Procissão dos Santos Juninos marcou a religiosidade da festa no domingo (16)

A religiosidade do ciclo junino teve um de seus pontos altos no início da noite de domingo (16) com a Procissão dos Santos Juninos, organizada pela Prefeitura do Recife. O cortejo saiu da Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição, às 18h30, com chegada no Sítio Trindade, na zona norte da cidade. São José, Santo Antônio, São João e São Pedro foram celebrados por cerca de 600 participantes, entre bandeiras, quadrilheiros, músicos e bacamarteiros. Este foi o oitavo ano da procissão, que representa um agradecimento das pessoas envolvidas na cadeia produtiva do São João.

“Esta é uma tradição de caráter familiar, comunitário. Vem do Acorda Povo, que saía à meia-noite do dia 23 de junho”, explica o pesquisador Marcelo Varella, um dos idealizadores do evento. Ele conta que a manifestação estava em vias de desaparecer, quando a Prefeitura do Recife organizou a Procissão dos Santos Juninos e passou a incentivar os grupos ainda existentes a participarem. “O interessante é que grupos e comunidades que se mobilizam para o Carnaval ou o Natal agora passaram a se organizar também para o São João, fechando os três ciclos que são a base das festas populares nordestinas”, conta.

Este é o caso da Bandeira São João Menino, do bairro do Pina, na zona sul do Recife, cujos integrantes, quase todos crianças de 9 a 12 anos, fazem parte de um pastoril. A organizadora é a professora aposentada Ivone Santos, que quando jovem participava do Acorda Povo do Ibura. “A Bandeira é uma forma de valorizar o ciclo junino, convocar as crianças e levar uma mensagem de paz”, avalia. Já a Bandeira Eu Quero Mais, que já tem 19 anos de existência, tem origem no bloco lírico homônimo, que sai em Olinda durante o carnaval. A presidente, Leoni Correa, organiza o grupo de 30 integrantes, e além das bandeiras dos quatro santos juninos, faz questão de incluir Sant’Ana, cuja data é celebrada em 26 de julho.

Este ano a Procissão dos Santos Juninos saiu com 10 bandeiras e duas quadrilhas juninas – a infantil Coração Mirim e a Origem Nordestina, ambas do bairro de Casa Amarela. Um grupo de 40 bacamarteiros da Associação de Bacamarteiros do Cabo de Santo Agostinho desfilou à frente do andor, fazendo a escolta durante todo o trajeto. A banda Vereda Tropical, do maestro Lessa, tocou hinos sacros e dobrados até a descida do Morro da Conceição, quando o trio pé de serra veneno, a bordo da Forrovioca, imprime ares profanos ao cortejo. Na chegada ao Sítio Trindade, todos os grupos e participantes se apresentaram à frente do palco principal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Exposição na Galeria Massangana conta a atuação do Ministério Público contra o racismo em diálogo com obras de jovens artistas

“Chupingole! As aventuras de um mangueboy’, uma comédia em cartaz no Teatro André Filho

Espetáculo “DOA, VOA!” estreia com apresentações gratuitas no Recife