"Não fiz um filme para ser engraçado", diz diretor sobre o longa Giovanni Improtta
Equipe do filme Giovanni Improtta. Foto: Gianfrancesco Mello |
A XVII Edição do Cine PE - Festival
do Audiovisual começou nesta sexta-feira (26), em Olinda, com a primeira
exibição da comédia Giovanni Improtta, dirigida e protagonizada por José
Wilker, que esteve presente ao lado dos atores Milton Gonçalves, Othon Bastos e
André Mattos, e dos produtores Cacá Diegues e Renata de Almeida Magalhães. Na
manhã deste sábado (27), no Hotel Internacional Palace, o grupo esteve em uma
entrevista coletiva para falar do longa. Na ocasião, houve a coletiva do Canal
100, um dos homenageados do evento.
“Comecei a trabalhar como ator
aos 13 anos no Recife. Aqui, eu aprendi os primeiros movimentos do meu ofício
e, voltar neste momento, é uma espécie de prestação de contas que eu tenho com
essa cidade”, pontuou Wilker, durante a abertura do Festival. Para o ator e
diretor, acompanhar a exibição do seu longa foi um imenso prazer. “Não fiz um
filme para ser engraçado. Essa era a última pretensão. O filme é um registro,
com ironia, das mazelas sociais do Brasil.”
O ator Milton Gonçalves acredita
que Wilker construiu um personagem que existe no Brasil inteiro. “Esse
personagem faz discursos que ninguém ouve, mas que todo mundo finge que
entendeu.” Sobre a experiência de dirigir, José Wilker satirizou: “talvez, eu
já tenha dirigido vários filmes antes que ninguém tenha percebido. Foi um
trabalho enlouquecedor e ao mesmo tempo divertido. Ninguém mandava em mim
porque eu era o chefe (risos)”.
Já o produtor Cacá Diegues
explica que Giovanni Improtta é um filme muito inovador. “Esse é um filme de
uma modernidade extraordinária, porque é o primeiro filme brasileiro que assume
a comédia híbrida. Têm comédias que a gente está falando mal hoje que serão
vistas no futuro como as chanchadas dos anos 50. Esse filme, é fundamental na
história do cinema brasileiro”, completou.
Giovanni Improtta, como frisou a
produtora Renata Diegues, é um personagem que quase todo mundo conhece, pois
está no centro do livro “O homem que comprou o Rio”, de Aguinaldo Silva (depois
reeditado como “Prendam Giovanni Improtta”), mas se tornou um “felômeno” como
par romântico de Suzana Vieira na novela “Senhora do Destino”, em 2004.
Filme – O personagem título vive em um Rio corrupto e amoral,
onde o crime e a violência são os únicos meios de se obter qualquer
transformação. Ele é um contraventor que deseja ascender socialmente e se
legalizar. Para tal, comete algumas infrações. Acaba traído, na mira da mídia e
da polícia, sob uma injusta acusação de assassinato difícil de ser resolvida
por vias legais.
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