Espetáculo "Enlace" tem pré-estreia nacional no Recife

Foto: Divulgação
Recife recebe nesta quinta e sexta-feira (dias 6 e 7), no Teatro da UFPE, o musical "Enlace - A loja do Ourives", história de amor adaptação da peça escrita por João Paulo II. O espetáculo é uma comédia musical romântica que conta com 25 atores-cantores e cinco músicos, e é protagonizada pela atriz Claudia Ohana, que dará vida à heroína da trama: Teodora. Também no elenco atores com larga experiência como Claudia Lira, Rodrigo Phavanello, Gisele Tigre, Suzana Saldanha, Hugo Esteves, e Fabiano Augusto, além de jovens talentos do teatro musical como Camila Camargo, Mariana Arôxa, Carolina Lapport, Julio Oliveira, Dani Calazans, Douglas Sampaio, entre outros. Além da participação especial do ator Jayme Periard no papel do ourives Stanislaw.

A montagem é um musical, adaptado da peça “A Loja do Ourives” de Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, sem nenhuma conotação religiosa. Trata-se de uma história de amor, escrita em 1960, quando ele ainda era Bispo de Cracóvia. O Papa João Paulo II aborda nesse texto os desafios do casamento. Com muita leveza ele evidencia que não basta o amor para garantir um casamento feliz. Isso comprova a abordagem ousada e moderna que ele sempre teve como religioso, e também como artista. Afinal, poucos conhecem o lado artístico do Papa João Paulo II, mas ele na sua juventude foi ator, e teve uma forte ligação com o teatro.

Até chegar à montagem deste espetáculo, uma longa estrada foi percorrida. Com tantas idas e vindas que daria pra se montar outro musical, tamanha a epopeia vivida por Lourdes. Esse é o nome dela: Maria de Lourdes Muniz de Mello – uma mulher obstinada que há 32 anos colocou uma ideia na cabeça e um sonho no coração: montar uma peça de teatro que João Paulo II havia escrito, aos 40 anos de idade. Ao ouvir, pelo rádio, que Karol Wojtyla, além de ator, havia também escrito essa peça, Lourdes não parou mais. Moveu céus e terra para conseguir ver realizada sua empreitada. Foi a Dom Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo, recorreu a Dom Bruno Giuliani, que movimentou o Vaticano, percorreu verdadeira via-sacra, indo de padres a cardeais até que o sonho de ver esta obra montada pudesse ser uma realidade. Todo o desafio era obter as autorizações para adaptar a obra e viabilizar esse grande espetáculo.

Essa versão, que teve sua estreia em maio de 2012 em São Paulo, e agora chega ao Recife com novo elenco e figurinos, tem adaptação exclusiva, narrada em dois atos, com canções originais que ajudam a cruzar a história de amor de três casais. É através do Ourives, o personagem que acompanha e conduz os fatos dessa história, que é contada a saga musicada de três mulheres de uma mesma família: de Teodora (Claudia Ohana), que vive o amor ideal no cenário da II Guerra Mundial; da sua filha Ewa (Claudia Lira), que em plena revolução sexual dos anos 70 se nega a casar e assumir compromissos, preferindo a liberdade a todo custo; e a cômica e conflituada Malina (Camila Camargo), neta de Teodora e filha de Ewa, que em plena década de 80, queda do Muro de Berlim, vive imersa na individualidade contemporânea, em conflito direto com o pânico de estragar sua vida casando-se. As três histórias são contadas em canções e cenas divertidas e poéticas nesse musical que mescla três tempos, três tramas românticas, com lirismo e beleza, passando por momentos fundamentais da história da humanidade no último século.

A saga dessas três gerações tem como pano de fundo marcos políticos, sociais e culturais que mudaram a história da humanidade. Começa com a explosão da II Guerra Mundial, passando pelos hippies, Woodstock, e chegando às rupturas e à sociedade mais consumista e individualizada dos anos 80. Esse cenário explica muito do comportamento e dos padrões de como amar e ser amado das personagens, e é partindo dessas possibilidades que as histórias serão contadas e cantadas em cena.

O curioso na obra original do Papa é não se tratar de uma peça religiosa. Aliás, ele não toca na questão católica. O Papa João Paulo II consegue construir um texto existencial, que põe na pauta a capacidade humana de amar e conviver. Fala, com realismo, das várias faces e possibilidades do casamento. E toda a metáfora gira em torno do ourives interpretado por Jayme Periard, aquele que trabalha com o ouro – metal mais puro e precioso –, em uma analogia ao amor, sentimento, igualmente tão puro e precioso.

Esse espetáculo tem a Direção de Roberto Lage, Direção Musical de Thiago Gimenes, Direção Geral de Jô Santana e Realização de Maria de Lourdes Muniz de Mello Lourdes, Adriana Muniz de Mello e Jô Santana. A adaptação do texto ficou ao encargo do dramaturgo Elísio Lopes Jr, que assina a primeira adaptação da obra do Papa João Paulo II, autorizada pelo Vaticano para o Brasil. O espetáculo faz parte da programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontece em julho no Rio de Janeiro com a participação do Papa Francisco.

Serviço:
Local: Teatro da UFPE
Datas: Dias 6 e 7 de junho - Quinta e sexta feira, às 21h
Duração: 2h (intervalo 15 minutos)
Classificação: Livre
Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Promoção especial: Doe um quilo de alimento não perecível ou água no ato da compra do ingresso e pague o valor de meia-entrada – R$ 40
Venda de ingressos: Ingresso Rápido - Nas lojas Esposende dos Shoppings Rio Mar, Recife e Tacaruna.
Informações: 3082.2909 / 9670.4857

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