Vestígios encerra temporada no Teatro Barreto Júnior
Vestígios. Foto: Américo Nunes |
O espetáculo Vestígios encerra sua
temporada no Teatro Barreto Júnior, com sessões neste sábado e domingo (29 e
30), às 20h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Patrocinada
pelo FUNCULTURA/2011/12, do Governo do Estado de Pernambuco, a peça estava em
cartaz desde 11 de agosto.
Com uma temática extremamente atual no
País, tendo em vista as discussões em torno de assuntos como a Comissão da
Verdade e a Lei de Acesso à Informação, Vestígios une um texto forte a um
trabalho ousado de interpretação por trás de passagens marcadas por violência
tanto física quanto psicológica. Dirigidos por Antonio Cadengue com base no
texto de Aimar Labaki, os atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão
mergulham no universo de dor, conflitos e pesadelos da tortura.
No enredo, apenas três personagens: dois
policiais, na função de investigadores e torturadores, vividos por Carlos Lira
e Marcelino Dias; e um professor universitário de história – o torturado,
interpretado por Roberto Brandão. Toda a peça é permeada por um clima de
suspense, a partir de uma narrativa clara e questionadora que reserva
revelações perturbadoras para o final do espetáculo.
“Vestígios é uma peça que trata do
rescaldo, do resíduo dos tempos de autoritarismo mais recentes pelo que o
Brasil passou, entre os anos de 1964 e 1985, embora o País também tenha passado
por outros momentos graves como no Estado Novo, por exemplo. Não é a ditadura que
está em questão, mas os erros do passado que vêm à tona para que tragam lições
para o presente e o futuro. A proposta não é deixar o público atordoado, mas
mexer com a memória das pessoas falando do hoje, do ontem e do amanhã de uma
forma intensa”, explica Cadengue.
Módulos espelhados projetados pela cenógrafa
carioca Doris Rollemberg, compõem a cenografia dos três planos de ação de
Vestígios, enquanto diferentes sons e ruídos em harmonia contribuem para dar o
clima de suspense pela trilha sonora criada especialmente para o espetáculo,
pelo compositor paraibano Eli-Eri Moura. Por fim, figurinos sóbrios de Anibal
Santiago permitem aos atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão
vestirem seus personagens
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