Jorge Martins e Mestre Walter comandam Encontro de Maracatus na Europa

Nesta sexta-feira (13), Jorge Martins, Mestre Walter do Estrela Brilhante do Recife, fundado em 1906, irão coordenar 400 batuqueiros de vários países da  Europa. O encontro irá acontecer na cidade de Colônia, na Alemanha. A ideia do encontro europeu surgiu de uma paixão comum com o maracatu e o desejo de dividi-la com o público. O fundador dos encontros é Sam Alexander, diretor do Maracatu Estrela do Norte, de Londres, junto com Mestre Letho Nascimento, do Maracatu Nação Oju Oba, de Paris. A cada ano, o encontro atrai um número maior de pessoas apaixonadas pelo ritmo do maracatu. Mais informações pelo site http://www.maracatu-encontro2012.de/PT/?encontro2012.

O objetivo do 5º encontro é de firmar e de continuar o intercâmbio cultural existente entre a Alemanha, seus países vizinhos e o Brasil. Para este evento festivo, Colônia está organizando atividades fantásticas. Os cidadãos de Colônia terão o prazer de assistir a um desfile impressionante com quase 400 percussionistas e dançarinos. Um concerto com apresentações de vários grupos no palco está previsto para o sábado à noite.


Tabela do desenvolvimento do encontro:
EventoCidade, PaísNúmero ParticipantesNúmero EspectadoresEncontro in Paris 2010
Encontro 2006Londres, Inglaterra1005000
Encontro 2007Londres, Inglaterra2005000
Encontro 2008Nantes, França2503000
Encontro 2010Paris, França3708000
Encontro 2012Colônia AlemanhaMax. 400prev. 8000


Mais - Nascido em 1965, em Recife, Pernambuco, Jorge Martins da Silva é filho do celeiro musical chamado Morro da Conceição, comunidade da periferia da Zona Norte do Recife, onde existem diversas manifestações da cultura popular.Despertou para a música ainda criança, apreciando ritmos e melodias dos folguedos populares. Aos 9 anos de idade, resolveu montar, numa agradável brincadeira, a escola de samba mirim Os Meninos do Morro, com instrumentos feitos a base de material reciclável.

Aos 12 anos teve a breve oportunidade de ter seu primeiro contato com a teoria musical, aprendendo clarinete na Banda da Escola Dom Vital, no bairro de Casa Amarela. Mas o que chamava mesmo sua atenção era o vibrar percussivo que nunca mais deixou de ser o centro de sua vida. Na década de 80, Jorge começou a se envolver mais seriamente como percussionista na Escola de Samba Galeria do Ritmo do Morro da Conceição e, a partir de 93 ingressou em um dos mais tradicionais Maracatus de Baque Virado do Estado, O Estrela Brilhante do Recife, fundado em 16 julho 1906. Até hoje ele participa dessas agremiações, ensaiando com seus integrantes e se apresentando durante os festejos da cidade do Recife.

Paralelamente ao aprendizado musical empírico com os mestres tradicionais, Jorge sempre tentou, com muitas dificuldades, conseguir uma vaga permanente nas escolas de música de sua cidade. Em 1989, começou a frequentar o curso de percussão erudita no Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife. Nesta escola, passou a escutar e ler sobre dois pernambucanos - Paulo Freire e Naná Vasconcelos - que inspiraram fortemente o seu trabalho como educador e músico. Iniciou, então, um processo de aprendizagem voltado para a disseminação dos conhecimentos da música e da experimentação, através dos movimentos, da percepção musical e da expressão corporal. Atualmente ele cursa o quinto período de música no Centro de Educação Musical de Olinda - CEMO.

Ao completar 18 anos, Jorge foi convocado pelo exército brasileiro onde serviu durante oito anos. Em 1992, licenciado da carreira militar, foi convidado a participar, como educador musical, de um projeto organizado pelo conselho de moradores do Morro da Conceição, a fim de desenvolver uma atividade com as crianças daquele bairro. Com base nesta experiência, passou a fazer parte de outros projetos sociais na Região Metropolitana do Recife e Olinda, desenvolvendo trabalhos como educador musical de crianças e adolescentes de comunidades carentes; com as ONGs Pró-Criança, Gestos,Tortura Nunca Mais, SUVAG, Artemanha, Projeto Meio Ambiente e Cidadania (PMAC), Comunidade dos Pequenos Profetas, a escola Padre João Barbosa e as Faculdades Integradas Barros Melo/AESO. Já em 1998, iniciou seu próprio projeto: O Corpos Percussivos,que se transformou em ONG em 2005 com sede no Recife Antigo. Nesse período atendeu às crianças residentes na comunidade do pilar, com as quais trabalha até hoje.

Atualmente, um dos focos principais da sua atuação é o de formação de multiplicadores musicais nas comunidades em que é atuante (Pilar, Morro da Conceição e do Alto José do Pinho). Os jovens capacitados, atuantes em suas comunidades, têm também a oportunidade de viajar e experimentar o contato com outras culturas. Em 2007, em turnê pela Dinamarca puderam demonstrar suas habilidades artísticas e didáticas ministrando aulas para os jovens daquele país e imigrantes. Ainda nesse ano gravaram o primeiro CD, onde tiveram a oportunidade de vivenciar o trabalho no estúdio de gravação profissional sob a direção musical de Jorge Martins.

De 1995 a 2006, Jorge integrou o Grupo Cascabulho, como percussionista, compositor e arranjador, recebendo o Prêmio SHARP, em duas categorias: Melhor Grupo Regional e Melhor Música Regional (“Quando sonhei que era Santo”). O grupo também foi indicado ao prêmio de música Latin Grammy Awards como melhor disco de música regional: É Caco de Vidro Puro. Desde 2001, Jorge participa ativamente como percussionista, compositor e produtor de um projeto de intercâmbio cultural com os grupos Nation Beat e Maracatu New York, dirigidos pelo Músico Scott Kettner. Em 2007, o produtor Paulo André (Astronave Iniciativas Culturais) convidou Jorge para participar como músico percussionista no Projeto Mestres do Forró. Jorge Martins não evoluiu de forma isolada.

Como percussionista ele acompanhou vários projetos, tendo várias gravações publicadas. Entre elas:

Fresh Tracks, trunorth records (U.S.A.)
MONTAG MANIA (Suécia)
Grupo Cultural Corpos Percussivos (2007) FOTO 18
“Maracatu New York” (New York - 2007)
“Maracatuniversal”, Nation Beat (New York - 2007) FOTO 13
“É Caco de Vidro Puro”, Cascabulho, Via Som Music (2000) FOTO 12
“Só Não Dança Quem Não Quer”, Jacinto Silva, Manguenitude (2000)
”Nação Nordestina”, Zé Ramalho, BMG (2000)
”O Melhor Forró no Maior São João do Mundo”, BMG, recorded live in
Campina
Grande, Paraíba (2000)
”Jackson do Pandeiro Revisto e Sampleado”, BMG (2000) FOTO 15
”Festival D’eté de Québec”, HMV, Canada (1999)
”Tributo a Luiz Gonzaga - Baião de Viramundo”, Y Brasil! (1998) FOTO 17
”Reiginaldo Rossi”, Tributo a Reginaldo Rossi, Mangroove (1998) FOTO 16
“Fome Dá Dor de Cabeça”, Cascabulho, Mangroove (1998) FOTO 14
“Amazônica”, Sony Music (1997)
“Xotes e Forrós”, Nena Queiroga, Via Som Music
Intercâmbio com Akira Satake e Antoine Silvermann durante um Festival
Japonês em Recife (2005).
E ainda fez parcerias com vários artistas e grupos do
mundo.
Cyro Baptista - Beat The Donkey (New York)
Scott Kettner – Nation Beat, Maracatu New York (New
York)
The Skye Steele Quintet (New York)
Edmílson do Pífano (Lajedo, Pe)
Jacinto Silva (Caruaru, Pe)
Cascabulho (Recife, Pe)
Biliu de Campina (Campina Grande, PB)
Chuck Silverman (U.S.A.)
Naná Vasconcelos (Recife, PE)
Akira Satake (U.S.A.)
Antoine Silverman (U.S.A.)
Messias Holanda (Fortaleza, CE)
Azulão (Caruaru)
Walmir Silva (Caruaru)
Manho Silva (Suécia)
Silvério Pessoa (Recife, Pe)
Rob Curto’s Forró for All (New York)
Forró in the Dark (New York)
Elza Soares (Rio de Janeiro)
Vincent Van Go Go (Dinamarca)
Frank London and The Klezmatics (New York)
Escola de Samba Unidos do Samba (Suécia)
Maracatu Colônia (Alemanha)
Grupo de Percussão Baquetum (Suécia)
Mitoka Samba (Itália)
Samba Jacaré (França)
Dominguinhos (Pernambuco)
Maracatu Estrela do Boi (Itália)
Jacaré Brasil (Universidade da Florida)
Pedro Luiz e a Parede (Rio de Janeiro)
Cila do coco(PE)
Antonio Nóbrega(PE)
Zé Neguinho do coco(PE)
Nena Queiroga(PE)
Geraldo Azevedo(PE)
Zé Ramalho(PB)
Maestro Ademir Araújo(PE)
Lenine(PE)

Uma outra aposta importante na vida artística de Jorge é a divulgação e a disseminação dos ritmos e criações dentro de sua própria sociedade e no exterior.Um dos veículos para isso é a escola de percussão ligada ao Projeto Corpos Percussivos. Além de proporcionar aulas e oficinas com uma metodologia diferenciada para um público  recifense a escola funciona como um imã para músicos internacionais que procuram um  intercâmbio e o conhecimento dos ritmos nordestinos. Entre eles se encontram Maracatu New York (EUA), Maracatu Colônia (Alemanha), músicos franceses (Samba Jacaré), entre outros.

No Brasil, vem administrando oficinas pelo país afora, tanto individualmente como acompanhada de outros grandes artistas. Jorge passou, nomeadamente pelo Rio de Janeiro (1999, Estúdio Eco Som), João Pessoa (2000 – junto com Naná Vasconcelos), Garanhuns (festivais de Inverno de 2001 – 2003 e 2006). Jorge viaja todos os anos para o exterior, proferindo palestras e administrando cursos e oficinas sobre a música nordestina, mais especificamente sobre o maracatu.

Destacaram-se suas atividades nos EUA desde 2000 em Berkley/California, Columbia University, New York, Maracatu New York, Ghouls and Gours Festival Brooklyn, University of Florida School of Music, Brazil Camp/California, New School University, New York. Jorge é atuante na Europa desde 1999, dando sua contribuição em vários centros musicais e festivais : Groove-Zentrum für Percussion, Berlim/Alemanha, Royal College of Music of Stockholm/Suécia, Folkuniversiteit Uppsala (Suécia), Instituto de Brasil-Itália/Milão, Vega, Kopenhagen/Dinamarca.

Além dos prêmios já mencionados, Jorge Martins tem sido cada vez mais reconhecido no Brasil e no exterior, tendo, em sinal disso, sido consagrado com diversas homenagens. Destacam-se, especialmente, o título de Destaque Imperador, do Instituto de Cultura Técnica (ICT) no Carnaval 2004, o Prêmio Itaú-UNICEF - Educação e Participação, com o projeto “Integração da Criança Portadora de Deficiência na Escola”, através da ONG Coletivo Refazendo.

Jorge Martins
Avenida Conselheiro Aguiar,2664 - Bloco B - Apt° 601
BoaViagem
3328 4097/9193 9046
jorgetambor@hotmail.com
jorgetambor@gmail.com

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