Afoxés e maracatus ensaiam no Bairro do Recife

As tradições culturais de raízes africanas serão festejadas neste fim de semana no Bairro do Recife, dentro da programação de prévias carnavalescas preparada pela Prefeitura do Recife.

Os afoxés Ilê Xambá, Filhos de Ogundê, Ogum Toperinam, Iamy Balé Gilê, Oxum Jagurá e Oyá Tokolé se reúnem neste sábado (02), a partir das 18h, na Rua do Bom Jesus, para ensaiar para o Encontro de Afoxés que acontece no domingo de Carnaval (10) no Pátio do Terço.  

No domingo (03), os maracatus de baque virado Nação de Luanda, Nação Tigre, Elefante, Encanto do Dendê, Gato Preto, Axé da Lua, Sol Nascente, Estrela Brilhante de Igarassu, Almirante do Forte, Linda Flor, Rosa Vermelha, Estrela de Ouro de Olinda, Cambinda Africano e Tupi Nambá ensaiam para a tradicional Noite dos Tambores Silenciosos, realizada na segunda-feira de Carnaval (11) no Pátio do Terço. O encontro de tambores acontece, a partir das 16h, na Praça do Arsenal da Marinha, Bairro do Recife.

Assim como nos anos anteriores, na prévia da Noite dos Tambores não haverá cerimônia religiosa, pois esta é reservada apenas para a segunda-feira de Carnaval, quando vários maracatus tocam até a meia noite e depois silenciam em referência aos negros e negras vítimas da luta contra a escravidão. Neste momento, as luzes se apagam e pombas são soltas ao ar livre em cerimônia comandada pelo babalorixá Raminho de Oxossi.  



SAIBA MAIS
Afoxés
Os afoxés tocam o ritmo afro ijexá e contam com o corpo de bailarinos, ornamentados com panos-da-costa, fios de conta e torso nas cores do orixá patrono. A diretoria e a sua percussão são composta por agbês (cabaça envolvida por uma rede com fios de conta), atabaques (run, rumpis e lê) e agogôs. Alguns grupos trazem pessoas representando os orixás.   

No Recife, o primeiro Afoxé foi o Ilê de África, nascido no final dos anos 1970, como uma proposta de resistência social, política e cultural. Em meados dos anos 1980, militantes do Movimento Negro Unificado foram às ruas com o Afoxé Alafin Oyó. Contudo, se nos anos 1980 não existia mais do que uma dezena de grupos, hoje são mais de trinta afoxés no Estado.

Maracatus
Os grupos de Maracatu Nação também conhecidos pelo nome de Maracatu de Baque Virado tem origem nas coroações dos denominados Reis do Congo. No formato de uma autêntica Nação, os maracatu apresentam-se ao público como uma Corte. À frente do cortejo vem o Porta-Estandarte, em seguida a Dama-do-Paço, pessoa que conduz a calunga (ícone consagrado, detentor do axé do maracatu), continuando com as Damas de Frente, as Baianas de Cordão ou Catirinas, as Baianas ricas.

Fortemente ligadas às religiões de matriz africana, em especial o Candomblé, as Nações mais “tradicionais” encontram nos símbolos, cânticos, danças, indumentárias e adereços estreitas relações com os orixás, num movimento de luta, resistência e preservação das práticas culturais afro-brasileiras.

SERVIÇO - www.carnavaldorecife.com.br
Prévia do Encontro de Afoxés
Sábado (02), a partir das 18h
Local: Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife
Acesso livre.

Prévia da Noite dos Tambores Silenciosos
Domingo (03), a partir das 16h
Local: Praça do Arsenal, Bairro do Recife
Acesso livre

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