Ayrton Montarroyos: a voz entre o antigo e o novo
Foto: Beto Figueiroa |
Destaque na quarta temporada do The Voice Brasil, o talento pernambucano
faz show dias 24 e 25 na Rouge Creperia, em Casa Forte, Zona Norte do
Recife
Sob o rosto de
menino adolescente, olhos expressivos e cabelos revoltos, esconde-se uma voz
gutural, encorpada e forte, marcada por uma entonação e uma forma de cantar que
remetem a gerações atrás. No entanto, longe de soar “velho” e anacrônico, o
recifense Ayrton Montarroyos é um achado que pulsa o “novo”, aquilo que se
vislumbra de mais completo em termos de um elo geracional entre a antiga e a
atual música popular brasileira. Destaque na quarta temporada do The Voice
Brasil, o talento pernambucano faz show
dias 24/10, às 21h30, e 25/10, às 20h, na Rouge Creperia, em Casa Forte,
Zona Norte do Recife. Os ingressos para mesa custam R$ 200 (para 4 pessoas).
Informações e reservas pelo fone: (81) 3040.2552.
Profundo
pesquisador de pepitas da era de ouro do rádio entre os anos 1940 e 1950 e dos
famosos festivais de música dos anos 1960 - de canções de Dalva de Oliveira,
Ângela Maria, Chico Buarque e Cauby Peixoto -, Ayrton também se posiciona junto
à novíssima geração da MPB. Parceiro e amigo dos pernambucanos Ylana Queiroga e
Zé Manoel e do gaúcho Filipe Catto, entre outros artistas brasileiros
contemporâneos, o jovem de 20 anos mantém um estreito diálogo afetivo e relação
intensa de permuta criativa com músicos de projeção recente na cena brasileira.
Ayrton começou
muito cedo a se descobrir nesse “entrelugar”, numa zona de transição entre o
passado e o futuro, da música. Prodígio, ele ouvia, desde os cinco anos de
idade, um repertório incomum para crianças de sua idade: passeava por canções
românticas e de tom dramático de Dalva de Oliveira até a chanson
française de Mireille Mathieu e Edith Piaf, passando ainda por Orlando
Silva, Cauby Peixoto, Claudette Soares e Dick Farney. Todas canções antigas,
que ele resgatava do acervo de de sua avó, Célia Montarroyos, ex-funcionária da
mítica gravadora Rozenblit, do Recife.
“O primeiro
álbum que ouvi foi uma coletânea de Dalva de Oliveira e, para mim, era a
cantora do momento. Eu comentava com as crianças no colégio, e elas ficavam sem
entender. Passei dois anos escutando só Dalva”, lembra Ayrton, que, além de
criado pela avó, sempre viveu em uma família de vocação musical. Mais tarde, a
tia-avó Cirleide Montarroyos incentivaria o garoto a seguir com a música como
uma vocação e a, principalmente, não sentir vergonha diante de seu gosto
musical diferente.
Carreira - A primeira apresentação
pública de Ayrton Montarroyos, em 2011, foi resultado de uma estratégia de
divulgação certeira em tempos de digitalização e novas formas de distribuição e
consumo musical. Após fazer uma versão da música “Olhos nos olhos”, de Chico
Buarque, e publicar o vídeo no Youtube, sua performance viralizou, ganhando uma
audiência inédita – mais de 1 mil visualizações em um dia. Já gerava, a partir
dali, uma curiosidade massiva diante do seu alcance vocal, um timbre grave e
aveludado capaz de também atingir agudos. Depois desse feito, Ayrton passaria a
ser chamado para integrar vários projetos, o primeiro deles o disco triplo “100
Anos de Gonzagão”, a convite do produtor Thiago Marques Luiz, da Lua Music, no
qual homenageia o rei do baião Luiz Gonzaga, ao interpretar “Riacho do Navio”,
clássico de Gonzaga com Zé Dantas, e divide o disco em meio a vozes consagradas
de Elba Ramalho e Zeca Baleiro.
Encorajado a
desenvolver a carreira, Ayrton parte do Recife para desbravar um novo mundo
distante e ao mesmo tempo próximo das canções antigas que conhecia tão
profundamente. “Aos 18, morei três meses em São Paulo, conheci meus ídolos
Cauby Peixoto e Ângela Maria e até participei da produção de shows deles. Mas foi
lá que comecei a pesquisar outros compositores. Conheci muitos pernambucanos
que moram ali, entre eles China e Karina Buhr, e também Filipe Catto”,
afirma.
Por conta dessa
sede pela música, Ayrton já acumula, nesses quatro anos, um extenso currículo
de shows (desfile do Galo da Madrugada por dois anos, abertura e encerramento
do Carnaval do Recife no Marco Zero; Teatro de Santa Isabel, Guararapes, Dona
Lindu e Instituto Ricardo Brennand, no Recife; além de apresentações por vários
teatros de São Paulo, como o Teatro Décio de Almeida Prado, Zanoni Ferritti,
Leopoldo Fróes, entre outros). E, ainda, participou de algumas coletâneas
especiais, entre elas “Herivelton Martins – 100 anos” (Lua Music), com
participações de Ylana Queiroga, Fagner, Emílio Santiago e Cauby Peixoto e
indicada, em 2013, ao Grammy Latino.
Uma das
expectativas de Ayrton, agora, é lançar o disco de estreia, produzido há, pelo
menos, três anos, pelo músico pernambucano Yuri Queiroga. Filho do maestro
Spok, saxofonista e diretor da SpokFrevo Orquestra, Yuri integra, ao lado do
pai e do DJ Dolores, o projeto Frevotron. Imprimindo instrumentos e sons
inovadores, ele já produziu para vários artistas e bandas, entre eles Elba
Ramalho e Fim de Feira, além de ser compositor, guitarrista e baixista.
Serviço:
Show de Ayrton Montarroyos
Dias 24/10, às 21h30, e 25/10, às 20h
Rouge Creperia (Praça de Casa Forte, 570, Recife).
Ingressos para mesa custam R$ 200 (para 4 pessoas)
Informações e reservas pelo fone: (81) 3040.2552.
*com informações da assessoria de imprensa do artista
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