Orquestra Sinfônica do Recife celebra 88 anos em concerto, no Teatro de Santa Isabel
Apresentação gratuita e aberta ao público será na nesta
quarta-feira (18), às 20h. No roteiro, estão uma composição inédita do próprio
maestro Marlos Nobre, além da sétima sinfonia de Beethoven
A Orquestra Sinfônica do Recife, a
mais antiga em atividade ininterrupta do Brasil, convida os
recifenses para celebrar seus 88 anos dedicados à música erudita. Hoje, (18), o
quinto concerto oficial da temporada 2018 será festivo, com um programa de
gala, protagonizado por Beethoven e por uma obra do regente da orquestra,
Marlos Nobre. Realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de
Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, a apresentação será gratuita
e aberta ao público. Para participar, basta retirar os ingressos na bilheteria,
a partir das 19h.
Fundada por Vicente
Fittipaldi, seu primeiro regente, a Orquestra Sinfônica conta hoje com 85
músicos, entre primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos,
contrabaixos, flautas, oboés, clarinetes, fagotes, trompas, trompetes,
trombones, tubas e percussão. À frente dos músicos, o recifense Marlos Nobre
coleciona títulos e muitos anos de prestígio internacional.
O maestro ganhou aos 21 anos
seu primeiro prêmio como compositor no Concurso Música e Músicos do Brasil. Foi
bolsista da Fundação Rockefeller, depois recebeu mais de 25 prêmios nacionais e
internacionais, tem mais de 240 obras em praticamente todos os gêneros
musicais. Em 2013, foi condecorado com a Medalha do Mérito Cultural do
Brasil, no grau de comendador. É regente da Orquestra Sinfônica do
Recife em 2014.
Para celebrar 88 anos e
milhares de concertos realizados, o maestro Marlos Nobre iniciará a
apresentação com uma composição sua. “Desde os meus 12 anos comecei a
frequentar os concertos da Orquestra no Teatro de Santa Isabel e seguramente
isto foi um dos fatores mais marcantes para que eu tomasse a decisão mais
importante da minha vida: a de me dedicar inteiramente à composição. Não era,
na época, como ainda não é nos dias atuais, uma decisão fácil nem tranquila.
Hoje, dirigindo a Orquestra Sinfônica do Recife, dedico a esta centenária
orquestra o meu Opus 124”, declara o regente.
Segundo ele, a peça, de
abertura festiva, reúne o Maracatu, que fascina o maestro desde sua infância,
ao Samba do Rio de Janeiro e às memórias afetivas musicais que ele colecionou
em suas andanças pelo Brasil, como o Carimbó do Pará, a Prenda Minha de Porto
Alegre. “Tudo misturado em uma fantasia sinfônica alucinante.”
Quinto Concerto Oficial da Temporada 2018 da Orquestra Sinfônica do Recife
Data: Quarta-feira, 18 de julho
Horário: 20h
Local: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, Bairro de Santo Antônio)
Entrada franca. Ingressos distribuídos na bilheteria do teatro, uma hora antes da apresentação
Informações: 3355-3322
O segundo momento do
programa será dedicado a um dos maiores compositores de música erudita do
mundo: Beethoven, de quem será executada a Sinfonia nº 7 em La Maior, de 1812.
Composta quando o músico já sofria de uma surdez galopante, a obra mudou, mesmo
assim, os rumos da música sinfônica do mundo, apontando para o futuro.
“A obra começa com uma
introdução pouco habitual para a época. O primeiro tema lírico aparece no oboé,
passando em seguida aos outros solistas do naipe de madeiras. O 2º tema,
solene, é de novo entregue ao oboé e depois às cordas. A parte principal do
movimento, Vivace, em forma de sonata e em estilo de dança, comporta um
possante crescendo, que, segundo o testemunho de Carl Maria Von Webern,
presente na estreia, ‘é música apropriada para uma casa de loucos’. Isso
demonstra, por si só, a enorme inovação e audácia de Beethoven ao romper com os
ditame de então, assustando até mesmo seus mais qualificados colegas
compositores”, diz o maestro Marlos Nobre, que destaca ainda o 2º movimento da
sinfonia como o mais impressionante e solene de todos os "allegrettos"
escritos na música sinfônica e tem a forma de um tema com variações.
Serviço
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