Espetáculo “Divinas”, que tem duas garanhuenses na equipe, celebra a amizade, a força e a delicadeza na busca dos sonhos na programação do Festival de Inverno de Garanhuns, nesta sexta (20)

Divinas, espetáculo teatral da Duas Companhias, é uma celebração e apresenta em clima de brincadeira e poesia três figuras femininas contadoras de histórias, na pele das palhaças Uruba (Fabiana Pirro), Bandeira (Odília Nunes) e Zanoia (Lívia Falcão), atravessando tempos e geografias diversas numa caminhada sobre a delicadeza e a força na busca dos sonhos. Esta é a primeira vez que a peça será encenada em Garanhuns, terra natal da atriz Lívia Falcão, onde ainda vivem seus pais e parte da família. Na equipe do espetáculo também está outra garanhuense, Silvia Góes, que assina o texto junto com Samarone Lima e Marcelo Pelizzoli. Divinas será apresentada na programação teatral do FIG, nesta sexta (20), às 19h, no Teatro Luiz Souto Dourado.

Tudo em diálogo com a música, a poesia popular e a arte do palhaço. A peça foi pensada para ser livre e poder ser encenada em qualquer espaço, no palco, nas praças, nas ruas...  “Sei que será forte, emocionante e marcante em nossa caminhada podermos compartilhar a nossa jornada com o nosso povo, onde estão minhas raízes”, diz Livia Falcão. A montagem já teve uma elogiada curta temporada no Teatro Barreto Júnior, no Recife e uma participação comemorada no Festival de Circo do Brasil, incluindo duas apresentações abertas em praças do Recife e Olinda, além do Janeiro de Grandes Espetáculos.


Depois de mais de um ano de preparação, incluindo a realização de dois ensaios abertos, na programação do Palco Giratório, onde o público interagiu com as artistas, tecendo comentários e colaborando também com o processo de criação, o espetáculo teatral Divinas estreou no início de outubro de 2011, no Teatro Barreto Júnior. A peça tem música ao vivo comandada pelo percussionista Luca Teixeira e trilha sonora assinada por Beto Lemos. A preparação das atrizes na arte da palhaçaria para encarar o espetáculo foi feita pela palhaça e atriz Adelvane Néia, de Campinas. Na equipe de dramaturgia o professor, filósofo e poeta Marcelo Pelizzoli, o escritor e poeta Samarone Lima e a jornalista, poeta e dançarina Silvia Góes.

O trabalho de pesquisa para a encenação de Divinas começou em 2010, com a orientação de dramaturgia e direção do espanhol Moncho Rodriguez, que passou quinze dias no Recife num programa de imersão com a equipe e com a participação de Lívia Falcão, Fabiana Pirro e Luciano Pontes como atores-pesquisadores. Depois dos primeiros estudos e ensaios abertos, outros projetos da Duas Companhias foram a razão de um intervalo no trabalho. O retorno efetivo do processo se deu em abril de 2011 e para dar continuidade ao projeto, a Duas Companhias convidou a atriz Odília Nunes para dividir o palco com Lívia e Fabiana. A palhaça Adelvane Néia, de Campinas (SP), foi chamada para conduzir os improvisos e preparar as três palhaças em cena. Marcelo, Samarone Lima e Silvia Góes foram convidados para integrar a dramaturgia desta segunda fase de montagem da peça.

Desde o princípio a interação entre os artistas e o público guiou o projeto e já em 2010 foram realizados alguns ensaios abertos no Centro Apolo Hermilo. O convite para o Palco Giratório com a demonstração do processo na última fase de lapidação do espetáculo foi uma nova oportunidade de dialogar com o público e estudar as reações ao que vinha sendo proposto em cena.

O trabalho em conjunto transforma o grupo num grande amálgama de criatividade. A partir das improvisações das três palhaças, os dramaturgos se inspiraram na elaboração do texto, que foi levado de volta às palhaças e novamente trabalhado junto com as figuras. Na construção, Adelvane Néia foi conduzindo como uma maestra os sons da orquestra. A opção pela presença em cena e ao vivo do percussionista Luca Teixeira em diálogo com os atrapalhamentos e poesias das três palhaças foi testada durante os ensaios abertos e afinada para as apresentações que se seguiram, rendendo elogios de público e crítica.

Divinas dá continuidade ao movimento em busca de um corpo de mulher no universo do clown, criando uma linguagem própria da palhaça. A integração de Adelvane Néia ao trabalho de pesquisa de Divinas se deu a partir de novembro de 2010, quando, a convite da Duas Companhias, veio ministrar as aulas do projeto “Formação de Mulheres Palhaças em Pernambuco”, com a participação de quinze mulheres do estado.

A DUAS COMPANHIAS - O nascimento da Duas Companhias, em 2003, partiu das atrizes pernambucanas Lívia Falcão e Fabiana Pirro, que tinham vontade de falar do seu lugar de origem, investigar sua cultura, mergulhar nas suas raízes. De 2004 a 2010, elas realizaram as montagens de Caetana, com texto e direção de Moncho Rodriguez (espetáculo visto por mais de 75 mil espectadores e que permanece em cartaz até hoje), e A Árvore de Júlia, com direção de Lívia Falcão; lançaram o livro “Uma história do teatro pernambucano daqui pr'ali e de lá pra cá” e o documentário “Caetana o Filme”; produziram oficinas e ciclos de leituras dramatizadas; e viajaram pelo Brasil e pela Europa com o repertório da Companhia.

Em 2011, com o elenco e o time de produção reforçados, a Duas Companhias realizou o pioneiro projeto “Formação de Mulheres Palhaças em PE” e o “Que Comédia! Ciclo de Leituras da Commedia Dell'Arte” e estreou mais um espetáculo, Divinas. Em 2012, a companhia comemora nove anos de vida e trabalho com Caetana e Divinas na estrada, e o nascimento do musical Caxuxa com o elenco jovem da trupe, inclusive apresentado no último final de semana no FIG.

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