto, magia, e sonho - O trabalho solo de flauta ... silbern (2) é uma música que encobre as suas intenções, origens e destinos. A música brinca com a idéia de ressonância infinita, como se ouvir a sombra do desconhecido fosse como ver o passado à luz das estrelas. A poesia que sobrevive do mundo antigo é como um feitiço mágico: ingredientes poderosos da vida humana: lua, luz, eros, luxúria, tempestade, noite, tempo, esperando, desejando, solidão. Para capturar essa magia e sua natureza de fuga, a flauta tem de realizar gestos com grande precisão e grande intensidade. As cinco miniaturas referem-se a fragmentos de Safo.

Pèter Koeszeghy [1971]
Utopie xiii—eisblüten (2007)* para piccolo - "Eisblüten" (Ice Blossoms)
As flores são quentes, vivas, bonitas. O gelo é frio, sem vida, irregular. Para misturar estes dois elementos: um ato estimulante quase alquímico. No processo, um mergulha em um deserto quente/frio, no som, em um estridente, dolorosa besta. E quando a dor aparece, saindo do gelo; a quem dói mais ? O que vive, ou aquele que está morto ?
Um pouco abstrato, sim, mas na época eu escrevi estas linhas e, em seguida, escrevi a obra. Às vezes eu desenho primeiro, outras vezes eu escrevo esses textos ...

Pèter Koeszeghy [1971]
New Work (2016)* Para Flauta Ou Flauta Alto

Mark Chambers [1969]
3 Miniatures (2015)* Para Flauta Baixo E Eletrônico - Escritas para Camilla Hoitenga em 2015 e estreada mundialmente nos Estados Unidos, é um trabalho concebido como uma série de estudos sobre diferentes técnicas e estilos do instrumento. O que cada movimento compartilha é uma série de coleções simétricas de tons com um intervalo de 5ª perfeito centrado em torno da notas dó e sol. A eletrônica destina-se a iluminar e ecoar o humor e a cor da flauta baixo.

Kaija Saariaho [1952]
Dolce Tormento (2004)* Para Piccolo - Kaija escolheu o piccolo para esta peça porque ainda não tinha explorado combinar voz com este instrumento. Tanto a gama alta e de ressonância limitada do piccolo, bem como a natureza da língua italiana colocaram novos desafios no desenvolvimento de uma polifonia musical.

Fernando Cerqueira [1941]
Variantes Do Pássaro Preto - Para flauta solo, é uma peça extraída de trecho de uma obra anterior do compositor Fernando Cerqueira, Memórias Espirais (1983), para conjunto de câmara. A peça solo contrapõe um canto tonal sacro - Tantum Ergo de Eduardo Cerqueira, seu pai (1898-1948) - com variações também tonais compostas por F. Cerqueira, e outras estruturas atonais criadas livremente a partir de imitações do canto de um pássaro. A intenção principal do compositor é construir um diálogo musical amplo entre estilos e texturas sonoras.

Rodrigo Lima [1976]
Entrelinhas Para Flauta Solo

Anne Lebaron [1953]
Sachamama (1995) Para Flauta Alto & Mídia Fixa - Flauta, Flauta alto & eletrônico
O Sachamama, ou "mãe da selva", é uma grande serpente que vive camuflada na floresta que permanece por centenas de anos no mesmo lugar. Quando uma pessoa observa a presença de Sachamama ela deve sair para evitar ser esmagado por uma árvore ou atingido por um raio, ou engolida. Em muitos representações, arco iris flui de sua boca. Esta peça, escrita para Stefani Starin, foi inspirada pela pintura "O Sachamama", ilustrando uma das visões de Pablo Amaringo, um pintor e ex-xamã peruano. A parte gravada para Sachamama foi construída a partir de sons produzidos por esculturas e gongos de som de Harry Bertoia. Música adicional na fita, uma música tradicional peruana e um "Gloria", do compositor mexicano Suyama, foi criada com um sequenciador e efeitos de processamento digital. Também é citado um coral composto pelo mais importante compositor mexicano do período colonial, Manuel de Sumaya (1678-1755) .

Dia 27| Quinta -19h

ABSTRAI ENSEMBLE 

Christian LAUBA (Tunisia, 1952)
Massaï (2010)
sax alto e clarone

RODRIGO LIMA (Brasil, 1976)
Sopro de Câmara (2009) 
flauta, clarone, sax alto

FABIO ADOUR (Brasil, 1973)
Improviso (1997)
flauta e violão

PAULO RIOS FILHO (Brasil, 1985)
Há vintre dias do fim (2014)
Flauta e clarineta

JOÃO PEDRO OLIVEIRA (Portugal, 1959)
Litania (2008)
Sax tenor, violão e eletrônica

LIDUÍNO PITOMBEIRA (Brasil, 1962)
Eco morfológico (2015)
flauta, clarinete, sax e violão
- Sombra alongada
- Sino
- Formação Rochosa

ABSTRAI ensemble
ANDREA ERNEST DIAS, flautas
BATISTA JR, clarinetes
PEDRO BITTENCOURT, saxes e direção
FABIO ADOUR, violao
JOSÉ SCHILLER, produção e eletrônica
             
28| SEXTA 19h
ENSEMBLE U:
U: e Orquestra da Audiência
Criado por: Ensemble U:
Software: Tarmo Johannes, Tammo Sumera

Mais informações: 3363.0138 | www.virtuosi.com.br 

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