Nesta quarta (27) e quinta (28), o público recifense poderá prestigiar a montagem do clássico 'O Beijo no Asfalto'
Foto: Américo Nunes |
No
corre-corre de um grande centro urbano, as pessoas parecem não notar umas as
outras, mas um acidente no trânsito pode fazê-las interligadas por um breve
momento. É o que acontece quando um anônimo atropelado ganha a atenção de
inúmeros passantes. Não especificamente pela possibilidade da sua morte, que
fatalmente acontece, mas pelo pedido inesperado que ele faz a um jovem que corre
em seu socorro: um beijo, desejo prontamente atendido. A inusitada cena dos
dois homens se beijando em meio ao caos da cidade grande é flagrada por dezenas
de pessoas munidas de aparelhos celulares e o caso ganha repercussão imediata
nas redes sociais.
Esta
parcela de modernidade, com imagens compartilhadas em tempo quase real na
Internet, não estava presente na obra original de Nelson Rodrigues, a peça “O
Beijo no Asfalto”, escrita em 1961, mas faz parte da encenação pernambucana
assinada pelo diretor Claudio Lira, que será apresentada no Teatro Marco
Camarotti, nos dias 27 e 28 de novembro, às 20h. A montagem estreou no Rio de
Janeiro em agosto de 2012, integrando o projeto “Nelson Brasil Rodrigues: 100
Anos do Anjo Pornográfico”, e em seguida, foi apresentada em Recife, dentro do
Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. Fomentada pela Funarte, a peça iniciou
em maio de 2013 sua turnê nacional, sendo apresentada por diversas cidades do
país, entre elas Natal, João Pessoa e Porto Alegre. Agora “O Beijo no Asfalto”
retorna à sua cidade natal para integrar a programação do do 16˚Festival Recife
do Teatro Nacional, que acontece até 1 de dezembro e recebe diversos grupos do
País.
Esta
versão de O Beijo no Asfalto respeita o texto original, mas não teme
acrescentar detalhes contemporâneos à trama, como a referência às redes sociais
e as inserções de imagens em vídeo, num paralelo ao imediatismo atual da mídia,
suprimindo ainda todas as referências ao universo carioca. Tanto que a história
passa a acontecer no centro de qualquer grande cidade. A trama mostra a
reviravolta que acontece na vida do jovem Arandir, que socorre um desconhecido
atropelado e, atendendo a um pedido deste à beira da morte, lhe dá um beijo na
boca. Um repórter presencia o fato e vê no ato de um homem beijar outro homem a
possibilidade de ganhar dinheiro. O caso ganha grande espaço na imprensa, sendo
explorado com extrema crueldade tanto por jornalistas quanto por policiais sem
ética e que não temem invadir a privacidade familiar.
O Beijo no Asfalto foi escrita especialmente para o
Teatro dos Sete, com estreia no mesmo ano de 1961, no Rio de Janeiro, sob
direção de Fernando Torres e com Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Ítalo
Rossi no elenco. A peça teve ainda duas versões cinematográficas, a primeira em
1963, com direção de Flávio Tambellini e com Reginaldo Faria, Norma Blum, Xandó
Batista e Jorge Dória nos papeis centrais; e outra em 1981, com direção de
Bruno Barreto e elenco composto por Ney Latorraca, Tarcísio Meira, Christiane
Torloni e Daniel Filho.
Ficha técnica:
Direção:
Claudio Lira | Elenco: Andrêzza Alves, Arthur Canavarro, Daniela Travassos,
Eduardo Japiassú, Ivo Barreto, Lano de Lins, Pascoal Filizola e Sandra Rino |
Participações em Vídeo: Cardinot, Clenira de Melo, Cira Ramos, Márcia Cruz,
Renata Phaelante, Sônia Bierbard e Vanda Phaelante | Voz da Locução: Gino Cesar
| Música Final / Voz: Lêda Oliveira e Pianista: Artur Fabiano | Direção de
vídeo cenário: Tuca Siqueira | Iluminação: Luciana Raposo | Cenário: Claudio
Lira | Figurinos: Andrêzza Alves e Claudio Lira | Direção Musical e Preparação
Vocal: Adriana Milet | Preparação Física e Coreografias: Sandra Rino |
Fotografias: Caio Franco e Américo Nunes | Programação Visual: Claudio Lira |
Produção Executiva: Renata Phaelante e Andrêzza Alves | Imprensa: Moretti
Cultura e Comunicação.
Serviço:
Teatro Marco Camarotti – SESC
Santo Amaro
27 e 28 de
novembro
Rua do
Pombal, s/nº, Santo Amaro
Informações:
(81) 3212-1728
Ingressos:
R$ 10 (Inteira) e R$ 5 (meia-entrada)
Duração:
1h30m | censura 16 anos.
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