Segunda Pele traz novidades ao final de semana da Casa Mecane
Renata Muniz. Foto: Ju Brainer |
O
espetáculo SEGUNDA PELE, do Coletivo Lugar Comum, ganha novas provocações neste
final de semana. A montagem, que estreou no último dia 02 de novembro, será
apresentada nesta sexta (16), sábado (17) e domingo (18) com interferências
inéditas na cena e surpresas para o público logo na entrada. A equipe produziu
displays que estão colocados no espaço de exposições, no primeiro andar, com
propostas para que os espectadores possam sentir-se na pele das bailarinas
através de uma brincadeira imagética-fotográfica. Para a ação o Coletivo conta
com a parceria da fotógrafa Juliana Brainer. Todas as sessões começam às 20h.
“Com que
roupa?” A pergunta permeia as histórias pessoais e também os caminhos trilhados
pela humanidade. Aquilo que usamos sobre o corpo, o que nos adorna ou o que
vestimos, também traz em si as informações culturais, sociais, políticas, as
reivindicações, prisões e liberdades, a identidade de um povo, de uma época ou
de um homem, de uma criança, de uma mulher. É essa reflexão que o pernambucano
Coletivo Lugar Comum leva para cena com o espetáculo SEGUNDA PELE, projeto
incentivado pelo FUNCULTURA, em temporada na Casa Mecane, sempre às 20h,
durante as sextas, sábados e domingos de novembro, até o dia 25. A idade mínima
é de 16 anos.
Para a
montagem de SEGUNDA PELE, a partir da releitura de materiais que têm relação
com o significado da moda, das respostas corporais e sensações provocadas no
contato, as bailarinas Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz foram despertando
as vontades e reações que se transformaram na expressão da dança em seus
corpos. O estudo do figurino, onde tudo começou, teve a participação dos
estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade SENAC
Pernambuco, promovendo a convivência prática de novos pesquisadores de artes
com as etapas do processo de montagem. Foi com o mesmo intuito que a equipe
também contou com a participação dos alunos do Curso de Licenciatura em Dança
da UFPE.
O artista,
ambientalista e arquiteto Hundertwasser foi quem relacionou o termo “segunda
pele” ao vestuário do sujeito. Em sua teoria sobre as “cinco peles” ele define
a segunda pele como o passaporte social, relacionando o vestuário com a
afirmação do indivíduo em sociedade. Nesse contexto o artista criticou a
uniformidade, a simetria e a tirania da moda imposta pela sociedade e passou a
estimular o prazer de usar uma segunda pele criativa, original, diferente dos
outros, criando suas próprias vestimentas. Essa inspiração esteve presente ao
longo de todo o desenvolvimento da nova montagem.
A roupa, elemento
efêmero que pode ser reformulado, customizado, ressignificado em cena, assim
como a própria identidade, é construída e reconstruída a cada momento. Por
isso, a imprevisibilidade e a improvisação são alguns dos elementos utilizados
no processo de criação. Em SEGUNDA PELE as perguntas e as respostas ganham
novos olhares.
Coletivo
Lugar Comum - Lugar comum, segundo o escritor
Edouard Glissant, é quando um “pensamento do mundo” encontra outro “pensamento
do mundo”, criando um espaço de reforço a uma compreensão que é assim
ratificada. Para ele, é através da identificação dos novos “lugares comuns”,
daqueles que emergem conectados a uma realidade multiétnica, plurivocal, não
etnocêntrica, que é possível construir novos parâmetros para a arte e para a vida
na contemporaneidade.
Foi a
possibilidade de promover um espaço para o encontro de pensamentos que
estimulou o surgimento do Coletivo Lugar Comum, em 2007, na cidade do Recife. E
hoje reúne artistas das áreas de performance, dança, música e literatura, além
de pesquisadores e técnicos envolvidos com criação artística, com 13
integrantes: Conrado Falbo, Cyro Morais, Juliana Beltrão, Liana Gesteira,
Luciana Raposo, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro,
Priscilla Figueiroa, Renata Muniz, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia
Laraia.
Desde o
seu surgimento o Coletivo atua desenvolvendo diferentes ações artísticas. Em
2009, promoveu o projeto Conexões Criativas, um encontro que reuniu coletivos
de outros estados do país em uma programação de mostra de espetáculos e debates
durante uma semana. Em 2011, o Coletivo participou do Palco Giratório, com a
circulação do espetáculo Leve por 33 cidades do Brasil. Desde 2011 promove a
apresentação da Noite de Solos Corpos Compartilhados, reunindo quatro
performances: Pé de Saudade, Valsa-me, OSSevaO e Topografias do Feminino. Em
2012 participou do projeto Modos de Existir, um encontro de coletivos do Brasil
realizado pelo SESC de São Paulo. E desde 2011 realiza JAMs Sessions de dança e
música em Recife.
Serviço:
SEGUNDA
PELE
Onde: Casa
Mecane
Av.
Visconde de Suassuna, 338, Boa Vista
Telefone:
3038.0543
Quando:
16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro
Horário:
20h
Quanto: R$
15e R$ 7 (meia com desconto)
Ficha
Técnica
Concepção,
criação e coreografia: Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Dançarinas:
Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Concepção
e criação de figurino: Juliana Beltrão, Maria Agrelli e Maria Ribeiro
Execução
de figurino: Xuxu
Colaboração
na execução de figurino: Ilka Muniz e Maria Lima
Dramaturgia:
Marcelo Sena
Trilha
sonora original: Rua (Caio Lima e Hugo Medeiros) + convidados (Cyro Morais e
Paulo Arruda)
Criação e
execução de iluminação: Luciana Raposo
Operação
de Luz: Luciana Raposo e Rodrigo Oliveira
Criação e
execução de cenografia: Luciana Costa Mendes
Assistente
de cenografia: Wellington Mendes Junior
Cenotécnico:
Almir Negreiros
Preparação
corporal: Luiz Roberto
Colaboração
poética: Silvia Góes
Produção
de criação: Maria Agrelli
Produção
da temporada: Hudson Wlamir
Produção
geral: Comum de 3 produções artísticas
Design
gráfico: Thiago Liberdade
Assessoria
de Imprensa : Íntegra Comunicação
Fotos:
Breno César e Ju Brainer
Colaboração
artística: Coletivo Lugar Comum (Conrado Falbo, Cyro Morais, Maria Clara
Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figuerôa, Roberta Ramos, Silvia Góes e
Virginia Laraia)
Realização: Coletivo Lugar Comum
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