Coletivo Lugar Comum estreia novo espetáculo no Recife nesta sexta



Com que roupa?” A pergunta permeia as histórias pessoais e também os caminhos trilhados pela humanidade. Aquilo que usamos sobre o corpo, o que nos adorna ou o que vestimos, também traz em si as informações culturais, sociais, políticas, as reivindicações, prisões e liberdades, a identidade de um povo, de uma época ou de um homem, de uma criança, de uma mulher. É essa reflexão que o pernambucano Coletivo Lugar Comum leva para cena com a estreia, nesta sexta (02/11), do espetáculo SEGUNDA PELE, projeto incentivado pelo FUNCULTURA, em temporada na Casa Mecane, sempre às 20h, durante as sextas, sábados e domingos de novembro, do dia 02 até o dia 25. A idade mínima para assistir à montagem é de 16 anos.
            Para a montagem de SEGUNDA PELE, a partir da releitura de materiais que têm relação com o significado da moda, das respostas corporais e sensações provocadas no contato, as bailarinas Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz foram despertando as vontades e reações que se transformaram na expressão da dança em seus corpos. O estudo do figurino, onde tudo começou, teve a participação dos estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade SENAC Pernambuco, promovendo a convivência prática de novos pesquisadores de artes com as etapas do processo de montagem. Foi com o mesmo intuito que a equipe também contou com a participação dos alunos do Curso de Licenciatura em Dança da UFPE.
O artista, ambientalista e arquiteto Hundertwasser foi quem relacionou o termo “segunda pele” ao vestuário do sujeito. Em sua teoria sobre as “cinco peles” ele define a segunda pele como o passaporte social, relacionando o vestuário com a afirmação do indivíduo em sociedade. Nesse contexto o artista criticou a uniformidade, a simetria e a tirania da moda imposta pela sociedade e passou a estimular o prazer de usar uma segunda pele criativa, original, diferente dos outros, criando suas próprias vestimentas. Essa inspiração esteve presente ao longo de todo o desenvolvimento da nova montagem.
Foi a possibilidade de promover um espaço para o encontro de pensamentos que estimulou o surgimento do Coletivo Lugar Comum, em 2007, na cidade do Recife. E hoje reúne artistas das áreas de performance, dança, música e literatura, além de pesquisadores e técnicos envolvidos com criação artística, com 13 integrantes: Conrado Falbo, Cyro Morais, Juliana Beltrão, Liana Gesteira, Luciana Raposo, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figueiroa, Renata Muniz, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia Laraia.
Desde o seu surgimento o Coletivo atua desenvolvendo diferentes ações artísticas. Em 2009, promoveu o projeto Conexões Criativas, um encontro que reuniu coletivos de outros estados do país em uma programação de mostra de espetáculos e debates durante uma semana. Em 2011, o Coletivo participou do Palco Giratório, com a circulação do espetáculo Leve por 33 cidades do Brasil. Desde 2011 promove a apresentação da Noite de Solos Corpos Compartilhados, reunindo quatro performances: Pé de Saudade, Valsa-me, OSSevaO e Topografias do Feminino. Em 2012 participou do projeto Modos de Existir, um encontro de coletivos do Brasil realizado pelo SESC de São Paulo. E desde 2011 realiza JAMs Sessions de dança e música em Recife.

SERVIÇO:
SEGUNDA PELE
Onde: Casa Mecane
            Av. Visconde de Suassuna, 338, Boa Vista, Recife/PE
            Telefone: 3038.0543
Quando: 02, 03, 04, 09, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro
Horário: 20h
Quanto: R$ 15,00 e R$ 7,00 (meia com desconto)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Exposição na Galeria Massangana conta a atuação do Ministério Público contra o racismo em diálogo com obras de jovens artistas

“Chupingole! As aventuras de um mangueboy’, uma comédia em cartaz no Teatro André Filho

Espetáculo “DOA, VOA!” estreia com apresentações gratuitas no Recife