Plínio Palhano comemora 40 anos de carreira com mostra no Centro Cultural Correios Recife

Uma vida dedicada à arte que completa 40 anos é celebrada no Recife em forma de exposição: Plínio Palhano: Trajetórias, do premiado artista plástico Plínio Palhano , ocupa três salas de um dos andares do Centro Cultural Correios a partir do dia 7 de novembro, com entrada gratuita, numa realização Jaraguá Produções, com patrocínio dos Correios e Ministério da Cultura/Governo Federal.

Preencher os espaços dos Correios não foi difícil para Plínio, já que tem uma produção bastante ativa nestas quatro décadas de trabalho, somando 18 séries. Foram escolhidos para a exposição 73 quadros e 29 peças (cerâmicas, obras decorativas e uma escultura de bronze). Para a curadoria, Palhano contou com o amigo e artista plástico Raul Córdula, que também assina o texto de apresentação da mostra.

"Chamava à atenção para sua compulsão de pintar, e me referia à corporalidade que ele passava naquela fase de pinturas sem figuras: Na pintura de Plínio Palhano essa tendência se faz de forma viva quase coreográfica, numa dança progressiva que constrói uma fascinante obra de cor e movimento", define Raul Córdula.

Este movimento é a marca do artista que, apesar de considerado figurativo, foge dos padrões estáticos das figuras. É a "abstração" da figura em sua essência que o interessa e impulsiona seu trabalho. Uma de suas séries que mais simboliza essa tênue tônica é "Fernando de Noronha", onde as representações do local ganham movimento e as águas do mar parecem "dançar" na tela.

"Tenho tendência à abstração, mas as minhas figuras são reconhecidas nas telas", revela o artista. E uma das suas inspirações para uma nova criação não vem das figuras em si, por contradição, mas sim das cores. "Gosto de explodir nas cores e definir a intensidade da minha obra na escolha da luz dos meus quadros. Acredito que são as cores superpostas, entrelaçadas, que caracterizam as minhas séries".

Na série "Partes de Corpo de Animal" (1980), as figuras são marcadas pelo vermelho e tons terra, em pinceladas nervosas, numa marca expressionista. A série, premiada no Salão Nacional de Montes Clares, narra a cena do animal no campo até seu esquartejamento. Já em "Olinda" (2007) a cor toma conta da paisagem,e repassa sua paixão pela arquitetura e o imenso mar ao fundo, com suas paisagens azul, violeta e verde esmeralda.

E se a cor é uma ferramenta de inspiração, a outra vem do material desta cor. É a chamada "matéria da pintura" que define as características de cada obra. "Faço misturas com tintas e a transformo como diluída ou intensa e esta é uma das assinaturas da minha obra", explica Plínio.

Um exemplo bem claro é a série "Fractus" (1996) que faz com a tinta um efeito de vibração aos quadros. "Com uma espátula fui experimentando até desenvolver fragmentos e esta técnica impulsionou toda a série", afirma.

Completa a exposição as cerâmicas feitas pelo artista em que Palhano reúne utensílios e painéis centralizando sua temática na figura do peixe. "De tempos e espaços abissais, o peixe traz a luz, cintila como um símbolo, é uma mensagem viva entre as nebulosas marinhas", define.

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